segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Ao mestre com carinho: Jorge Freitas

Se tem um artista do Carnaval que sempre me valeu como fonte de inspiração na hora de criar, este é Jorge Freitas (foto).

Jorge que chegou ao Carnaval de São Paulo em meados de 1999 para preparar o desfile dos Gaviões da Fiel na comemoração dos 500 anos do Brasil, é natural de Nova Friburgo (região serrana do Rio de Janeiero) e durante muito tempo atuou na folia "friburguense". Em 1995, mediante ao sucesso obtido frente a Escolas e Blocos de Nova Friburgo, recebeu o convite para fazer o Carnaval do Arranco do Engenho de Dentro, na época, no Grupo B.

Em 1997, foi contratado pela Unidos de Vila Isabel em meio a uma das maiores crises finânceiras da história da Escola de Noël. Apostando em sua principal marca, o requinte em fantasias e alegorias, Jorge obteve uma agradável 9° colocação entre 16 Escolas, permanecendo assim na agremiação para o ano seguinte.

Para o Carnaval de 1998, com uma proposta diferenciada para os padrões da Escola, Jorge não obtem o sucesso esperado e com o enerdo "Lágrimas, Suor e Conquistas num Mundo em Transformação", a Vila acaba na modesta 12° colocação.

Já em 1999, com a crise finânceira da Vila tingindo o seu momento mais crítico, Jorge abusa da criatividade e de materiais rústicos na contrução do enredo "João Pessoa, Onde o Sol Brilha Mais cedo". A Escola fica na 11° colocação.

No ano 2000, Jorge desembarca em São Paulo para um desafio: conduzir os Gaviões da Fiel ao título do Grupo Especial no Carnaval dos 500 anos. Com o enredo "Um Vôo Para a Liberdade", narrando o periodo da Inconfidência Mineira. Com um desfile impecável e alegorias e fantasias de um nível jamais vistos em São Paulo, a Gaviões encerrou a primeira noite de desfiles sob os gritos de "é campeã". Acabou na 3° colocação.

Em 2001, apresentando o enredo "Mitos e Mágias na Triunfante Odisséia da Criação", que falava da Criação do Mundo mitológica. Repetindo a formula de alegorias e fantasias luxuosas, a Escola sofreu com a chuva que castigou São Paulo na tarde do sábado de Carnaval e acabou danificando alguns de seus carros alegóricos. A 5° colocação no entanto não refletiu o belíssimo desfile apresentado pela agremiação.

No entanto, a resposta estava para ser dada logo no ano seguinte. Com o enerdo "Xeque-Mate", Jorge Freitas conquistava seu primeiro título em São Paulo. Apresentando-se de maneira soberana e com um grande samba enredo, a Gaviões da Fiel venceu o Carnaval de 2002 sem maiores dificuldades, reafirmando o seu novo estilo e coroando o trabalho de seu carnavalesco.

No ano seguinte, o bi-campeonato. O enredo "As Cinco Deusas Encantadas na Corte do Rei Gavião" mostrava as belezas das cinco regiões do Brasil (Norte, Nordeste, Sul, Sudeste, Centro-Oeste) e ao final, prestava uma justa homenagem aos carnavais do Rio de Janeiro e de São Paulo. Definitivamente Jorge Freitas marcava seu nome na história da folia paulistana.

Em 2004, Jorge retorna ao Rio de Janeiro para elaborar o Carnaval da Portela na primeira reedição da história dos desfiles cariocas. O enredo "Lendas e Mistérios da Amazônia" era a grande aposta do então presidente Carlinhos Maracanã em seu último ano à frente da Águia de Madureira. Mesmo com um belo e elogiadíssimo desfile, a Portela obteve apenas a 7° colocação, sequer retornando ao desfile das campeãs.

De volta a São Paulo, Jorge Freitas se depara com uma Gaviões da Fiel no Grupo de Acesso e com a obrigação de retornar a Elite, de onde vinha de um bi-campeonato. Apresentando o enredo "Levanta, Sacode a Poeira e dá a Volta Por Cima", a Escola sacudiu o Anhembí (pela primeira vez em sua história lotado nos desfiles do Grupo de Acesso) e sagrou-se campeã com certa facilidade.

No retorno a Elite, um resultado inesperado, absurdo e muito contestado. O enredo "Asas da Fascinação", em alusão ao centenário da aviação, foi muito mal julgado e a Escola foi novamente rebaixada na 15° colocação, com apenas quatro notas 10. Realmente um absurdo.

Em 2007, Jorge aceita um convite da Liga das Escolas de Samba de São Paulo e faz o Carnaval da Pérola Negra, que retornava ao Grupo Especial aquele ano. Apresentando-se com o enredo "Venda Como Arte, Comercio Como Sua Principal Representação", a simpática Escola da Vila Madalena faz um desfile surpreendente e alcança seu grande objetivo: permanecer no Especial. A 11° colocação foi comemorada como nunca.

2008 é um ano de grandes mudanças na carreira de Jorge Freitas. Chegando a Rosas de Ouro, ele desenvolve o enredo "Rosaessência", sobre a história do perfume e com um desfile belíssimo, a Escola da Freguesia conquista a 4° colocação com destaque para as suas alegorias.

No Carnaval de 2009, com o enredo "Bem Vindos a Fábrica dos Sonhos" a Rosas obtem a 3° colocação a apenas um ponto da campeã, Mocidade Alegre.

A consagração de Jorge na "roseira" veio no Carnaval de 2010. Mesmo com todos os problemas que envolveram a Rosas de Ouro na fase pré-carnavalesca (mudança na letra do samba enredo às vésperas do desfile), o desfile do ponto de vista técnico garantiu a Escola o seu 7° título no Grupo Especial. O enredo "O Cacau é Show" contava a saga do chocolate desde os tempos da invasão espanhola nas Américas até a sua simbologia nas datas onde costuma-se presentear as pessoas amadas com o chocolate.

Em 2011, defendendo o título a Rosas de Ouro não tem um bom desempenho na avenida e acaba na modesta 8° colocação. Porém, Jorge garate as notas máximas em todos os quesitos de sua responsabilidade (enredo, fantasias e alegorias).

Para o Carnaval de 2012, Jorge Freitas prepara o enredo "O Reino dos Justus", uma homenagem ao povo hungaro e ao empresário e apresentador de Tv, Roberto Justus. Pelo que se pode ver nos bastidores, a Rosas vem mais uma vez carregando a marca de seu carnavalesco, com a elgorias e fantasias exuberantes e de extremo bom gosto, o que a coloca no holl das favoritas ao título.

Essa pequena, porém singela homenagem é apenas uma demostração de todo o carinho e respeito que tenho para com este grande carnavalesco que é Jorge Freitas, mestre e sem duvida nenhuma fonte de inspiração para o meuc rescimento e amadurecimento na profissão.

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