segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Inocentes convida público para viagem à Coreia do Sul neste carnaval

É com uma atmosfera de sonho e muita imaginação que a estreante no Grupo Especial, a Inocentes de Belford Roxo vai mostrar na Marquês de Sapucaí, um pouco da história, da cultura e da religião da Coreia do Sul, um país ainda pouco conhecido do povo brasileiro, com o enredo "As sete confluências do Rio Han". Para isso, o carnavalesco Wagner Gonçalves vai abusar das cores vivas e invocar a proteção de Yondung Halmoni, a Deusa dos Ventos, para fazer a escola fluir leve, mas com empolgação na passarela e conseguir uma boa colocação no desfile.

Embora a história da imigração de coreanos para o Brasil seja muito recente — tem apenas 50 anos — a cultura do povo é milenar: tem mais de 5 mil anos. Ou seja, o que não falta é aspecto para abordar. E Wagner diz que o fará de forma onírica, abstrata e sem nenhum didatismo. Lá estarão a arquitetura típica do país, as batalhas e as criações de símbolos de sua própria identidade, como a flor Rosa de Sharon.

“O enredo ‘As sete confluências do Rio Han’, o mais importante da Coreia, vai desaguar no Rio de Janeiro. E nessa união, vamos buscar as identificações dos dois povos e mostrar as novidades para o público desse país ainda tão pouco conhecido nosso”, ilustrou o carnavalesco.

Campeão com a Inocentes no Grupo de Acesso, em 2012, Wagner conta que já superou a fase da ansiedade e que teve seu teste de fogo em 2011, quando estreou como carnavalesco na Mangueira ao lado de Mauro Quintaes. Para o carnaval deste ano, diz seu maior desafio será popularizar de forma lúdica e carnavalizada a cultura asiática.

“Queremos buscar uma forma fácil e divertida de informação para tentar uma relação direta de energia com a plateia. Para isso, vamos usar fantasias e carros muito coloridos, com movimentos e algumas performances. O início do nosso desfile vai ser assim, uma apresentação da cultura coreana ao público, com seus deuses e tambores”, definiu Wagner.

Ele lembra que ao começar a pesquisar o enredo, descobriu que a colônia coreana no Brasil é muito pequena e que está basicamente concentrada em São Paulo. Cerca de 300 imigrantes e descendentes foram convidados a participar do desfile da Inocentes.

Logo em seguida, com o que chama de carros tridimensionais, o carnavalesco quer projetar o que há de mais moderno, sem esquecer as tradições milenares da cultura oriental. Segundo Wagner, trata-se de um setor meio modernista, com fantasias e carros mais volumosos. Ele diz que as grandes novidades do desfile estarão na segunda e na quinta alegorias da Inocentes, que utilizam materiais diferentes, como leques e sombrinhas.

A pomba, símbolo da Inocentes, não vai aparecer na avenida. Wagner diz que Belford Roxo, a Cidade do Amor, já está representada no samba-enredo. No lugar da pomba entrarão o tigre e o dragão, dois grandes símbolos da cultura asiática. A religião e as datas marcadas pelo calendário lunar valorizadas pelos coreanos têm presenças garantidas no desfile. Supersticioso, Wagner lembra que a escola entra na Sapucaí no dia de seu aniversário: 10 de fevereiro.


“Na cultura coreana todas essas coincidências têm uma razão de ser. Vamos torcer para que as energias boas trazidas pelo Rio Han deságuem levemente no desfile da Inocentes, trazendo o campeonato de 2013”, disse Wagner Gonçalves.

Fundada em 1993, a Inocentes de Belford Roxo desfila pela primeira vez no Grupo Especial. A escola foi a campeã do Grupo de Acesso A no desfile de 2012.


Fonte: g1.globo.com/carnaval/2013

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