sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Feliz Ano Novo!!!

De repente, num instante fugaz, os fogos de artifício anunciam que o ano novo está presente e o ano velho ficou para trás.

De repente, num instante fugaz, as taças de champagne se cruzam e o vinho francês borbulhante anuncia que o ano velho se foi e o ano novo chegou.

De repente, os olhos se cruzam, as mãos se entrelaçam e os seres humanos, num abraço caloroso, num só pensamento exprimem um só desejo e uma só aspiração: PAZ E AMOR.

De repente, não importa a nação, não importa a língua, não importa a cor, não importa a origem, porque todos são seres humanos e descendentes de um só Pai, os homens lembram-se de um só verbo: amar.

De repente, sem mágoa, sem rancor, sem ódio, os homens cantam uma só canção, um só hino em louvor à liberdade.

De repente, os homens esquecem o passado, aspiram um futuro venturoso que nos mostre o como é bom viver.

De repente, os homens lembram-se da maior dádiva que têm: a vida.

De repente, tudo se transforma e chega o ano radiante de esperança, porque só o próprio homem é que pode alterar os rumos da vida.

De repente, o grito de alegria, pelo novo ano que aparece.

FELIZ ANO NOVO!!!

HAPPY NEW YEAR!!!

sábado, 24 de dezembro de 2011

Mensagem de Natal

Queridos amigos...

Estamos em uma época maravilhosa para refletirmos e buscarmos encontrar a verdadeira felicidade e o melhor presente de todos os tempos, que é Jesus.

Ele não é Papai Noel, mas pode dar felicidade verdadeira.

Não pode ser confundido com o bom velhinho porque está vivo, não só nos corações dos que o seguem, mas independente desses.

Jesus nasceu com o objetivo global e específico, uma missão clara de vida, determinada desde o começo dos tempos.

Ele nasceu para dar uma solução que funcione objetiva a separação que existe entre os homens e Deus.

Nós insistimos em vivermos a nossa própria maneira orgulhosos, e procurando trazer alívio ao insistente vázio interior.

Felicidade é possível, desde que nós tenhamos coragem de nos comprometer com Deus, convidando-o agora mesmo para assumir o controle normal de nossa vida, e não só de nossos problemas, e nos fazer uma nova pessoa de dentro pra fora. Aí sim!!!

A época do Natal terá real significado para todos, os efeitos serão eternos!!!

Um abraço para todos e um Feliz Natal sob os cuidados de Jesus!!!


Sérgio Júnior

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Conheça os sambas concorrentes da Guerreiros do Leão

Apresentando o enredo "A Auróra dos Deuses", a Guerreiros do Leão desfilará pelo terceiro ano consecutívo no CAESV (Conselho de Avaliação das Escolas de Samba Virtuais).

Conheça os sambas enredo concorrentes para o Carnaval 2012:

Samba n°1

Autores: Thiago Meiners, Vinícius Serino e Marley da Vila

Ó Mãe, Agô!
A luz de Olorum clareou
Do céu de Obatalá a terra em união
Das águas de Iemanjá uma paixão
Sofrimento e agonia, orixás em comunhão
Oxalá então recebe a missão para o mundo germinar
Mas Oduduá tomara o seu lugar
Pra assim a humanidade prosperar

Pelas águas de Nanã o Criador ô ô
Fez do barro a mais pura criação
O dom da vida em harmonia
Sopro que emoldura a ilusão

É negra a raça do atabaque
Que a dor vai superar
Que dança e gira lá nos tumbeiros
Louvando seus orixás

Então clareou
Sem esquecer a tradição do seu lugar
A força da religião fez clarear
A raça em forma de oração
Cultuar a natureza (ô ô ô)
Batuqueiros que batem tambor
Tem xirê no meu terreiro em Salvador
Kêtu do Afonjá a cultura Yorubá
Salve a resistência centenária
A fé da negritude não se cala

Axé, agô, axé!
A minha luta vem na voz do meu leão
No canto da Guerreiros
É africano o meu coração

Download: http://www.4shared.com/music/ZjxoDgoy/Samba_Concorrente_Guerreiros_d.html

Samba n°2

Autor: Samuel Santos

(Ô, Mãe África)

Ô, Mãe África, origem da auróra da vida
Vejo o meu passado cheio de esplendor
O meu amor então brotou
O meu leão rugiu nas savanas africanas
Ô, trouxeram de lá, toda a crença dos orixás

(Olorum) Olorum, Oyê
Ayê, a Terra segue tremer
Venhas as ondas do mar
Pra saudar Iemanjá

É o céu, Orungã que vem da mãr
Ao ar e à água a miscigenar
O mais ventre fértil

Okê, Oxóssi, Xapanã
Orum, Oxum
Tem essa missão de Olorum
De criar o nosso Mundo
Tantos animais...
Exu, vem mandar essa mensagem
Vai ganhar esse carnaval

Oxalá, Oduduá
Filho da Criação
Deixa eu saudar

Em cada geração esculpiu o homem
Mas a tristeza então reinou (Ô Ô Ô)
Vem chegando os tumbeiros da escravidão
Se a nossa sina é ser Guerreiros
O meu Brasil é fundo do terreiro
E hoje... Afonjá em Salvador

Vem, Mãe África
Venha saudar o Leão da cultura Yorubá

Pode aplaudir, pode cantar
Com a Guerreiros ninguem vai me segurar

Download: http://www.4shared.com/mp3/YH6ihVSI/Samba_Concorrente/Guerreiros_d.html

Guerreiros do Leão escolhe seu samba enredo no próximo dia 01 de janeiro

No próximo dia 01 de janeiro, o G.R.E.S.V. Guerreiros do Leão irá escolher o samba de enredo com o qual irá se apresentar no próximo Carnaval Virtual.

Após o período de inscrições, duas obras foram inscritas na disputa que será decidida em uma reunião extraordinária convocada para a próxima terça-feira, às 22:00 h. na casa do presidente da agremiação, Sandro Oliveira, que se recupera de uma cirurgia que o afastou da presidencia da agremiação por quase dois meses.

Texto extraído de: http://gresvguerreirosdoleao.blogspot.com

Vai-Vai

Enredo: "Mulheres Que Brilham"

Carnavalesco: Alexandre Louzada


Campeoníssima em 2011, a agremiação do bairro do Bixiga vem disposta a conquistar o seu 15° campeonato axaltando a força, a bravura e a beleza da mulher, com o enredo "Mulheres Que Brilham". Para isso, a manutenção do carnavalesco Alexandre Louzada, aliada ao imbatível "chão" que faz dessa Escola uma das mais populares de São Paulo, a credenciam ao feito inédito para uma agremiação paulistana. Segundo Louzada, o principal enfoque do enredo são as mudanças do jeito de ser da mulher na sociedade ao longo dos tempos, deixando de ser apenas a responsável pela educação dos filhos e dos afazeres domésticos, para entrar de vez no mundo dos negócios, dos estudos e das competências antes exercidas apenas por homens. É claro que neste caso, a Escola dará uma atenção especial à primeira mulher presidente da República no Brasil. Dentro das possibilidades, é um bom enredo e que dará margem a mais um belo desfile da Escola.


Quanto ao samba de enredo, eu confeço que esperava muito mais de uma agremiação que acaba de vir de um campeonato e que tem em seu ambicioso projeto, o anceio de um bi-campeonato. Não que o samba seja ruim, mas ele está muito a baixo do que o Vai-Vai pode fazer. Logo de cara, o merchandising explicito a Bombril (empresa que ofereceu e patrocina o enredo) não caiu bem. Algumas notas quebradas também deixam este primeiro refrão um tanto quanto estranho. A melhor parte do samba no entanto é a sua primeira metade, onde tanto em letra quanto em melodia ele se salva de um desastre maior. Gosto muito do trecho "A duras penas prosseguiu a lutar/Na graça da índia faceira/Com a força da negra guerreira/A realeza do grande brio/Aos olhos do regente do Brasil", mesmo sabendo que o "brio" em questão vem de Bombril. Em seguida, o estribilho volta a soar de maneira controversa, mas acredito que neste caso, a estranheza se dá pela chamada ridícula do intérprete Wander Pires para retornar ao "Ora iê iêo Mamãe Oxum". Alí ele simplesmente sentou em cima. Na segunda metade da obra, mais merchan para a patrocinadora e novamente, a intenção dos compositores não foi das mais felizes. Um terceiro refrão surge então e ameniza a situação. Mas mesmo assim, muito a baixo de um samba para a Vai-Vai. No entanto, sabemos que em termos de plástica e com a força de sua comunidade, os problemas com este fraquíssimo samba de enredo serão até certo ponto minimizados em sua apresentação no Carnaval 2012.


Letra do Samba


Autores: Zeca do cavaco, Ronaldinho FDQ, Afonsinho BV, Valter Camargo e Evaldo "Sean"

Intérprete: Wander Pires


Bixiga é alegria, é "Bom Brilhar"

Gira a porta-bandeira

Rodam minhas baianas

Vem que o show vai começar


A mão de Deus abençoou o meu cantar

Fonte de inspiração

A essência de Adão

Luz para o meu caminhar

A duras penas prosseguiu a lutar

Na graça da índia faceira

Na força da negra guerreira

A realeza de grande brio

Aos olhos do regente do Brasil


Ora iê iêo Mamãe Oxum

Liberdade!!!

Soam os tambores quilombolas

Um sonho que virou realidade (ora iê iêo)


E hoje, tão linda e tão bela

Toda a passarela a te axaltar

És música, poema

Arte a me fascinar

Te vejo nas ruas

Nos bares, esquinas

És como as estrelas bordando o luar

1001 faces no Mundo a brilhar


Senhoras da vida

Guerreiras da lida

Hoje és presidente e me rendo a teus pés

Pra sempre te amarei "mulher"

Acadêmicos do Tucuruvi

Enredo: "O Esplendor da África no Reinado da Folia"

Carnavalesco: Wagner Santos

Após a conquista do contestádo vice-campeonato em 2011, a agremiação presidida pelo simpático Sr. Jamil, busca agora a maior glória de uma Escola de Samba, o título de campeã do Carnaval paulistano. Para isso, a Acadêmicos do Tucuruvi aposta na força da "Mãe África", como o berço das civilizações e fonte inesgotável de riquezas. Um enredo que não possui um enfoque principal, mas que procura contextualizar e trazer para os olhos do Mundo, um continente rico e que nem só vive de tristezas e angustias. Uma exaltação a liberdade e a cultura dos povos africanos que se desenvolveram e brilharam perante os olhos de todos. Com a competência do experiente carnavalesco Wagner Santos e a euforia de uma comunidade apaixonada, o trabalho do sempre sorridente Hussein Abdo El Selam, ou simplesmente "Seu" Jamil, pode enfim ser coroado.

Dentro da linha de sambas de enredo apresentados pela agremiação nos útlimos anos, a obra que possui inacreditáveis 13 compositores (junção dos finalistas da disputa), supera tudo o que eu já ouvi em se tratando de Acadêmicos do Tucuruvi. Sendo infinitamente mais agradável que o tão exaltado (não sei porque) sambas de 2001. Havia lido a sinopse assim que lançada pelo Wagner e fiz questão de ler novamente após ver a junção dos sambas finalistas que resultaram nessa obra, pois achei o mais fiel entre todos os sambas de enredo de 2012 ao que diz respeito a cronologia textual. Ou seja, a sinopse está brilhantemente inserida na música. Não chega a ser elevada a categoria de obra-prima, mas é um samba muito competente e que certamente vai colaborar para um grande desfile da agremiação. Gosto particularmente do primeiro refrão, pois a melodia é explendida e a letra é forte, causa o impácto que acredito ser a necessidade principal da Escola que desfila após a sempre "esfuziante" Vai-Vai. Fica aqui também registrada a brilhante atuação do intérprete Igor Vianna, que substitui ninguem menos que Freddy Viana, que completou 11 anos à frente do microfone principal da agremiação em 2011 e que hoje está na Mancha Verde. A título de curiosidade, vale lembrar que Igor é filho do saudoso Ney Vianna, que durante quase duas décadas foi a voz da Mocidade Independente de Padre Míguel. Não vou destacar momentos deste samba, pois como já disse, o considero o mais correto entre as 14 obras do Grupo Especial e no conjunto ele é todo bem trabalhado, o que gera assim uma ótima unidade. Fica apenas um porém: será que o desfile da Tucuruvi não será abafado pelo efeito Mancha Verde que certamente irá dominar o Anhembí logo na sequência??? Pois como disse lá em meados de agosto em uma análise dos enredos, considero entre as 3 agremiações que terão temáticas afro no desfile de 2012 (Mocidade, Mancha e a própria Tucuruvi), o da Escola da Cantareira o mais fraco. Vamos aguardar.

Letra do Samba

Autores: Rodrigo Atração, Fábio Jelleya, Edson Liz, Henrique Barba, Silvinho, Márcio Alemão, Waltinho, Felipe Mendonça, André Filosofia, Maurício Pito, Diley Machado, Leandro Franja e Xandinho
Intérprete: Igor Vianna

Teu filho, Oh Mãe África
Faz festa pra te exaltar
Sou Tucuruvi, tua história
Meu samba vai revelar

África!
Terra de raro esplendor
Berço de uma nação
Que acolhe teus filhos em teu coração
"Brilhou em teu solo a riqueza"
Lindas obras da mãe natureza
Selvagem paraíso: um tesouro natural!
Em cada filho teu, o amor por esse chão
Levantando a bandeira da preservação

É a fé que embala o teu caminhar
Na Mãe Feiticeira o dom de curar
Ao som do tambor, há celebração
A mágia se espalha e traz proteção

No dia a dia,
A arte era a tradução da criação
Modelada pelas mãos,
A inspiração transformou-se em alegria
Chegou à Bahia, na ginga da capoeira
Com seu sabor, essa cultura
Fez nascer a raça afro-brasileira
Hoje, com a benção dos bambas
Minha escola de samba vai passar
Com garra defendo o meu pavilhão
No peito, a marcação
Herdeiro eu sou, da batida do tambor (Ô, ô, ô)

Unidos de Vila Maria

Enredo: "A Força Infinita da Criação, Vila Maria Feita a Mão"

Carnavalesco: Chico Spinoza

A Unidos de Vila Maria a anos vem perseguindo um título, o que iria coroar a brilhante administração dessa tradicionalíssima Escola de Samba da Zona Norte de São Paulo. Desde o seu retorno ao Grupo Especial em 2002, a agremiação vem cescendo a cada ano e mostrando que um bom trabalho de base (estrutura e investimento em sua comunidade) são a chave para uma trajetória de sucesso. Desde 2006, quando Paulo Sergio Ferreira assumiu a presidencia da agremiação, a disputa pelo título se intensificou, com direito a um vice-campeonato em 2007 e duas 3° colocações (2008 e 2011) desde então. Para conquistar a tão sonhada vitória, o carnavalesco Chico Spinoza chegou para substituir o contestado (não sei porque) Fábio Borges a frente do Carnaval da Vila. O enredo escolhido fala sobre o trabalho manual desde a Criação do Mundo, passando pelo artesanato, a modelagem, as celebrações e o aperto de mão que sela a paz. Entretanto, o tema é batido. A União da Ilha do Governador (1983) e a Barroca Zona Sul (2005), já apresentaram essa temática e não obtiveram lá muito sucesso, a Verde e Rosa paulistana, inclusive, fora rebaixada. O grande diferencial no entanto apontado por Spinoza para o seu enredo é o fato de que o público irá interagir em todos os momentos do desfile. Como eu não sei, mas é o que garante o carnavalesco. Depois de uma passagem muito boa pela Tom Maior, Chiquinho tem a chance de novamente trabalhar em uma grande Escola de Samba em São Paulo e tentar repetir o feito conquistado por duas vezes na Vai-Vai. Em caso de conquista, podem ter certeza de que o artista será eternizado pelos lados do Jardim Japão.

Que a Escola irá apresentar um grandioso e belíssimo desfile, isso ninguem ousa duvidar. O que no entanto pesa absurdamente contra a agremiação é o samba de enredo fraquíssimo escolhido como trilha para essa apresentação. Vindo de duas boas obras nos últimos carnavais, me parece que a Vila perdeu a "mão" na escolha deste ano. Vejam só que ironia!!! Desde que ouvi a gravação preliminar dos compositores, este samba me pareceu estranho, todo remendado, pois em vários momentos a melodia se quebra e acaba não casando. Até tentei, mas não conseguia me acostumar com esta obra, tanto que é a faixa do CD que menos roda aqui no meu som. Só que para a minha surpresa (e acredito que a de muita gente), nos ensaios na quadra ele está crescendo maravilhosamente bem, com direito a momentos de explosão que eu não conseguia imaginar ouvindo o álbum. Por isso, minha avaliação se dará por meio do samba ouvido na quadra por mais de uma oportunidade. O refrão de cabeça se transformou em um verdadeiro "arrasta quarteirão", com toda a comunidade coreografando e cantando á plenos pulmões o trecho "Quem é Vila Maria, levante as mãos". Os versos de melodia quebrada que eram nítidos no CD ganharam um certo "disfarce" na versão ao vivo e passaram a render muito bem, com destaque na primeira metade da obra para o trecho "Chama ardente é fogo, clareia a evolução/Pra semear, colher, compartilhar/E dizer não a covardia". O samba volta a crescer tanto em vibração como em interpretação no refrão seguinte, onde a bateria ensaia uma bossa sensacional!!! A única coisa que ainda não me agrada por completo são as variações que tentam deixar a obra mais melodiosa à partir de seus trechos finais. Aí ela se perde um pouco. Sem contar que a palavra on-line, inserida em um momento que refere-se a internet ainda é um tanto quanto obscura para um samba de enredo. No mais, fica evidente de que este samba está crescendo. Não sei, mas acredito que quem quiser ganhar este Carnaval terá de passar por cima da Vila Maria.

Letra do Samba

Autores: Russo, Moleque Pará, Nininho, Wagner Yhai e Prof. Wal
Intérprete: Nêgo

Quem é Vila Maria levante as mãos
É a força infinita da criação
A batucada é raiz verdadeira
Sou comunidade valente, guerreira

Divino Artesão
O criador do Universo
Fez o primeiro homem, a sublime criação
Da poeira das estrelas, filhos deste chão
Chama ardente é fogo, clareia a evolução
Pra semear, colher, compartilhar
E dizer não a covardia
Vamos dar as mãos nossa família
Fazer na avenida a corrente de fé
Bate forte o tambor, axé!

No som do batuque, eu vou
Na roda de samba, eu tô... Pode aplaudir!
A mão que faz a guerra
Levanta a bandeira da paz e amor

Mãos que falam, conduzem
Engrandecem meu viver
O futuro em nossas mãos
Na internet on-line com você
Retalhos vão se transformar
No Artesanato Brasileiro
Trago bordado no meu Pavilhão
Um gesto de igualdade e união
Ó Pai, abençoai as mãos que fazem carnaval
E que a mágia do artista
Conquiste a alma do sambista

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Mancha Verde

Enredo: "Pelas Mãos do Mensageiro do Axé a Lição de Odú Obará: a Humildade"

Carnavalesco: Troy Orh


A Escola de Samba que mais cresceu e se estruturou nos últimos anos traz para o Carnaval de 2012 um enredo simplesmente maravilhoso!!! Escrito pelo intérprete Thiago de Xangô e com o desenvolvimento entregue a Troy Orh (conheço o Troy e posso dizer que ele não é carnavalesco é um ótimo diretor de barracão, porém, longe de ser carnavalesco), a temática afrô irá abordar os ensinamentos dos Orixás e o despertar dos homens para as coisas ruins que acontecem no Mundo. As lições de amor, paz, igualdade e preservação são ensinadas a um babalorixá que tem a missão de propagar esse conhecimento. Resumindo a história: um "baita" enredo!!! O fato da Mancha Verde ser a última agremiação a desfilar na sexta-feira de Carnaval dá ainda mais força a temática que irá apresentar e certamente brigará como nunca pelo título da campeã, que a tanto é almejado pelo seu incansável presidente Paulo Serdan e por toda a nação alvi-verde, que vem sofrendo a anos nos estádios com o Palmeiras. No Anhembí, no entanto as coisas podem ser diferentes e o final da saga palmeirense pode ser muito mais feliz. No entanto, tamanha responsábilidade e até certa dose de favoritismo podea trapalhar uma Escola de Samba jovem e que até a bem pouco tempo não passava de mera coadjuvante. Hoje no entanto, a Mancha Verde ainda está se acostumando com o posto de "gigante", adquirido após boas apresentações no Grupo Especial do Carnaval paulistano. Ainda considero uma zebra, entretanto, é aparente o amadurecimento de toda a sua diretoria.


O samba como já era de se esperar é fantástico, do mesmo nível da Mocidade Alegre e com alguns momentos de rara inspiração dos compositores. O engraçado (e até certo ponto curioso) é o fato de que essa composição não era a preferida da comunidade durante as eliminatórias. A parceria de Thiago de Xangô era de longe a mais aclamada pelos componentes e até mesmo por parte da diretoria. Entretanto, por opção do presidente Paulo Serdan a obra vencedora foi a dos compositores Freddy Viana, Armênio Poesia e Chanel. Alguns dizem inclusive que o samba só saiu vitoriozo graças a assinatura do novo intérprete da agremiação. Aliás, que bela contratação da Mancha!!! O intérprete Freddy Viana a anos vinha merecendo uma chance em uma agremiação de maior destaque e mostra já em sua estréia pela Verde e Branco que não está para brincadeira, tamanho o show de interpretação que dá na gravação faixa do álbum. O samba em sí é excepcional, de longe o melhor da história da agremiação, com momentos de grande beleza. Os refrões são maravilhosos e dispensam quaisquer comentários. O primeiro, que diz: "O dia vem anunciar/A humildade é a voz da razão/Sou Mancha Verde guerreira/Erguendo a bandeira/Aceitando a missão" é emocionante. Introduz o ouvinte ao enredo e ainda exalta a agremiação. Perfeito!!! Na primeira parte o babalorixá que recebe os ensinamentos dos Orixás absorve todo o conhecimento a ele passado por essas entidades. Versos de singular inspiração dão o tom em trechos como: "Tenho a sede do saber/E ainda há muito o que aprender" e "Orunmilá criou senhores do destino/A cada irmão deu seu ensino/O dom de conhecer as direções". Em seguida o segundo refrão mantém o nível em relação ao primeiro e ainda tem o seu momento de explosão em versos de "pergunta e resposta". Na parte final, os ensinamentos são colocados em prática com as lições de amor e preservação a natureza. Em seu final, o samba apresenta um clamor a Olorum (O Criador) pelo perdão aos erros da humanidade. É um momento ímpar. Ainda não considero um samba superior ao da Pérola Negra, porém, juntamente com o da Mocidade Alegre, são verdadeiras maravilhas na safra de 2012. Aguardo anciosamente para ouvir este samba na avenida!!!


Letra do Samba


Autores: Freddy Viana, Armênio Poesia e Chanel

Intérprete: Freddy Viana


O dia vem anunciar

A humildade é a voz da razão

Sou Mancha Verde guerreira

Erguendo a bandeira

Aceitando a missão


Na fé eu fui buscar

Com meu clamor ao mensageiro

Sou Babalorixá

A dor de um Mundo inteiro

Tenho a sede do saber

E ainda há muito o que aprender

Se Olorum é o pai da criação

Eu sou mais um dos filhos desse chão

Orunmilá criou senhores do destino

A cada irmão deu seu ensino

O dom de conhecer as direções


Obá!! Obá!! O olhar de cobiça vai perceber

Babalaô

Faz a justiça vencer meu pai Xangô

A simplicidade vai determinar

A riqueza na lição de Obará



Vem preservar

Respeitar a natureza do criador
Os orixás são provas do seu amor

Que os ventos de Iansã
Levem Oxum, Obá, Nanã

No encontro com o mar, a vida é linda, salve Oxalá

Sementes vão trazer às folhas o poder

É o fim de uma era que se regenera em Obaluaê

Oh senhor, perdoai a humanidade, iluminai a consciência

Pra guiar essa mudança

Vou guardar no coração, levar em minhas mãos

A mensagem de esperança

Gaviões da Fiel Torcida

Enredo: "Verás Que um Filho Fiel Não Foge à Luta - Lula, o Retrato de uma Nação"

Carnavalescos: Delmo de Moraes, Fábio Lima e Igor Carneiro

Um enredo político, partidário, mas ao mesmo tempo, mais popular impossível. Pois é meus amigos, tem elitista burguês que ainda torce o nariz e não reconhece, mas o Brasil após os oito anos de Luiz Inácio "Lula" da Silva na presidência da República está muito mais sólido estruturalmente e é inegável que passou a ser respeitado mundialmente como uma grande potência. É com esse espírito que a Gaviões da Fiel prepara uma emocionante e merecida homenagem a este homem que venceu na vida, um metalurgico que se fez líder de uma Nação. Um homem que venceu as barreiras do preconceito e lutou por seus ideais, por seu amado país. Lula não foi apenas um grande presidente, foi muito mais, foi (e continua sendo) um espelho para os mais humildes que nunca tiveram uma oportunidade e que hoje, conseguem imaginar um futuro melhor. Como os carnavalescos da Gaviões disseram em uma entrevista a coluna da jornalista Mônica Bergamo na Folha de São Paulo, a vida do ex-presidente será retratada apenas em seus bons momentos, ou seja, os escandálos do mensalão denunciados durante o seu governo não serão mencionados, o que acho mais do que correto. Muitos acham isso hipocrisia. Orás, quantos homenageados já passaram tanto pelo Anhembí, como na Sapucaí e tiveram momentos controversos de suas vidas esquecidos pelas Escolas??? Afinal, estamos tratando de uma homenagem a pessoa, tem que ser um momento feliz. Acredito muito na força desse enredo e sei que o apelo popular será um grande trunfo à favor da Escola. A única dúvida que fica é se o ex-presidente que se recupera de um câncer irá desfilar. A expectativa geral é de que ele esteja lá.

A obra que irá embalar a vida de Lula é de longe a melhor da Escola desde o Carnaval de 2004. Após alguns anos com sambas de enredo apenas funcionais (sempre garantindo boas notas dos jurados, mas longe de serem obras de qualidade) a opção por uma composição mais lírica e com uma letra mais didática, mostra que a mentalidade da nova diretoria (presidente Donizete) é retomar a trajetória vitoriosa da agremiação. A parceria de Batata e cia. optou por uma melodia valente e com variações muito interessantes. Logo de cara, o refrão que dá início a obra já mostra que a intenção dos compositores é dar um sacode no Anhembí, pois esquece o enredo e parte para uma exaltação ao Corinthians e a São Jorge o padroeiro do clube. É na primeira metade do samba, no entanto que o enredo começa a ser contada e com muita competência. Versos como "Um filho do sertão, cabra da peste... Irmão/Que Deus Pai iluminou!" e "Traçou seu caminho/Cresceu foi a luta... Prá vencer" demonstram a qualidade do samba. O segundo refrão também merece destaque, pois tanto sua letra, quanto sua melodia são muito bonitas e enaltecem as grandes conquistas de Lula enquanto presidente. Na segunda metade da obra os problemas sociais do Brasil são expostos e o sonho de um país mais justo culmina com a vitória do povo sobre a minoria elitista que por muitos anos comandou a Nação. Ao fim, a lembrança de que após os dois mandatos de Lula como presidente da República, o Brasil alçou vôos nunca antes imaginados, sendo reconhecido internacionalmente como um país sustentável e de enorme potencial. No geral, um belo samba e que tem tudo para empolgar a Escola em um de seus maiores desfiles em todos os tempos. Até a interpretação do eterno Ernesto Teixeira no álbum, tão criticada em anos anteriores é segura e de alto nível!!! Não é obra prima, mas volta a dar orgulho aos milhões de "corintianos loucamente apaixonados" pelo Grêmio Gaviões da Fiel Torcida.

Letra do Samba

Autores: Batata, Netinho, Max, Dentinho, Luciano, Mariano Araújo e Magrão R1
Intérprete: Ernesto Teixeira

Vai meu gavião
Cantando a saga de um menino sonhador
Um filho do sertão, cabra da peste... Irmão
Que Deus Pai iluminou
Trouxe no sangue a coragem, a fé
O poder regendo o seu destino!
Na cidade grande a esperança... O futuro promissor!
Traçou seu caminho
Cresceu foi à luta... Pra vencer
E o sonho se torna real
Luiz Inácio o operário nacional

Companheiro fiel... Por liberdade!
Na corrente do bem... Contra a maldade
Elo forte da democrácia
A luz da nossa estrela guia!

Viu... No coração do Brasil
Tanta desigualdade
O retrato da realidade
A utopia buscando a dignidade!
Solta o grito da garganta e vem comemorar
A soberania popular
Felicidade...
O povo unido venceu
A soberania resplandeceu
Uma nova era aconteceu!

Eu sou da Nação... Sou valente festeiro
"Corinthiano" loucamente apaixonado!
Em oração a São Jorge Guerreiro
Peço que o brasileiro seja sempre abençoado!

Águia de Ouro

Enredo: "Tropicália - O Movimento Que Não Acabou"

Carnavalesco: Cláudio Cavalcante (Cebola)

Depois de um bom desfile em 2011 e a 6° colocação alcançada, a agremiação do bairro da Pompéia busca agora o ingresso no grupo das cinco melhores Escolas de Samba de São Paulo. Para tornar esse sonho realidade, o presidente Sidnei Carrioulo manteve o carnavalesco Cláudio Cavalcante (Cebola) e dando carta branca ao artista, viu um enredo sobre o movimento tropicalista ganhar corpo. A aposta não deixa de ser ousada, afinal, na maioria das vezes o tropicalismo é brega, e se não for miticulosamente bem desenvolvido, pode se tornar uma grande confusão de formas e cores extravagantes. O ponto positivo do enredo, no entanto é a grande quantidade de conteúdo que pode ser carnavalisado. O foco principal está no período onde o movimento surgiu, ou seja, durante a ditadura no Brasil, o que torna o desenvolvimento deste enredo algo ainda mais ousado. Como curiosidade, vale à pena citar que em Bragança Paulita, a Império Jovem possui um enredo muito semelhante, intitulado "Vô Batê Pá Tú Podê Bate", título de uma música de Chico Anísio, interpretada pelos Novos Baianos, também personagens do enredo da Águia.

Quanto ao samba de enredo da Escola, ele não foge muito da linha adotada pela agremiação nos últimos anos. Com excessão do desfile de 2009, no Grupo de Acesso, quando apresentou o enredo "No Swing da Pompéia, Águia de Ouro te Convida pra Dançar", os sambas da Azul e Branco não são lá grande coisa. A maioria prima pela simplicidade, com muitos versos quebrados e melodias repetitivas. O de 2012, eu considero um pouco à cima da média dos demais, o que convenhamos, não significa lá grande coisa. De letra correta, a obra até possuí alguns bons momentos, como o segundo refrão e o trecho "Bate tambor no iê iê iê pro povo balançar/O caldeirão vai ferver de cultura popular". Fora isso, nada que mereça destaque. Já a melodia é superior a letra, com variações que tem lá o seu charme e alguns trechos em notas menores que proporcionam um grande desempenho do intérprete Serginho do Porto. Assim segue a Águia de Ouro, com seus sambas controversos e seus desfiles altamente populares. Uma mistura que por incível que pareça vem dando certo.

Letra do Samba

Autores: Jairo, Fernando Sales, Tadeu e Rodrigues
Intérprete: Serginho do Porto

Águia de Ouro eterna paixão
O tesouro que guardo no meu coração
No swing da Pompéia eu vou
Na tropicália da paz e do amor

Brasil, oh pátria amada
Terra abençoada de encantos mil
Sua natureza é divinal
Paraíso de beleza tropical
A Beira Mar a Bossa Nova Nasceu
Guitarras a tocar, como isnpiração
Pra Jovem Guarda e o rock em apogeu (apogeu)
Com Caetano e Gil, a Tropicália surgiu
Em liberdade de expressão
"Caminhando contra o vento"
Ao novo tempo sem repressão

No ar, ecoam notas músicais
Pra ternizar, grandes festivais
E o talentos, o povo consagrou
E a música embalou

Sucesso no cinema
Terra em transe na tela
A arte a moda em poema
No teatro "o rei da vela"
Bate tambor pro iê iê iê pro povo balançar
O caldeirão vai ferver de cultura popular
A nave louca partiu a dor foi demais
Na luta os seus ideais (ideais)
Mas, Chacrinha tropicalista imortal
Recebe os Novos Baianos no Planeta Carnaval

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Mocidade Alegre

Enredo: "Ojuobá - No Céus, os Olhos do Rei... Na Terra, a Morada dos Milagres... No Coração, um Obá Muito Amado"

Carnavalescos: Sidnei França e Márcio Gonçalves


No ano em que completaria 100 anos, Jorge Amado é tema de homenagens por várias partes do Brasil. No Rio de Janeiro, coube a Imperatriz Leopoldinense essa honraria. Em São Paulo é a campeoníssima Mocidade Alegre que irá tranformar a vida e a obra do célebre escritor baiano em alegorias e fantasias em um brilhante desfile. O que eu posso dizer quanto a isso??? Só uma coisa: Simplesmente sensacional!!! A linha de desenvolvimento do enredo da Morada não é aquel famoso lugar comum em que a maioria das homenagens acabam caindo, pelo contrário, dé margem a grande extrapolações por parte dos carnavalesco. Pouco antes do enredo ser anunciado, conversei com o Sidnei e ele me disse que seria o maior desafio de sua carreira, porém, ainda não sabia de que se tratava. Após o anuncio entendi o que ele queria dizer, afinal, para quem está acostumado com enredos lúdicos e abstratos, uma temática afro e ainda por cima com o peso da homenagem a Jorge Amado não é para qualquer um. Mas com o talento que esses dois possuem, sei que irão nos presentear com um grandioso Carnaval. A opção pela obra Tenda dos Milagres como o plano de fundo para este desfile é talvés o grande diferencial à favor da Mocidade, pois foge da abordagem que o Max Lopes dará ao mesmo tema no Rio de Janeiro, sem contar que vai enfocar a tradição dos Ojuobás (os Olhos de Xangô, escolhidos pelo deus da justiça como seus representantes na Terra), o que da margem a uma plástica excepcional. As manifestações culturais da Bahia e os personagens libertários de Amado também não vão faltar nessa grande e merecida homenagem. É um desfile que eu aguardo com grande expectativa.


Como reza a escrita: enredo afro sempre rende bons sambas. E seguindo essa máxima, com a Mocidade Alegre não foi diferente. A obra é seguramente uma das mais bonitas do ano, com uma melodia valente e uma letra poderosa. A faixa que se inicia com uma emocionante locução da presidente Solange Bichara, logo de cara já mostra a sua força em uma exaltação ao pavilhão da Escola e a apresentação do tema na figura dos Ojuobás é apresentada com muita competência no refrão de cabeça. A primeira parte do samba é aberta com a reverência a Xangô (Kaô Kabecile) e segue abordando a vinda dos negros ao Brasil e a abolição da escravatura. À partir daí, a obra Tenda dos Milagres passa a ganhar os versos da obra de Leandro Poeta e cia. Na sequência, o segundo refrão exalta a Bahia com uma melodia fantástica que dá todo o lirismo que a temática exige. É ao meu ver o ponto alto do samba da Mocidade. A miscigenação e as raizes da religião africana em solo brasileiro são a tônica da segunda parte, onde as notas menores prevalecem até o momento de explosão que leva de volta a cabeça do samba. Enfim, não há muito o que ser dito quanto a este samba. A sua qualidade é tão grande que dispensa qualquer comentário. Só não o julgo do mesmo nível do samba do Pérola Negra, pelo fato de que ele não me passa a mesma emoção que o da Escola da Vila Madalena. Grande parte disso se deve a interpretação de Clóvis Pê, que em momento algum pode (ou deve) ser discutida e colocada em xeque, inclusive gosto muito dele, porém, o cantor não consegue me emocionar. Isso tira um pouco do brilho dessa obra que repito: é belíssima!!!


Letra do Samba


Autores: Fernando, Leandro Poeta, Renato Guerra, Rodrigo Minuetto, Thiago e Vitor Gabriel

Intérprete: Clóvis Pê


O rufar do tambor vai ecoar

Tenho sangue guerreiro, sou Mocidade

A luz de Ifá vai me guiar

Ojuobá espalha axé, felicidade


kaô Kabecile

Kaô, meu Pai Xangô!

Ouça o clamor de Ojuobá

É fogo! É trovão! É justiça!

E assim, cruxando o mar de Yemanjá

Aponta o seu oxé a nos guiar

Raiou o sol da liberdade a quebrar correntes

E nessa terra o negro vence

Com a proteção do deus de Oyó

Contra o preconceito ao seu povo

Conduz a mão que escreve um mundo novo


No Pelô... Salve a Bahia de São Salvador

Eu vou à capoeira, meu amor

Morada dos milagres, devoção e fé

Um grito de igualdade... Axé!


É mágia...

Na mistura de raças surgiu

A pele morena, linda é a cor do Brasil

Na crença, um traço cultural

E pelas ruas o povo a cantar

É arte popular que faz emocionar, o Afoxé a embalar

No Ylê a sua luz brilhou

A mão de Mãe Senhora o consagrou

Eternizado, é coroado Obá de Xangô

Jorge... Orgulho da nação

Amado... Em cada coração

Feliz, o povo canta em oração!

Rosas de Ouro

Enredo: "O Reino dos Justus"

Carnavalesco: Jorge Freitas

Disposta a apagar a má impressão deixada em 2011, a Sociedade Rosas de Ouro optou por um enredo um tanto quanto controverso no início, porém, hoje quase uma unanimidade. Assim que anunciado, "O Reino dos Justus" caiu como uma bomba nos principais foruns de Carnaval na internet e a Escola foi execrada por aqueles que se acham conhecedores do assunto. Esbravejavam aos quatro cantos que uma homenagem ao empresário e apresentador Roberto Justus era algo inaceitável, que este era um enredo oportunista, e por aí vai. Eu mesmo não havia gostado da idéia (caso realmente se tratasse apenas de uma homenagem), porém, disse em uma postagem aqui mesmo no blog que confiava no bom gosto e na inteligência do carnavalesco Jorge Freitas para sair desse "mato sem cachorro" em que a roseira parecia ter se metido. E com a mágia que envolve o mundo do samba assim que a sinopse foi divulgada as desconfianças começaram a cair. O enredo já não eratão ruim como todos achavam. A desconfiança que ainda pairava aquela altura (se é que pairava) desapareceu de uma vez por todas na maravilhosa festa que a Escola organizou para o anuncio oficial do enredo, que contou com uma mega produção assinada pelo Jorge, onde um teatro com direito a figurinos e cenários excepcionais contrastavam com uma comunidade vibrante e com a presença do personagem Robero Justus totalmente inserido no contexto histórico criado pelo carnavalesco, fazendo juras de amor a Azul e Rosa e prometendo entrar de cabeça na disputa pelo campeonato. Hoje, considero "O Reino dos Justus" um dos melhores enredos do Grupo Especial e isso aliado a plástica exuberante que pude ver no barracão da Escola, posso afirmar que a Rosas de Ouro tem chances claríssimas de conquistar o título de campeã no Carnaval de 2012.

O samba de enredo vencedor é da perceria de Léo do Cavaco e possui um tom mais popular do que as últimas obras que a roseira têm levado para o Anhembí. Em uma análise mais técnica, dá até pra dizer que o samba é fraco, porém, algumas soluções encontradas pelos compositores acabam compensando uma possível falta de qualidade tanto em letra como em melodia. Um bom exemplo do que estou falando pode ser notada já no refrão inicial da obra, onde em momento algum você vê ligação com o enredo. Alguns vão me dizer: "mas a Hungria é citada no refrão" e tal. Sim, essa citação existe, mas não é nada referente ao enredo. Ela simplesmente está ali, assim como qualquer outra coisa poderia estar. Vejam bem: "É mais que um caso de amor/Rosas de Ouro, razão do meu viver/Trazendo a Hungria no coração/E o sonho de ser campeão", é mais uma exaltação a própria Escola do que uma sequência lógica e clara do enredo. Mas não condeno, é a formula atual de se fazer sambas de enredo e como disse anteriormente, é uma tentativa de popularizar. Em outras palavras: ainda vivemos (mesmo após 20 anos) sob o efeito Ita, do Salgueiro em 1993. O restante da letra é fiel ao enredo, seguindo inclusive a cronologia da sinopse, o que facilita muito na leitura do desfile para quem está na arquibancada. Só não gosto muito do refrão de meio, pois o considero muito frio e nem as "notas altas" das quais o intérprete Darlan Alves costuma se valer em suas gravações conseguem ajudar a alavancar este trecho. A segunda metade da obra é similar a primeira, dando sequência a descrição do tema e ao final, citando o empresário Roberto Justus de maneira bem discreta e sem "puxa-saquismo", no trecho: "Um lindo conto assim se fez, Justus o menino rei...". Não é um grande samba, pelo contrário, mas tem lá os seus encantos. É só lembrar que quando foi campeã em 2010, a Rosas possuia um samba similar ou até mesmo mais fraco que o atual.

Letra do Samba

Autores: Léo do Cavaco, Rogério Morgado, Leonardo Lima, Eric Lisboa, Luciano Godói e Cleverson Japa
Intérprete: Darlan Alves

O vento sopra mágia,
Vem viajar na imaginação
Er uma vez, um reino abençoado
Onde imperava a igualdade,
Justiça e liberdade.
Em seus jardins, brotava a mais bela flor
E a rosa encantada, o lindo cenário enfeitou.
As margens de um rio, o esplendor de um brasão
É meu orgulho, minha tradição
Sou mais um guerreiro nessa multidão.

As damas da corte num doce bailar,
Exuberância sem igual.
Ao som de violinos
Um grande cortejo real.

Hei de lutar por minha bandeira
E defender meu ideal,
Mas a tirania trouxe a invasão
Na luta do bem contra o mal.
Buscando a felicidade,
A esperança cruzou o mar
E no brasil, um ser de luz nasceu para brilhar
Um lindo conto assim se fez, Justus o menino rei
Hoje... a sua história é inspiração,
Vou coroar essa conquista
Honrando as cores do meu pavilhão

É mais que um caso de amor
Rosas de Ouro, razão do meu viver.
Trazendo a Hungria no coração
E o sonho de ser campeão

Tom Maior

Enredo: "Paz na Terra e aos Homens de Boa Vontade"

Carnavalesco: Marco Aurélio Ruffin

Como diz o primeiro verso do samba de enredo da Vermelho e Amarelo do Sumaré, "Vai clarear chegou a emoção...". Não tenho a menor dúvida de que a manhã do domingo, dia 19 de fevereiro de 2012 será um dos momentos mais emocionantes da história do Carnaval paulistano. Tamanha emoção se dá pelo fato de que este será o primeiro desfile da Escola sem a presença de seu eterno presidente, Marko Antonio da Silva, o meu grande amigo Marquinho que nos deixou na manhã do dia 23 de maio em virtude de um câncer. A agremiação que após o terrível desfile de 2010 havia recuperado a auto-estima no Carnaval de 2011, sob a batuta do carnavalesco Chico Spinoza, tem agora com o retorno de Marco Aurélio Ruffin, a chance de retomar a caminhada ascendente que vinha galgando desde 2006, com o próprio Marco Aurélio. O enredo para 2012 (de autoria do ex-presidente Marko Antonio) tem a missão de reaproximar o homem de seus valores espirituais. É uma temática que vai de encontro com o momento da agremiação que terá a árdua missão de encerrar o desfile do Grupo de Elite paulistano. Será também o primeiro ano de Luciana Silva, viúva de Marko Antonio, como presidente da Tom Maior. Desde já, desejo toda a sorte do Mundo a ela!!!

O samba enredo segue a linha adotada pela agremiação desde o seu retorno ao Grupo Especial em 2005, porém, o considero inferior a obras como "Sabendo Usar... Não Vai Faltar" (2005), "Em Grandes Setões Veredas o Elo Perdido se Achou - Piauí, Terra do Sol me Encantou: Com Frank Aguiar, o Rei do Forró eu Vou" (2006) e "Uma Nova Angola se Abre Para o Mundo! Em Nome da Paz, Martinho da Vila Canta a Liberdade" (2009). A melodia pode ser considerada o ponto forte dessa obra que é altamente valorizada por mais uma magnífica interpretação do grande Renê Sobral. Assim como o samba da X-9 Paulistana, os refrões não empolgam, o que sériamente me preocupa pelo fato da Escola ser a última a desfilar no sábado (já manhã de domingo) de Carnaval. A primeira metade a obra é funcional, com versos muito bem escritos, como "Vem nessa amor... vermelho e amarelo/Sumaré chegou!", "Na proteção de um exercito celestial/Arcanjos da corte divina" e "A paz que eu sempre sonhei não pode acabar". Na sequência, o refrão mantém a característica do primeiro, mas este com um pouco mais de qualidade e empolgação. A segunda parte do samba tem a cara da Escola e é também o melhor momento da composição, onde a interpretação de Renê é mais valorizada. No final, uma bela citação ao seu eterno presidente, Marko Antônio da Silva é destaque. O trecho "Estrela, no céu a brilhar/O samba não te esquecerá/Linda trajetória, de sonhos e glórias/Um "Marko" em nossa história" é belíssimo. A comundiade do Sumaré sem dúvida alguma irá se emocionar e passar essa emoção ao público do sambódromo. Contra a Escola pesa apenas o fato de ser a última a desfilar. No geral, um samba apenas razoável.

Letra do Samba

Autores: André Nascimento, Bruno Tomageski, Carlos Dorea, Darlan Alves, Emerson Bernardes, Marquinhos Godin, Pedro Barnabé, Tom Queiroz e Vinícius Faria
Intérprete: Renê Sobral

Vem nessa amor... vermelho e amarelo
Sumaré chegou!
A nossa bateria hoje vai dar um show
É senssação, vai te levar
Na proteção de um exército celestial
Arcanjos da corte divina
Tocando o seu coração, mais amor violência não
A luta da natureza pra não sucumbir
Chega de ambição de poluir, isso não pode se concretizar
E a paz que eu sempre sonhei não pode acabar

É tempo de mudar, somos todos irmãos
E de mãos dadas vamos juntos nessa união
Fazer o bem, sem distinção, por onde for
Paz e amor

A esperança de um novo amanhecer
É a criança, abençoado ser
Se cuidarmod bem dará bom fruto
Cidadão de fé, fraterno e justo
De boa vontade, feito poucos
Que sempre lutaram pelos outros
Estrela, no céu a brilhar
O samba não tem esquecerá
Linda trajetória, de sonhos e glórias
Um "Marko" em nossa história

Vai clarear chegou a emoção
Vai levantar poeira do chão
Em Tom Maior vou conquistar seu coração

X-9 Paulistana

Enredo: "Trazendo Para os Braços do Povo o Coração do Brasil, a X-9 Paulistana Desbrava os Sertões Dessa Gente Varonil"

Carnavalescos: Rodrigo Cadete e Flávio Campello

A simpática agremiação da Parada Inglesa é outra agremiação paulistana que vem buscando se reestruturar e se reencontrar com os seus melhores carnavais. A bem da verdade, é que após a perda do seu grande presidente, Laurentino Borges Marques, a Escola não conseguiu manter a "pegada" que a consagrou duas vezes campeã do Carnaval de São Paulo (1997 e 2000). Em 2011, quando muito se esperava da X-9, a 10° colocação no Grupo Especial foi um tanto quanto frustrante para a sua comunidade. Parecia então que a Escola estava fadada a uma queda rumo ao fundo do poço, principalmente após o anuncio de um enredo que tinha como pano de fundo os 20 anos do Rally dos Sertões e os 90 anos do Modernismo. Estranho, né? Porém, quando lançada a sinopse a sacada da dupla de carnavalescos mostrou-se genial! Utilizar os cenários do sertão brasileiro onde acontece o Rally, foi sem dúvida nenhuma a opção ideal para idealizar um grande desfile, pois capacidade para isso a dupla Rodrigo/Flávio tem de sobra.

O samba de enredo da Escola é outro ponto positivo para o próximo Carnaval. A X-9, que a alguns anos vinha apresentando obras sofríveis e de gosto duvidoso, acertou a mão em cheio na escolha este ano. Sem contar que o retorno do mestre Royce do Cavaco como o intérprete oficial da agremiação tricolor pode ser considerada a "cereja do bolo" pelos lados da Parada Inglêsa. Em grande forma, o cantor será um dos grandes trunfos da Escola na busca por uma grande colocação. O samba em sí não é nada excepcional, mas é correto e com uma letra bem descritiva. De longe o melhor da Escola desde "Nascemos Para Cantar e Também Sambar", de 2005. Algo inusitado e que ao meu ver funcionou muito bem, é que os refrões, tanto de cabeça, como o central não são o momento de explosão da obra. O primeiro até tem o seu momento mais "animado" com os versos "Sou X-9 guerreira, levanto a bandeira/Dessa gente varonil/Trazendo pros braços do povo/O coração do Brasil", mas mesmo assim é algo mais cadenciado e lírico. A primeira metade da obra é uma exaltação as belezas naturais do nordeste brasileiro, com citações as matas, a fauna, a flora e os contrastes sociais da região. No segundo refrão, os mestiços e sertanejos são lembrados. Novamente o estribilho se destaca pelo lirismo. A segunda metade do samba faz alusão as festas típicas nordestinas como o bumba-meu-boi, folia de reis, maracatu e a festa do Divino. No trecho final, a citação ao Rally dos Sertões é feita com sutileza em versos muito bonitos: "Chegou a hora da largada/Além do horizonte encontrar/A consagração e o orgulho de ser campeão". Dentro da proposta da Escola, um bom samba em um ano de autos e baixos na safra.

Letra do Samba

Autores: Aquiles da Vila, Raphael, Maurício Paiva, Marquinhos Boldrini, Rig, Wagner e André Nova União
Intérprete: Royce do Cavaco

Sou X-9 guerreira, levanto a bandeira
Dessa gente varonil,
Trazendo pros braços do povo
O coração do Brasil

No ar, o cheiro da arte
Herança moderna é cultura popular
Meu rally desbravando os sertões
Rumo a "terras sagradas"
Progresso, aventura e emoções
Lá vou eu nessa jornada
Brasil, abençoado pelo astro-rei
Cenáriod e contrastes e mágia
Reluz, o verde das matas
No céu, lindas serenatas
A fauna e aflora em harmonia
Salve o nosso chão de cada dia

Sou mestiço, brasileiro
Setanejo, sim senhor!
Ao som da viola, te faço sambar,
Meu amor!

Festeiro esse povo canta e agiganta meu país
Tem Bumba-meu boi, bumbá
Tem festa de Reis, obá
É tão divino meu Maracatu (poeira, poeira)
Nessa viagem, diversas linguagens
Folclore e tradições
Brasil solidário, missão social
O meio ambiente é fundamental
Chegou a hora da largada
Além do horizonte encontrar
A consagração e o orgulho de ser campeão

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Pérola Negra

Enredo: "A Pedra Que Canta Também Samba - Itanhaém, Hoje a Pérola é Você!"

Carnavalesco: André Machado

A Escola de Samba que mais me emocionou no Carnaval de 2011, demonstra claramente que não se abateu com a absurda colocação a ela atribuída e após maravilhar o Anhembí com um enredo sobre o profeta Abraão, agora é a vez da cidade litorânea de Itanhaém ser retratada em mais um belo desfile com a assinatura do carnavalesco André Machado. Se voltarmos alguns anos no tempo, vamos nos lembrar de 2008, quando a Pérola homenageou a cidade de Jaguariuna, em um desfile bastante comentado sob a batuta do então carnavalesco Delmo de Moraes (hoje nos Gaviões da Fiel). Portanto, não é a primeira vez que a Escola faz um enredo C.E.P. como muitos afirmam. Geralmente essas cidades do litoral paulista possuem uma história bastante rica, com refistros de aldeias indígenas em suas terras, passagens de bandeiras e expedições rumo a costa do Estado, enfim... Em 2006, o Vai-Vai homenageou São Vicente, acredito que as histórias sejam um tanto quanto semelhante. Mas isso não quer dizer absolutamente nada, afinal, o estilo e toda a capacidade do André em elaborar, pensar e executar um grande carnaval são hoje um diferencial e tanto á favor da agremiação da Vila Madalena. Nos últimos anos a Pérola tem nos brindado com grandes apresentações (embora as colocações sejam sempre contestadas e absurdas para o nível de trabalho apresentado) e acredito que em 2012 não será diferente. Quem sabe não chegou o ano da Escola??? Vou torcer para isso!!!

Que maravilha!!!
Na minha opinião, pelo terceiro ano consecutivo a Pérola Negra tem o melhor samba enredo do Grupo Especial. É incrível como os compositores da Vila Madalena tem a capacidade de ano após ano e nunca fugindo de suas característicar, o que é mais importante, apresentar obras de extrema qualidade. Foi assim com "Vamos Tirar o Brasil da Gaveta", em 2010; em "Abraão, o Patriarca da Fé", em 2011 e agora, em 2012 com "A Pedra Que Canta Também Samba". A composição da parceria do campeoníssimo Mydras, prima pela simplicidade nos versos e na força da melodia. O poder dos refrões desta obra também é algo impressionante. A cabeça do samba é mais do que perfeita, pois narra a história que está sendo exposta no enredo de maneira direta, sem cliches baratos ou a famosa "poesia em demasia", que alguns compositores costumam utilizar com o único intuito de "enrolar" o ouvinte para no final não dizer absolutamente nada. Nesta primeira parte destaca-se o trecho "Canoa de fé, esperança/O pescador não se cansa/'Rio acima' sempre alcança/O amor do Criador". É poesia pura! A transição é feita da mesma maneira que no refrão principal, sem deixar em momento algum de dar sequência a narratica do enredo, mas com a empolgação e força que o estribilho pede. A segunda metade da obra no entanto, consegue ser ainda mais bela que a primeira. Logo no primeiro verso após o refrão já podemos constatar o lirismo da letra em "Divina a cidade está em festa/Saudando a bandeira da corte imperial". É aí que chegamos ao momento que considero o "climax" do samba enredo da Pérola Negra: "'Soca no pilão' mantendo a tradição/Perfeição... das belas mulheres de areia/No paraíso encontrei/O abraço cortês e gente festeira/Na praia... o calor da amizade/Um banho... de felicidade/Presente de Deus, maravilhosa jóia rara/Itanhaém meu coração é caiçara". Essa sucessão de versos chega até a me emocionar. É absurdamente lindo. E então, retorna ao primeiro refrão sem nenhuma quebra, sem nenhuma nota "atravessada" e na mais perfeita sintonia. Nota 10, com louvor. E não poderia deixar, é claro, de comentar a excepcional performance do intérprete Douglinhas, na gravação. O "baixinho" deu um verdadeiro show, mostrando porque é um dos melhores da atualidade. Nem tenho mais o que dizer, só quero agradecer aos poetas Mydras, Carlinhos, Bola, Regianno, Michel, Tigrão, Serginho, Guga Mercadante, Marcelo Soares e Tião, por nos presentearem com um samba de enredo de tamanha qualidade!!!

O Carnaval mais uma vez agradece!!!

Letra do Samba

Autores: Mydras, Carlinhos, Bola, Regianno, Michel, Tigrão, Serginho, Guga Mercadante, Marcelo Soares e Tião
Intérprete: Douglinhas Aguiar

Rica herança a cintilar
Que em solo brasileiro fez brotar
O colonizador impôs sua maneira
E o índio rezou
Benditas histórias, são flores no chão
Aquarela de inspiração
Reluz Amazônia paulista
Traduz a beleza infinita
Canoa de fé, esperança
O pescador não se cansa
"Rio acima" sempre alcança
O amor do Criador

Ta no peito de quem ama, no brilho do olhar
Gira baiana vem abençoar
O meu caminho de fé, o povo em devoção
Oh padroeira imaculada Conceição

Divina a cidade está em festa
Saudando a bandeira da corte imperial
"Soca no pilão" mantendo a tradição
Perfeição... das belas mulheres de areia
No paraíso encontrei
O abraço cortês e gente festeira
Na praia... o calor da amizade
Um banho... de flicidade
Presente de Deus, maravilhosa jóia rara
Itanhaém meu coração é caiçara

É nessa onda que a Vila Madalena diz no pé
Meu samba no balanço da maré
A Pérola que brilha hoje é você
Pedra que canta o Mundo vai te conhecer

sábado, 17 de dezembro de 2011

O adeus ao grande mestre

A notícia que certamente nenhum sambista estava preparado para receber chegou na manhã deste sábado (17/12). Mais precisamente às 10:55 h.

Morria no Maranhão o carnavalesco Joãosinho Trinta (foto), de 78 anos.

João Clemente Jorge Trinta ao chegar ao Rio de Janeiro, prinmeiramente estudou balet e integrou o corpo de baile do Theatro Municipal, onde paralelamente a dança, aprendeu técnicas de cenográfia, o que futuramente lhe renderia as maiores glórias de sua vida artística.

Em 1963, por convite de Arlindo Rodrigues, passa a integrar a equipe do carnavalesco então nos Acadêmicos do Salgueiro, Escola onde João trabalhou ao lado de grandes mestres, como Fernando Pamplona, Mária Augusta Rodrigues, Rosa Magalhães, além é claro do próprio Arlindo.

Em 1973, após a saída da dupla Pamplona/Arlindo, Joãosinho assume ao lado da cenógrafa Mária Augusta a confecção do Carnaval da Vermelho e Branco. Com o enredo "Eneida, Amor e Fantasia", homenageando a escritora paráense Eneida de Moraes, o Salgueiro conquistou a 3° colocação naquele ano e o trabalho de João se consolidou. Em 1974 e 1975, o carnavalesco conquistava os seus primeiros títulos, com "O Rei de França na Ilha da Assombração" (1974) e "O Segredo das Minas do Rei Salomão" (1975).

Ainda durante o ano de 1975, João deixa o Salgueiro por não concordar com a maneira como Osmar Valença, então presidente da Vermelho e Branco vinha administrando a Escola e por intemédio do bicheiro Aníz Abraão David, desembraca em Nilópolis para fazer o carnaval de 1976 da então pequena e obscura Beija-Flor, agremiação que se caracterizava na época por enredos que exaltavam o Regime Militar.

Logo em seu primeiro ano na Azul e Branco, João foi campeão com o enredo "Sonhar com Rei dá Leão", falando sobre o jogo do bicho. Era apenas um prenúncio do que viria. Em 1977, com "Vovó e o Rei da Saturnália na Corte Egípciana" veio o bi-campeonato, e em 1978, com o antológico "A Criação do Mundo na Tradição Nagô", o terceiro título para a Escola de Nilópolis.

Ainda na Beija-Flor, conquistou os títulos de 1980 (O Sol da Meia Noite, uma Viagem ao País das Maravilhas) e 1983 (A Grande Constelação das Estrelas Negras).

Após o Carnaval de 1992, Joãosinho Trinta deixa a Beija-Flor e depois de ficar de fora dos desfiles de 1993, acaba chegando a Unidos do Viradouro, onde em 1997, o carnavalesco conquistou o seu último título no Grupo Especial com o impactante "Trévas, Luz: A Explosão do Universo", em um Carnaval que ficou marcado pela pusadia do uso do preto em fantasias e alegorias.

João trabalhou ainda na Acadêmicos do grande Rio (2001 a 2004) e na Unidos de Vila Isabel (2005), sua última Escola de Samba.

Desde 2006, vinha se tratando no hospital Sarah Kubitschek, em Brasília.

João morreu pobre, mas deixou um legado que jamais se perderá. O carnavalesco re-inventou o Carnaval, no melhor sentido da palavra re-inventar. A famosa frase: "Intelectual gosta de iséria, pobre gosta é de luxo", musou de uma vez por todas a visão que as pessoas faziam das Escolas de Samba. A Baija-Flor de Joãosinho Trinta foi a visão mais do que perfeita da estética que revolucionou a história da Folia no Brasil.

A grandiosidade das alegorias e o apuro nas fantasias eram definitivamente as marcas desse artista, que hoje, "deixou a vida para entrar para a história", como brilhantemente fora apregoado por Getúlio Vargas em uma de suas mais marcantes frases.

Nós, carnavalescos, amantes do Carnaval e até mesmo aqueles que não se rendem as maravilhas do maior espetáculo da terra, reconhecem e concordam que o menino João foi o maior naquilo que fez. Sua obra está imortalizada, assim como o seu nome.

Joãosinho Trinta foi o retrato de um povo, do povo que vive as dificuldades da vida mas nunca desiste de plantar suas raizes em vasos mais belos.

Descanse em paz, oh grande mestre!!!

João Clemente Jorge Trinta

*1933 - + 2011

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Império de Casa Verde

Enredo: "Na Ótica do Meu Império o Foco é Você"

Carnavalesco: Roberto Szaniecki

O Tigre Guerreiro busca uma reestruturação quase que total após os fiascos de 2010 e 2011.

A agremiação que pintou em 2005 como uma grande potência do Carnaval paulistano, alternou entre bons e maus momentos após a conquista do bi-campeonato em 2006. De lá pra cá, apresentou enredos controversos e andou pecando grosseiramente na parte plástica de seus desfiles, o que era o seu maior trunfo em meio as conquistas. Junior Marques, até então intocável pelas "bandas" da Casa Verde perdeu voz de comando dentro da Escola e de quebra, ainda viu a chegada do novo presidente, Alexandre Furtado. Em meio a esse processo, o retorno do carnavalesco Roberto Szaniecki (campeão com a Escola em 2006 e 5° colocado em 2009) é benéfico para ambos os lados: para o Império que procura retomar a sua identidade visual, e ao artista que urgentemente carecia de respirar novos ares, uma vez que o desgaste após uma série de carnavais inacabados desgastou o seu nome no Rio de Janeiro (foi dispensado da Porto da Pedra pouco mais de três meses após ser contratado). Quanto ao enredo: é desafiador, uma proposta pouco usual mas que pode gerar um grande desfile, afinal, será aquela conhecida volta ao Mundo que sempre acaba em Carnaval.

Tenho muito carinho pelo Império e torço para que volte a seus melhores dias!!!

A obra escolhida para embalar a Escola em 2012 é muito boa, melhor do que tudo que ela vinha apresentando nos últimos anos. Os sambas de enredo do Império desde sua chegada ao Grupo Especial em 2003, nunca foram o forte da agremiação, com excessão do ano de sua estréia (Nhô João, Preto Velho Milagreiro e Profeta de Todos os Deuses lá Pelas Bandas do Cafundó) e 2007 (Glórias e Conquistas - a Força do Império Está no Salto do Tigre), a Azul e Branco nunca foi uma excelencia no quesito, muito pelo contrário, é dona de sambas de gosto duvidoso e que raramente empolgam o público nas arquibancadas do Anhembí. A composição de Turko e cia. pode não ser um arrasta quarterão, mas tem os seus momentos de animação. A força dos refrões é ideal para uma agremiação que pela primeira vez desfilará no inicio da noite de sexta-feira (segunda a desfilar), eu particularmente acredito muito na força de "To nessa onda de esquimó e voa zoar...". Deve render alguma coisa. O mais impressionante é que de um tema pouco concreto, surgiu uma cronologia até certo ponto surpreendente dentro do samba, pois quem leu a sinopse do enredo, pode identificar todos os principais momentos da mesma na letra. As variações melódicas à partir da saída do segundo refrão são merecedoras de destaque. Sem contar a interpretação de Carlos Júnior que dispensa comentários, é simplesmete fantástica. É uma boa obra em meio a uma safra apenas regular.

Letra do Samba

Autores: Turko, Bruninho, Jorginho Soares, Maradona, Didi Pinheiro, Luís Feracini, Fabiano Sorriso e V. Tomageski
Intérprete: Carlos Júnior

Vem meu amor
Olha pra mim, sou Casa Verde na avenida
Vem pra ver, esse viagem que fascina
Brilhou o Sol do Egito
No vidro a transformação
Surgiram criações
Moldaram a história, das civilizações
Da literatura a proteção solar
Clara e cristalina para exergar
Poder de aumentar
Visualizar, fotografar

To nessa onda de esquimó e vou zoar
Pra embalar, tem rock pra gente dançar
Vou mergulhar na moda de um profissional
Entrar em cena nossa tribo é carnaval...

Tão pequenino pra ver
Mas nas lentes vou ter a precisão
Tanta beleza nessa noturna visão
Eu vi do céu a terra é azul
No raio de luz, técnologia
Posso observar toda a mágia
Que tem o universo
Se Deus é por nós
Minha caçula canta em uma só voz
És a razão do meu viver, meu bem querer
O foco é você

Refletido no espelho... eu ví
Na imágem meu Império... feliz
E na lente uma visão que faz sonhar
Lá vem o tigre seduzindo o seu olhar

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Dragões da Real

Enredo: "Mãe, Ventre da Vida e Essência do Amor"

Carnavalesco: Eduardo Caetano

E lá vamos nós...

Estreando no Grupo Especial, a Dragões da Real apostou todas as suas fichas em um enredo que ao meu ver não tem nada a acrescentar ao Carnaval. Aí você me pergunta: Como isso? Você é orfão? Não meus amigos, como todo mundo tenho mãe e podem ter certeza de que a amo muito. O fato é que a exemplo do que falo no Rio de Janeiro a respeito do enredo da Grande Rio para 2012, tenho a nítida impressão de que o enredo da Dragões é simplesmente para gerar compaixão e comoção por parte do público e dos jurados. Afinal de contas, quem não se derrete por sua mãe? Só que eu não acho que isso seja suficiente. Vejo declarações do presidente da agremiação, Renato Remondini de que o Carnaval da Dragões será algo fora do comum, que certamente ficarão entre as 5 primeiras e tal. Ok, pode realmente acontecer, mas eu não imagino um trabalho tão senssacional por parte do carnavalesco Eduardo Caetano, pelo menos por tudo que ele já tenha feito até hoje. Me lembro apenas do Carnaval da Mancha Verde de 2005 (coicidentemente sua estréia na Elite) como um "baita" desfile assinado pelo Eduardo, no mais, nada muito relevante. Sei que vou comprar briga, mas acho inclusível que a Dragões subiu exatamente quando não merecia. Considero os desfiles da Escola de 2008, 2009 e 2010 muito superiores ao campeão de 2011. Mas aí é uma questão pessoal.

O samba enredo da agremiação foi apontado recentimente por leitores (leigos) do site SRZD Carnavalesco como o melhor entre as 14 obras do Grupo Especial de São Paulo. Menos, bem menos. De duas uma: ou os são paulinos se uniram para votar em peso, ou os cariocas estão mais uma vez hostilizando o Carnaval paulistano. Acho o samba comum, bem comum. Tem um bom refrão de cabeça e nada mais. O que valoriza e deixa esse samba muito mais audível é a interpretação magistral do sempre eficiente Daniel Collete, que fez muita falta ao Grupo Especial em 2011. A sua letra é correta, de fácil leitura e entendimento, o que favorece na hora da avaliação por parte dos jurados. O mais importante: está na ordem cronológica do desfile, o que eu gosto muito, pois quem está na arquibancada consegue entender a passagem da Escola de maneira muito mais simples. Agradecemos. O seu melhor momento se dá no trecho "O seu olhar me viu nascer, crescer, viver/E ser quem sou...". Outro ponto positivo ao meu ver está no fato dos versos serem curtos, o que facilita consideravelmente a vida dos componentes. A sua melodia é alegre e tenta provocar o primeiro sacode na noite de sábado, mas eu acho que assim como acontece com o Camisa na noite de sexta-feira, ainda falta um "Q" de popular. Não tenho dúvidas no entanto que a torcida do Dragões cantará a plenos pulmões. No geral, eu esperava muito mais dessa Escola em seu primeiro ano de Grupo Especial.

OBS: não sabia que em São Paulo um compositor poderia assinar mais de uma composição num mesmo grupo (Rigolon).

Letra do Samba

Autores: Dico, Eduardo Leão, Wagner Rodrigues, Rigolon e Rico
Intérprete: Daniel Collete

É ela, a Mãe "Natureza",
O Ventre da Vida
Sua Essência é o Amor!
Oh Mãe, sua luta é minha inspiração,
Venceu batalhas, me deu proteção
O seu olhar me viu nascer, crescer, viver
E ser quem sou,
Pois sua voz vai sempre me educar
Em suas mãos vou melhorar,
O tempo nunca vai nos separar

Felicidade e Alegria
Ao me ensinar a Oração
Cantamos juntos, naquele dia
Com muita fé e devoção!

Tem mãe levando a culpa
Com os erros do filho no jogo
A mãe de minha flor
"Por ela eu ponho a mão no Fogo"
Tu és a forma divina de expressão
Sentimento verdadeiro
Vai além da explicação
Guardei na memória, é tão bom recordar
Eu sua História eu vou me espelhar
Um sonho real, "Ser Especial"

Quem é que não te ama nessa passarela?
Que linda homenagem, Dragões!
Aplausos guerreira, brilhou sua estrela
Em nossos corações!

Camisa Verde e Branco



Enredo: "É o Amor"


Carnavalesco: Anselmo Britto


Uma das mais tradicionais agremiações do Carnaval paulistano retorna ao Grupo de Elite após 3 anos desfilando no Acesso.


Com o enredo "E o Amor", o Camisa Verde e Branco busca se reafirmar entre as grandes Escolas e logo de cara arrebatar uma expressiva colocação. Para isso, o presidente Ribamar de Barros mudou totalmente a maneira de administrar a agremiação e apostou no carnavalesco Anselmo Britto, que vinha de 5 carnavais à frente da Imperador do Ipiranga, com a qual teve a oportunidade de abrir por 2 vezes (2007 e 2010) o desfile do Grupo Especial. Agora em uma Escola tradicional e de massa, Anselmo tem o seu verdadeiro "teste de fogo" na busca pela afirmaçãoq ue tanto ele, quanto a Verde e Branco da Barra Funda buscam.


Para um enredo batido e aparentemente simples, a opção por uma obra sintética e sem maiores invenções parecia óbvia, porém, o Camisa apostou exatamente no contrário, em um samba valente e até certo ponto complicado. A letra é bastante abrangente, com direito a palavras pouco usuais como "platônico" e "inexplicável", mas em ambos os casos, as citações estão dentro do enredo, por isso, não comprometem em momento algum. A melodia no entanto me parece um tanto quanto complexa para uma Escola que vai abrir a primeira noite dos desfiles do Carnaval de São Paulo, uma vez que todos sabemos das difículdades e do descaso dos jurados que sempre atribuem notas baixas a essas agremiações. Outra coisa que também não gostei muito foi da interpretação de Agnaldo Amaral no CD, é experiente e também um grande intérprete, porém, vem colecionando atuações apagadas nos últimos anos. Não considero um samba ruim, mas quando se fala em Camisa, logo lembro de sambas do porte de "Sonho Colorido de um Pintor" (1971), "Amor, Sublime Amor" (1981), "Negros Maravilhosos - Mutuo Mundo Kitoko" (1982), "Barra Funda Estação Primeira" (1987), "Talismã" (1993) e "Das Vinhas ao Vinho - Do Profano ao Sagrado, uma Viagem ao Mundo do Prazer com o Nectar dos Deuses" (2006).


Fica a torcida para que o samba "aconteça" na avenida!!!


Letra do Samba


Autores: Anderson Banana, Rodney Cheto, Fábio Bagalho, Rodrigo CP, Rafinha e Xuxa do Cavaco

Intérprete: Agnaldo Amaral


É verde e branco o meu amor

Meu pavilhão, minha paixão

Eu sou Camisa onde for

O trevo é meu coração


Sinta o romance no ar, é o amor

Conquistando os corações, o cupido me flechou

Emoções, lindas estórias e loucuras

Platônico, o Sol enamorado pela Lua

É divinal, é imortal e vai se propagar

Inexplicável pode transformar e mudar a humanidade

Na obra de arte, do imperador, a dor de uma saudade que ficou

Flores num lindo jardim, personagens de amores sem fim

É puro e verdadeiro, o meu orgulho de ser brasileiro!


Ora ie ieo Mamãe Oxum

Deusa do amor, conduza minha fé

É o povo clamando, em uma só voz

Em cada um de nós derrame seu Axé


Um gritod e gol, ecoa no ar

É universal, não dá pra negar

Sem preconceito eu sou, é colorido o amor

Estenda a mão, ao seu irmão

Como é nobre o gosto de doar

E o vento levou, embora a tristeza

Do outro lado da vida existe a beleza

Nas ondas do rádio, casais apaixonados

Na tela do computador a esperança

Respeite o direito de uma criança

Mascarados no salão, é carnaval, vou te beijar

A Furiosa, faz você se apaixonar

Análise dos sambas de enredo de São Paulo

Conforme prometido no início desta semana, à partir de hoje estarei postando as análises acerca dos sambas de enredo das Escolas de Samba do carnaval de São Paulo 2012.

O procedimento será exatamente o mesmo utilizado para com as agremiações cariocas, sendo assim, começarei com a 14° faixa do CD (Camisa Verde e Branco) e seguirei em ordem decrescente até a campeã de 2011, a Vai-Vai.

A quantidade de postagens pode variar de um dia para o outro, portanto, acompanhem e não deixem de comenatar, a opinião de vocês é sempre bem vinda!!!

O retorno do Camisa



Ontem, em meio a vários tópicos na comunidade CARNAVAL DE SÃO PAULO, no orkut, me deparei com um vídeo do programa "Grito de Carnaval", da Justtv, de uma visita do apresentador Nil Fernandes ao barracão de uma das mais tradicionais Escolas de Samba da capital paulista, o Camisa Verde e Branco.


No vídeo, o carnavalesco Anselmo Britto (na foto ao lado do apresentador Nil Fernandes) ciceroneou a equipe do "Grito de Carnaval" pelo seu barracão e mostrou o quanto a Escola da Barra Funda está adiantada em seus preparativos para o Carnaval de 2012.


A comunidade está (e com motivos de sobra) empolgada com o que vê e já cravou: "O Camisa vem para brigar por uma vaga no desfile das campeãs".


Não duvido que o Camisa até consiga essa proeza, afinal, tem capacidade e competência para isso. Sua comunidade é fortíssima e como se não bastasse, a agremiação é 9 vezes campeã do Carnaval paulistano.


Porém, vejo que o tão elogiado e exaltado barracão da Escola não tem absolutamente nada de extraordinário. Ao contrário, é totalmente lugar comum. Cheio de soluções óbvias e alegorias que mesmo sendo inéditas, dão uma incrível senssação de dejavu.


Isso não quer dizer que as cosias estejam ruins, muito pelo contrário, achei as esculturas de muito bom gosto e bem realizadas, com acabamentos (as que já estavam prontas) requintados e com materiais caros. Vê-se que o dinheiro está sendo muito bem empregado no barracão.


O meu único senão quanto ao que vi até agora fica por conta do tecido utilizado no carro alegórico de Oxum. Achei muito "forçado".


Eu aposto na permanência do Camisa Verde e Branco no Grupo Especial, mas em uma posição muito mais modesta (entre a 10° e a 12° colocação). Mas só de alcançar este feito já está de bom tamanho. Afinal, nunca é de mais lembrar que em 2010, o mesmo Anselmo Britto apresentou um desfile maravilhoso pela Imperador do Ipiranga (também primeira Escola a desfilar na noite de sexta-feira) e uma grande e injusta sequência de notas baixas acabou por rebaixar a agremiação na penúltima colocação no geral.


Curiosamente, as alegorias também eram a aposta da Imperador naquele ano.


Mas Camisa Verde e Branco, é Camisa Verde e Branco, tem tradição e uma comunidade maravilhosa.


Tudo caminha mesmo para que em 2012, a Verde e Branco realize o seu maior desfile de todos os tempos!!!

Parada de Natal agita o centro de Bragança



Na noite da última terça-feira (13/12), aconteceu a Primeira Parada de Natal, realizada pela secretária de cultura e turismo e a prefeitura municipal de Bragança Paulista.


O cortejo que teve início as 20:15 h. com saída do pátio do Palácio Santo Agostinho, percorreu as principais ruas do centro da cidade e chamou a atenção da população que se aglomerou pelas calçadas e janelas das casas e apartamentos para conferir o evento, até então inédito na cidade.


Por se tratar de uma novidade, a plástica ficou devendo um pouco mais de esmero por parte da equipe que desenvolveu os 9 carros alegóricos que desfilaram pelas ruas do centro. A falta de personagens vindos no chão também comprometeu um pouco a parte estética. Mas o que vale mesmo é o esforço do secretário de cultura, Raúl Lencine (que eu tenho criticado muito ultimamente pela postura e principalmente por não ser uma pessoa ligada a cultura) em proporcionar mais atrações natalianas à cidade.


Os cerca de 60 figurantes que desfilaram na Parada estavam muito bem trajados, e aí vai o elogio aos figurinistas que trabalharam nos bastidores. Bailarinas, Soldadinhos, Rainhas do Gelo, Princesas, Duendes e muitas Mamães Noéis, desfilaram seu encanto em meio as alegorias.


Fico na torcida para que o evento não tenha ocorrido pela primeira e única vez (como já aconteceu com alguns projetos da Prefeitura Municipal). Assim, a tendência é que a cada ano possam se aperfeiçoar e que ao longo dos próximos anos tenhamos uma Parada de Natal de respeito e a nível nacional.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Eleita "Garota da Capa" do Carnaval 2012



Foi eleita na noite do último sábado (10/12/2011), com grande festa na quadra da Nove de Julho, a Garota da Capa, que ilustrará a 7° edição da Revista do Carnaval de Bragança Paulista.


Em um evento que contou com a participação das 9 agremiações filiadas a LIESB (Liga Independente das Escolas de Samba de Bragança Paulista), saiu vencedora a modelo Shaiane Rizardi (foto), de 20 anos, representante da Caprichosos Saada.


Shaiane, que recentemente foi 3° colocada no Miss Bragança, será a capa da publicação anual que trás as principais informações do Carnaval de Bragança Paulista e de suas agremiações.


A previsão inicial é de que a Revista do Carnaval 2012 seja lançada no dia 14 de janeiro, durante a escolha da corte do Carnaval, que acontece tradicionalmente no Ginásio de Esportes Dr. Lourenço Quilice.


Parabéns a grande vencedora!!!

Sambas Enredo de São Paulo



Este ano, diferentemente do que vinha acontecendo nos últimos dois anos onde eu sofri até conseguir comprar o meu Kit com o CD dos sambas de enredo mais a Revista do Carnaval de São Paulo (foto), me antecipei e já tenho em mãos o produto, dois dias após o seu lançamento!!!


Ouvi apenas uma vez os CD's (Especial e Acesso) até agora, porém, já dá para perceber algumas obras de qualidade.


Assim como foi feito com os sambas das 13 agremiações que compõe o Grupo Especial do Carnaval do Rio de Janeiro, também irei analisar e comentar os 14 sambas de enredo das Escolas de Samba da Elite do samba paulistano.


Em breve, também irei comentar o CD com os sambas de enredo de Bragança Paulista, lançado com festa no último sábado 10/12/2011, na quadra da Nove de Julho.


Fiquem ligados!!!