quinta-feira, 7 de abril de 2011

"O cenário é perfeito..."

O que foi o Salgueiro em 2011???

Eu estava assistindo ao desfile atentamente esperando pela passagem da minha Mocidade Independente de Padre Miguel, me recuperando do emocionante desfile da União da Ilha do Governador, quando tem início um impactante desfile.


Meus amigos, a Acadêmia do Samba estava entrando e gritando para quem quisesse ouvir: "Sai da frente que chegou a campeã".

Conhecendo o trabalho do genial Renato Lage (maior carnavalesco em atividade, na minha opinião), desde o anúncio do enredo "Salgueiro apresenta: o Rio no Cinema", já dava para se esperar mais um trabalho magnífico do artista. Mas o que eu vi entrar na Marquês de Sapucaí, na noite de 7 de março, foi algo de outro Mundo.

Desde a comissão de frente até a última alegoria, o Salgueiro estava perfeito.

Mas o que ninguem esperava era os problemas com os carros alegóricos que a Escola enfrentou durante práticamente toda a sua passagem pela avenida.

Uns dizem que os contratempos eram oriundos do tamanho exagerado das alegorias. Outros que os culpados eram os diretores responsáveis pelos carros. Alguns chegaram até a culpar o carnavalesco, Renato Lage, por ser o autor do projeto. Um absurdo culpar esse cara.

Ainda sem nenhum pronunciamento oficial dos âncoras da transmissão da Globo, era nítido que algo estava acontecendo com a Escola, já que o carros do cabaré ficou na tela da Tv por quase meia-hora.

Eu devo adimitir, fiquei desesperado por ver um trabalho tão belo ser prejudicado exatamente em seu momento de glória.

O público também via assim, uma vez que se desesperava junto com todos os salgueirenses que naquele momento, rezavam para todos os santos para que os problemas fossem rezolvidos.

Para um profissional, é triste ver o seu trabalho ser jogado literalmente no lixo por um acidente pouco comum nos dias de hoje.

Se formos falar especialmente da estética salgueirense, tudo o que eu possa vir a escrever aqui não é suficiente para descrever a beleza e a riqueza que a Vermelho e Branco levou para a Sapucaí em 2011. As alegorias eram deslumbrantes, ricas em idéias, bem desenvolvidas e exbanjando requinte e bom gosto. Destaque para o maravilhoso carro que fazia alusão direta ao filme "Rio", com o avião e as áraras azuis. A melhor alegoria do ano. As fantasias do casal Lage (Renato e a esposa Márcia) como sempre estavam pra lá de luxuosas.

O Salgueiro sobrou em 2011.

Quesitos técnicos: harmonia e evolução comprometidas pelo problema das alegorias; conjunto simplesmente brilhante; mestre-sala e porta-bandeira deslumbrantes e bateria excepcional. A Furiosa do Salgueiro sob o comando do méstre Marcão, deu mais um show de ritmo na avenida. A comissão de frente da Acadêmia foi outro ponto alto na apresentaçã o de 2011. Leve, simples, bem vestida e com um verdadeiro espetáculo de dança e coreográfia. Quesitos básicos: enredo muito bem desenvolvido e samba enredo competente e bastante descritivo.

O Salgueiro vive durante esse mês um processo eleitoral importantíssimo. A atual presidente Regina Duran, que vem reestruturando a Escola e fortalecendo-a cada vez mais, tem tudo para bater a oposição comandada pelo ex-presidente (e por coincidência, seu ex-marido), Luis Augusto Duran, o Fú.

A permanência dos principais nomes da Acadêmia do Samba também parece estar assegurada. Com Renato e Márcia Lage no comando artistico do Carnaval salgueirense, a briga pelo título de 2012 parece estar assegurada. Além disso, a manutênção do casal de mestre-sala e porta-bandeira, Sidclêy e Gleyce Simpátia, do méstre de bateria, Marcão e do trio de intérpretes Quinho, Serginho do Porto e Leonardo Bessa, o Salgueiro parece ir buscar o que deixou escapar em 2011.

Acredito que juntamente com a Unidos da Tijuca, é a grande potência da atualidade. Pois a sua força vem da competência e do trabalho de profissionais sérios e respeitados, não de forças ocultas de influências televisivas (cutucando mais uma vez...rs).

"Hoje eu quero brindar, a Ilha..."

Quando eu acordei na manhã de 7 de fevereiro e fui surpreendido com a triste notícia do incêndio na Cidade do Samba, fiquei extremamente chateado. Pior, fui aos prantos quando soube que um dos barracões atingido pelas chamas era o da União da Ilha do Governador.

A tristeza toda se explicava pelo fato de a agremiação Insulana ter o melhor barracão da fase pré-carnavalesca entre todas as Escolas de Samba do Grupo Especial do Carnaval carioca.

Naquele momento, só uma coisa me vinha a cabeça: porque a Ilha???

Ver o carnavalesco Alex de Souza, fazendo o levantamento do que foi perdido no incêndio foi uma das cenas mais tristes que eu presenciei na minha vida.

Mas a Ilha é guerreira...

Em 25 dias a Tricolor se reconstruiu. Assim como a lendária fênix da mitologia, a União da Ilha estava pronta para entrar na avenida. Tão linda quanto no projeto apresentado por Alex, em meados de maio de 2010.

Além da emoção que tomou conta de todos os amantes do Carnaval durante o desfile da Escola, a simpática agremiação Insulana contava com o apoio de todos, que cantaram seu samba, aplaudiram seus componentes e vibraram como nunca, com a passagem das belas fantasias (a maioria delas reconstruídas) e dos maravilhosos carros alegóricos.

As alegorias, por sinal, foram as melhores do ano. Ou melhor, o conjunto alegórico foi o melhor que eu já vi na minha vida. E olha que acompanho Carnaval à 18 anos.

Quesitos técnicos: harmonia, evolução e conjunto a contento; mestre-sala e porta-bandeira elegantes e com um estilo tradicional que muito me agrada; bateria excelente, como é comum a União da Ilha. Comissão de frente emocionante e com uma fantasia simples e belíssima. Nos quesitos básicos, o enredo se mostrou poderoso, ganhando um bom desenvolvimento e gerando uma plástica invejavel. O samba enredo por sua vez, apesar de muito criticado nos fóruns de Carnaval da internet, serviu ao propósito do desfile e foi como sempre, muito bem interpretado pelo grande Ito Melodia.

Por falar em Ito, o filho do saudoso méstre Aroldo Melodia, levou pelo segundo ano consecutivo o Estandarte de Ouro de melhor intérprete do Grupo Especial.

Para 2012, a Ilha aposta na continuidade do trabalho de seus profissionais. Uma sábia decisão.

O presidente Ney Fillardis será reeleito no próximo mês, o que garante a manutenção da filosofia Insulana, algo muito importante para o crescimento da agremiação.

Logo após o Carnaval, foi ventilado que o enredo da Ilha para 2012, será sobre os Jogos Olímpicos de Londres. A idéia não me agrada nem um pouco, haja visto que em 2007 a Portela cantou o Pan-Americano do Rio de Janeiro e fez um desfile muito fraco. O risco disso se repetir caso a União da Ilha aposte nessa temática é muito grande, o que seria um verdadeiro retrocesso para a Escola que fez em 2011, o maior desfile de sua história.

Eu fico na torcida para que a Tricolor se estabeleça entre as grandes de uma vez por todas e que muito em breve, a agremiação esteja alcançando o lugar mais alto do pódium. Algo que convenhamos, já deveria ter acontecido a muito tempo...

"Diga espelho meu/Se há na avenida alguem mais feliz que eu"

quarta-feira, 6 de abril de 2011

"Mangueira é nação, é comunidade..."

Mais uma Escola de Samba que eu devo tomar o maior cuidado do Mundo ao análisar, uma vez que o seu cenário político atual, não me permite tecer elogios no que diz respeito a administração e conduta profissional.

Mas como a Mangueira é a Mangueira, vamos lá...rs


Bom, após todas as palhaçadas possíveis do Sr. Presidente (me recuso a dizer o nome desse cidadão) como troca de carnavalesco durante o processo de criação, mestre de bateria, casal de mestre-sala e porta-bandeira, a criação de um grupo de intérpretes ridiculamente batizado de "Os três Tenores" em detrimento a Luizito, e as constantes agressões verbais a algumas pessoas que estavam a anos com a Magueira (Eraldo Caê, China Branco e Jamelão Neto, que o digam), me fizeram ver a gloriosa Verde e Rosa com outros olhos.

Mas pensei comigo: após um ano conturbado, a maturidade fará com que as coisas se acertem naturalmente.

Engano meu...

Bem que meu pai dizia: "Quando o Jamelão morrer, a Mangueira vai virar uma zona". Dito e feito!!!

Se bem que a preparação para 2011 começou animadora. A escolha de Nelson Cavaquinho como tema do enredo e a contratação de Mauro Quintaes para desenvolver esse magnífico tema, pareciam colocar a Manga nos trilhos após alguns anos conturbados.

A escolha do samba também provou que a Mangueira estava no caminho certo. A obra típicamente paulistana do meu amigo Alemão do Cavaco, venceu a obscura disputa de samba onde ninguem sabe quem são os compositores e o Sr. Presidente é o único que tem direito a voto, de maneira incontestável. Pelo menos nisso o figura acertou!!!

Mas aí com a aproximação do Carnaval as coisas começaram a apontar para um novo decrlinio Verde e Rosa. A menos de dois meses para o desfile, o Sr. Presidente afastou inexplicávelmente o mestre de bateria Jaguara Filho (apesar de assim rotular, não tem nada de inexplicável) e curiosamente o substituto do mesmo é um dos autores do samba de 2011. Estranho...

Outra coisa que me deixa profundamente revoltado, nas publicações oficiais da LIESA e da própria Escola, o nome da dupla de carnavalescos, Mauro Quintaes e Wagner Gonçalves, jamais apareceu. Em seu lugar, reinava a famosa Comissão de Carnaval, onde várias pessoas que exerciam as mais diferentes funções apareciam com praticamente a mesma importância da dupla que desenvolveu o enredo. Palhaçada! Isso tudo sem contar que nessa tal comissão, existiam pelo menos uns 5 Meirelles. Não preciso dizer mais nada, não é mesmo...

Quanto ao desfile, foi até melhor do que a Mangueira merecia.

A comunidade que se acha a última trakinas do pacote, ficou revoltada com o Mauro e com o Wágner (mais com o Mauro) devido a falhas no acabamento das alegorias e tal. Mas nessas horas, ninguem lembra que o barracão da Escola é o mais desorganizado entre as 12 agremiações do Grupo Especial. Ninguem lembra que os tais profissionais envolvidos nos trabalhos de barracão, são simplesmente voluntários esforçados da comunidade que amam a Escola, mas que não tem o suporte exigido para tal fato. Ok, existem os profissionais especializados. Mas esses não tem vida longa na Mangueira. Depois o culpado é o carnavalesco...

Isso tudo sem contar que um vagabundo qualquer aí, que se diz mangueirense e tudo mais, simplesmente destrói o acabamento do carro abre-alas em pleno Setor 1, na frente de todo mundo e ainda tem neguinho chato que vem defender o bandido e pedir a cabeça do Mauro Quintaes, dizendo que o problema era do material que não era próprio para chuva e poderia derrubar o artista do pandeiro lá de cima. Me poupem.

Não é só porque sou amigo do Mauro Quintaes, que estou revoltado. É por uma série de fatores que agora estou inumerando aqui.

As alegorias e fantasias da Verde e Rosa estavam bonitas e contavam bem a vida e o legado de Nelson Cavaquinho. Foi um desfile emocionante. Isso é inquestionável. Mas repito, não me agrada.

Quesitos técnicos: harmonia, evolução e conjunto bons; mestre-sala e porta-bandeira elegantes e com estilo ( sou fã da Marcela Alves, além de lindíssima, é uma verdadeira bailarina); bateria apesar de elevada a categoria de oitava maravilha do mundo pelos torcedores e pela dupla Luiz Roberto e Glenda Koslowsk, apenas repetiu o que já tinha feito em 2010, e que o saudoso méstre Coé, já fazia a muito tempo atrás na Mocidade Independente de Padre Miguel, a tal da paradona. Comissão de frente um tanto quanto parecida com a do ano passado, mas totalmente dentro do enredo e bem desenvolvida. Quesitos básicos: enredo emocionante e bem desenvolvido e samba enredo valente e bastante lírico.

Para 2012, a mudança já era aguardada, mas para mim particularmente, a troca Quintaes/Gonçalves, por Cid Carvalho é prejudicial a Manga. Mas enfim, o Sr. Presidente acha que sabe o que faz.

Nas demais "posições", todos estão mantidos.

Não sei o que será da Mangueira em 2012, mas depois de um estranho 3° lugar em 2011, começo a acreditar que mais "queridinha" do que a Verde e Rosa somente a tal deusa da passarela mesmo...


PS: deixem o Luizito cantar!!!

"Modestia a parte amigo sou, da Vila..."

Pelo segundo ano consecutivo, muito se esperava da Unidos de Vila Isabel, mas após o termino do desfile, a senssação que ficou foi a mesma de 2010, de que faltou alguma coisa.

Certo, o desfile de 2011 foi muito superior ao do ano anterior no que diz respeito a estética, mas o que faltou neste ano, soubrou no que passou: chão!!!


É bem verdade que o enredo sobre cabelos criado e desenvolvido pela maravilhosa Rosa Magalhães, não era dos melhores. Mas em se tratando da Rosa, um enredo totalmente sem pé nem cabeça pode se tornar a oitava maravilha do Mundo.

"Mitos e Histórias Entrelaçadas Pelos Fios de Cabelos", falaria de histórias e passagens que de alguma maneira tiveram os cabelos como protagonista. Missão essa, convenhamos, nem um pouco fácil.

A simpática Unidos do Cabuçu em 1999, pelo Grupo de Acesso apresentou o enredo "O Teu Cabelo Não Nega", que também falava sobre cabelos, mas o mesmo, não tinha nenhum compromisso com a história. Era solto, leve. Exatamente o que eu esperava do enredo da Vila.

O desfile foi bonito. Colorido, com alegorias grandiosas (até de mais para os padrões de Rosa Magalhães) e bem acabadas. Algumas delas bastante curiosas, como por exemplo o segundo carro, com representações de tótens da cultura indígena americana. Mas alegoricamente falando, nada no desfile da Vila brilhou mais do que o tripé de Lady Godiva. Meus amigos, nem Gisele Bündchen, do alto de sua beleza foi capaz de ofuscar Cátia Flávia, a peladona que passeou na lomba de um cavalo no elemento alegórico em questão. Que mulher é essa???

As fantasias também estavam dentro do padrão Rosa Magalhães, bem confeccionadas, com um desenho simples, porém elegante. Um dos pontos altos do desfile, sem a menor dúvida.

Quesitos técnicos: harmonia, evolução e conjunto a contento; mestre-sala e porta-bandeira excepcionais, diria até que é o melhor casal da atualidade. Julinho e Ruth, são um show à parte; bateria um tanto quanto perdida, parece haver uma certa regeição quanto ao mestre Átila. A Comissão de frente foi um dos pontos fracos do desfile da Vila. Não passou a idéia lá com muita clareza e de quebra apresentou um elemento do cena bastante contraditório. De bom mesmo, só a presença da linda e simpática Thatiana Pagung. Nos quesitos básicos, o enredo era complicado e se tornou mais uma volta ao Mundo que acabou em Carnaval. O samba enredo, embora muito exaltado pelos fãs de André Diniz, não me parecia dos melhores, embora tivesse um refrão explosivo e que muito orgulha os sambistas do bairro de Nöel.

Para 2012, a única mudança parece mesmo ser no comando da Escola. Sai o presidente Moisés (Wilson Vieira Alves) e assume o herdeiro, Wilsinho.

Rosa Magalhães, Julinho e Ruth, Méstre Átila e o coreógrafo Marcelo Misailidis (pelo menos por enquanto) e o combatido intérprete Tinga, permanecem em seus cargos.

A Unidos de Vila Isabel é uma agremiação acostumada a disputar títulos, tem sido assim desde que retornou ao Grupo Especial, em 2005. Com a manutenção de sua equipe de Carnaval, deve se manter nesta condição e ser uma das postulantes ao campeonato de 2012.

Cantaaaa Vila!!!


PS: Esta análise é em homenagem a minha amiga Jaine, uma menina simplesmente apaixonada pela Unidos de Vila Isabel!!!

terça-feira, 5 de abril de 2011

"Eu sou Tijuca, estou em cartaz..."

O que esperar da campeã de 2010???

Será que o genial e inquieto Paulo Barros poderia superar o espetáculo que proporcionou ao mundo do samba no campeonato do ano anterior, ou isso era uma utopia???

Bem, digo que nunca se pode duvidar de Paulo Barros, mas convenhamos, repetir 2010, ou mesmo se aproximar do efeito alcançado com "É Segredo", é algo que certamente não veremos tão cedo.

Quando o título do enredo de 2011 foi divulgado, gerou um frisson na mídia carnavalesca e nos amantes do samba em geral, que viam em "Esta Noite Levarei Sua Alma", a possibilidade de um desfile arrebatador que desse a Unidos da Tijuca o bi-campeonato com sobras.

Após levar os segredos, Paulo Barros estaria levando o medo para a Sapucaí. Pelo menos era isso que 99% das pessoas esperavam, inclusive eu. Mas com o passar do tempo e com o desenvolvimento do enredo, o que se via era uma enorme quantidade de filmes sendo transformada em alegorias e fantasias. Ou seja, o que era para ser um filme de terror, acabou virando uma viagem nas telas de cinema, com direito a "Priscila, a Rainha do Deserto" e a "Fuga das Galinhas" em cartaz.

Certo, o desfile foi com sobras o melhor do ano. Visualmente eu diria que foi o melhor da carreira do Paulo, com carros alegoricos legitimos (nada de coisas loucas, embora, todos com a assinatura visual do artista) e fantasias luxuosas. Um primor do ponto de vista estético. Diferente do que aconteceu em 2010, quando após a passagem do belíssimo carro dos "Jardins da Babilônia", se sussedeu uma série de alegorias bizarras, em 2011, não tem um carro da Tijuca de que eu possa me queixar. Todos estavam brilhantes. A "Barca de Caronte", o "Avatar", "Tubarão", Planeta dos Macacos", "Indiana Jones", entre outros, são exemplos de alegorias bem realizadas e de fácil entendimento.

Os únicos poréns do desfile ficam por conta do tripé de "Transformers" e de algumas alas que destoaram do proposto pelo enredo. Mas ao meu ver, não chegaram a comprometer em nada.

Quesitos técnicos: harmonia, evolução e conjunto impecáveis; mestre-sala e porta-bandeira simplesmente fantásticos e bateria cadenciada e com excelente distinção dos instrumentos. Comissão de frente M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-A!!! Não tem mais jeito, Paulo Barros e a dupla de coreógrafos (desculpem a falha, mas só me recordo do nome da Priscila Motta) revolucionaram este quesito. Mesmo não estando a altura da apresentada em 2010, foi a melhor do ano de longe. Divertida, enigmática e descrevendo o enedo. Comissão de frente é isso, e não caixotes que surgem não sei de onde e estão lá não sei porque (alfinetada...rs). Quesitos básicos: enredo confuso e até certo ponto, não tão bem desenvolvido, mas mesmo assim, bem melhor que enredos "repetitivos e batidos". Samba enredo com a cara da Escola e muito bem defendido pelo excelente Bruno Ribas.

Na minha opinião, a campeã moral de 2011.

E como em time que está ganhando não se mexe, toda a trupe tijucana está confirmadíssima para 2012. Liderados por Paulo Barros, o pessoal do morro do Borel vai tentar mais um campeonato para confirmar o bom momento e a soberania da agremiação no Carnaval atual.

Se não tiver nenhuma armação, será muito difícil alguém segurar a Unidos da Tijuca!!!

"Lindo como o mar azul, meu grande amor minha Portela..."

A maior campeã da história do Carnaval carioca vive um inferno astral de proporções nunca antes imaginada. Desde 1970 a Escola não conquista um campeonato sozinha. Título então, desde 1984, quando venceu a primeira noite de desfiles no ano da inauguração da Marquês de Sapucaí.

E parece que desde que o atual presidente, Nilo Figueiredo assumiu a agremiação, as coisas pioraram. Ok, em 2008 e 2009 a Portela conseguiu retornar ao desfile das campeãs (4° e 3° colocação, respectivamente), fato que não acontecia desde 1998. Mas isso não significa muito em meio a desordem que assolou a tradicionalíssima Escola de Samba de Madureira.

Quando a equipe para o Carnaval 2011 começou a ser montada, a esperança mais uma vez pairava sobre a nação portelense, afinal, a manutenção do trabalho do intérprete Gilsinho, do competente mestre de bateria, Nilo Sérgio e do experiênte casal de mestre-sala e porta-bandeira, Rogerinho Dorneles e Lucinha Nobre, são por sí só, garantia de qualidade. A eles, acrescentou-se o trabalho de Roberto Szaniech, carnavalesco de muito talento e um dos melhores da atualidade.

O enredo "Rio, Azul da Cor do Mar", também foi muitíssimo bem aceito pela comunidade.

O cenário parecia animador.

Pois é... parecia. O costumero atraso no barracão de alegorias da Escola mais uma vez se fez presente e deixou os portelenses pra lá de preocupados. E para piorar ainda mais, um incêndio na Cidade do Samba, teria supostamente atingido o galpão da Azul e Branco e destruído todas as fantasias da Escola.

Mais uma vez, o grandioso e belíssimo trabalho de Szaniech estava comprometido.

Para completar o cenário portelense de 2011, pela primeira vez, desde que o desfile das Escolas de Samba foi criado na cidade do Rio de Janeiro, a Portela desfilaria sem ser avaliada. Para os torcedores, o maior desrespeito da história gloriosa da Águia de Madureira.

O desfile em sí não foi ruim. É óbvio que as alegorias e algumas fantasias foram comprometidas devido ao atraso gerado pelo inesperado, mas a concepção de idéias era brilhante. As alegorias eram criativas e até certo ponto, traziam o requinte do trabalho do polonês. Destaco a belíssima águia do carro abre-alas e o carro que trazia à frente a representação da construção do Colosso de Rodes, uma das sete maravilhas do mundo antigo. Os figurinos estavam irregulares, afinal, teriam sido reconstruídos em menos de um mês.

Quesitos técnicos: harmonia e evolução com a cara da Portela, componentes desfilando com garra e amor ao pavilhão; conjunto comprometido pela irregularidade das fantasias e a falta de acabamento de algumas alegorias; mestre-sala e porta-bandeira como sempre primorosos e bateria de boa para ótima. A comissão de frente era uma idéia gênial que se transformou em lugar comum, já que não apresentou nada fora do comum. Nos quesitos básicos, o enredo apesar de batido foi muito bem desenvolvido e deu margem a uma boa viagem na história da navegação e o samba enredo cumpria bem o proposto pelo tema, embora não estivesse a altura das obras já apresentadas pela Escola.

Para 2012, a mudança mais significativa é um aparente choque de gestão que a agremiação sofre com o afastamento de Nilo Figueiredo da direção do carnaval. Este dá lugar ao obscuro "Falcon". Este por sua vez é uma incógnita, mas merece um voto de confiança, pois parece ter algo muito importante para alçar a Portela ao seu lugar de direito: amor pelo pavilhão Azul e Branco.

A única mudança na equipe de 2011 é a chegada do carnavalesco Paulo Menezes, que substitui Roberto Szaniech. Apesar de fã do polonês, admiro o trabalho do Paulo desde que o mesmo fez "Buon Manjare", na Mocidade Independente, em 2005. É um bom nome e vai sem sombra de dúvidas, elaborar um belo Carnaval para a Portela.

Se a Escola conseguir se organizar em seu barracão e cumprir as datas sem deixar tudo para a última hora, é séria candidata ao título de 2012.

"Salve o Manto Azul e branco da Portela"!!!

segunda-feira, 4 de abril de 2011

"Eu quero é sambar..."

Essa é uma Escola que me tira o sono.

A Imperatriz Leopoldinense se caracterizou por realizar desfiles técnicamente perfeitos em seu auge nos anos 90 e início dos anos 2000, onde a "Rainha de Ramos", como é carinhosamente chamada por seus torcedores e simpatizantes, arrebatou simplesmente 5 campeonatos no curto espaço de tempo de 1994 a 2001.

Depois disso, fez pelo menos mais 2 desfiles que mereciam a glória máxima (2004 e 2005).

Entretanto, a poderosa Verde e Branco de Ramos acabou entrando em um inferno astral sem precedentes. A carnavalesca Rosa Magalhães, uma das maiores responsáveis pelo sucesso da Imperatriz acabou perdendo espaço na agremiação e foi demitida em 2009. Para o seu lugar, chegou Max Lopes, velho conhecido da Escola para tentar recoloca-la no caminho das vitórias.

Após um 2010 complicado, Max tentava dar a volta por cima em 2011. Mas quando a Escola anunciou que o enredo seria sobre a Medicina, os animos baixaram inacreditávelmente.


"A Imperatriz Adverte: Sambar Faz Bem a Saúde", não caiu bem aos ouvidos dos exigentes gresilenses.

Pior, quando os protótipos das fantasias foram apresentadas, o caos assolou a enorme nação gresilense, pois segundo a grande maioria, as fantasias eram grotescas do ponto de vista estético e grosseiras em suas cores.

Max Lopes, no entanto, é esperto. Tem experiência de sobra e usou de todo o seu conhecimento carnavalesco para reverter esse quadro.

O resultado disso: um belíssimo desfile no Carnaval 2011.

Os descrentes torceram o nariz, afinal, dentro do seu estilo, Max Lopes é insuperável. É a velha e inconfundível influência de Pamplona e Arlindo Rodrigues que reina sobre os últimos remanescentes da escola salgueirense de outrora (além de Max, Rosa Magalhães e Renato Lage).

As alegorias da Imperatriz não eram o show que Paulo Barros costuma levar para a avenida, mas ilustravam perfeitamente o enredo. Eram bem acabadas e com formas inteligentes. As fantasias, se não eram um luxo só, estavam leves, de fácil entendimento e primando pela principal caracteristica de Max, o colorido genial.

Quesitos técnicos: harmonia, evolução e conjunto satisfatórios; mestre-sala e porta-bandeira muito bem em sua estréia, seguros e esbajando elegância e simpátia. Bateria, como sempre, um espetáculo a parte. Sou fã do méstre Marcone. A comissão de frente era sublime. Os "doutores da alegria" não poderiam estar em melhor lugar. Abriram o desfile dando a idéia do enredo e levantando a platéia. Quesitos básicos, enredo bem desenvolvido (aquela volta ao mundo que o Max tão bem sabe fazer) e samba enredo descritivo e muito belo musicalmente.

Para 2012, Max está confirmado e vai para o terceiro carnaval consecutivo a frente da Imperatriz. Segudo o próprio artista: "este ano para o título".

O casal de mestre-sala e porta-bandeira que surpreendeu a todos também continua, bem como o consagrado méstre Marcone e o coreógrafo da comissão de frente, Alex Neoral.

A dúvida que paira sobre Ramos fica por conta do novo intérprete da agremiação. Dominguinhos do Estácio que sofreu um infarto logo após o desfile e que fora substituído por Alexandre D'Mendes no desfile das campeãs, encerrou a carreira após 40 anos de avenida. Alexandre, apesar de ter a aprovação de boa parte da comunidade e da diretoria, ainda não foi confirmado como o "títular" de 2012, mas tem grandes chances de ser. A sombra de Nêgo, no entanto, paira sobre a Verde e Branco.

Seja como for, a Imperatriz é grande e deve-se respeitar. Eu aprendi a duras penas que com a GRESIL não se brinca!!!

"Sou carioca e São Clemente..."

A simpática agremiação de Botafogo está de volta!!!

A São Clemente é uma das Escolas de Samba mais queridas do Rio de Janeiro. Viveu seu auge em desfiles da metade da década de 80 ao início dos anos 90, quando desfilou por 5 anos consecutivos na Elite do Carnaval carioca.

Em 1990, com o inesquecível "O Samba Sambou", a Amarelo e Preto obteve a 6° colocação, garantindo assim uma vaga para o desfile das campeãs.

De lá pra cá a São Clemente estabeleceu-se como uma agremiação "iô-iô", conquistando o acesso um ano e sendo rebaixada no ano seguinte.

Em 2011, a Escola optou por fazer um enredo exautando as belezas do Rio de Janeiro. Ou seja, mais um enredo batido. Para a concepção desse tema, o escolhido foi o jovem carnavalesco Fábio Ricardo, ex-auxiliar de Max Lopes e um promissor talento na industria do Carnaval. Não sou dos que idolatram o Fabinho, mas tem lá o seu valor.

O desfile da São Clemente esteve longe de ser ruim, mas foi chato, monotono e cansativo. As alegorias estavam boas, com limpeza de formas e cores que favoreceram a apresentação. Destaque total para a alegoria que simbolizava o "Real Horto", com vasos e folhagens belíssimas. As fantasias também estavam a contento, mas algumas formas prejudicaram a concepção. As cores também não eram das mais agradáveis.

Quesitos técnicos: harmonia e evolução razoáveis (esperava a São Clemente mais solta e vibrante), conjunto com altos e baixos; mestre-sala e porta-bandeira um tanto quanto inseguros e bateria boa. A comissão de frente, ao meu ver foi uma das melhores do ano. Leve e sem uma fantasia que precise de um manual de instruções. Maravilhosa. Quesitos básicos: enredo batido e milhares de vezes realizado e samba enredo muito bom, que permitiu uma interpretação magistral do jovem e promissor Igor Sorriso.

Acredito que não haverão mudanças na Escola para 2012.

A manutenção do trabalho do Fabinho é necessária para que o jovem amadureça e afirme o seu estilo de trabalho. Igor Sorriso também tem tudo para ser mantido.

O desafio para o próximo Carnaval é grande, afinal, duas agremiações serão rebaixadas para o Grupo de Acesso. Mas acredito que com a continuidade dos profissionais e a seriedade com que o presidente Renato de Almeida administra a Escola, a permanência na Elite é sim possível.

Eu pelo menos torço para isso!!!