quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Império de Casa Verde

Enredo: "Na Ótica do Meu Império o Foco é Você"

Carnavalesco: Roberto Szaniecki

O Tigre Guerreiro busca uma reestruturação quase que total após os fiascos de 2010 e 2011.

A agremiação que pintou em 2005 como uma grande potência do Carnaval paulistano, alternou entre bons e maus momentos após a conquista do bi-campeonato em 2006. De lá pra cá, apresentou enredos controversos e andou pecando grosseiramente na parte plástica de seus desfiles, o que era o seu maior trunfo em meio as conquistas. Junior Marques, até então intocável pelas "bandas" da Casa Verde perdeu voz de comando dentro da Escola e de quebra, ainda viu a chegada do novo presidente, Alexandre Furtado. Em meio a esse processo, o retorno do carnavalesco Roberto Szaniecki (campeão com a Escola em 2006 e 5° colocado em 2009) é benéfico para ambos os lados: para o Império que procura retomar a sua identidade visual, e ao artista que urgentemente carecia de respirar novos ares, uma vez que o desgaste após uma série de carnavais inacabados desgastou o seu nome no Rio de Janeiro (foi dispensado da Porto da Pedra pouco mais de três meses após ser contratado). Quanto ao enredo: é desafiador, uma proposta pouco usual mas que pode gerar um grande desfile, afinal, será aquela conhecida volta ao Mundo que sempre acaba em Carnaval.

Tenho muito carinho pelo Império e torço para que volte a seus melhores dias!!!

A obra escolhida para embalar a Escola em 2012 é muito boa, melhor do que tudo que ela vinha apresentando nos últimos anos. Os sambas de enredo do Império desde sua chegada ao Grupo Especial em 2003, nunca foram o forte da agremiação, com excessão do ano de sua estréia (Nhô João, Preto Velho Milagreiro e Profeta de Todos os Deuses lá Pelas Bandas do Cafundó) e 2007 (Glórias e Conquistas - a Força do Império Está no Salto do Tigre), a Azul e Branco nunca foi uma excelencia no quesito, muito pelo contrário, é dona de sambas de gosto duvidoso e que raramente empolgam o público nas arquibancadas do Anhembí. A composição de Turko e cia. pode não ser um arrasta quarterão, mas tem os seus momentos de animação. A força dos refrões é ideal para uma agremiação que pela primeira vez desfilará no inicio da noite de sexta-feira (segunda a desfilar), eu particularmente acredito muito na força de "To nessa onda de esquimó e voa zoar...". Deve render alguma coisa. O mais impressionante é que de um tema pouco concreto, surgiu uma cronologia até certo ponto surpreendente dentro do samba, pois quem leu a sinopse do enredo, pode identificar todos os principais momentos da mesma na letra. As variações melódicas à partir da saída do segundo refrão são merecedoras de destaque. Sem contar a interpretação de Carlos Júnior que dispensa comentários, é simplesmete fantástica. É uma boa obra em meio a uma safra apenas regular.

Letra do Samba

Autores: Turko, Bruninho, Jorginho Soares, Maradona, Didi Pinheiro, Luís Feracini, Fabiano Sorriso e V. Tomageski
Intérprete: Carlos Júnior

Vem meu amor
Olha pra mim, sou Casa Verde na avenida
Vem pra ver, esse viagem que fascina
Brilhou o Sol do Egito
No vidro a transformação
Surgiram criações
Moldaram a história, das civilizações
Da literatura a proteção solar
Clara e cristalina para exergar
Poder de aumentar
Visualizar, fotografar

To nessa onda de esquimó e vou zoar
Pra embalar, tem rock pra gente dançar
Vou mergulhar na moda de um profissional
Entrar em cena nossa tribo é carnaval...

Tão pequenino pra ver
Mas nas lentes vou ter a precisão
Tanta beleza nessa noturna visão
Eu vi do céu a terra é azul
No raio de luz, técnologia
Posso observar toda a mágia
Que tem o universo
Se Deus é por nós
Minha caçula canta em uma só voz
És a razão do meu viver, meu bem querer
O foco é você

Refletido no espelho... eu ví
Na imágem meu Império... feliz
E na lente uma visão que faz sonhar
Lá vem o tigre seduzindo o seu olhar

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