segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Nenê traz esculturas e acabamento 'impecáveis' para tentar quebrar jejum

A Nenê de Vila Matilde aposta em esculturas gigantes e em um acabamento "impecável" para levar ao Anhembi uma mensagem de igualdade. Com o enredo "Da Revolta dos Búzios à atualidade. Nenê canta a igualdade", o time de três carnavalescos responsáveis pelo desfile deste ano trabalha para encerrar o jejum de mais de dez anos sem títulos no carnaval de São Paulo.

Para isso, passarão pelo Anhembi 3 mil integrantes da escola, divididos em quatro setores. Já na comissão de frente, a escola promete surpresas, mas não revela detalhes. O abre-alas, que antecede a ala das baianas, virá representando as visões sobre a igualdade, a luta entre o bem e o mal, entre o opressor e o oprimido, segundo o carnavalesco Pedro Alexandre, o Magoo.

Magoo trabalha ao lado de Eduardo Caetano e Rafael Condé para fazer o carnaval da Nenê. Juntos, eles desenvolveram os cinco carros alegóricos que prometem surpreender o público. “Estamos apostando em muitas esculturas e no acabamento dos carros e fantasias, que era um problema que vinha sendo enfrentado pela Nenê nos últimos anos. Queremos levar um carnaval impecável para a avenida”, afirma Alexandre, que está em seu primeiro carnaval pela Nenê. Antes, atuou na Mancha Verde.
A escola terá neste ano 23 alas. Na bateria, Mestre Renato comanda 250 ritmistas e tem a companhia da rainha Debora Caetano. A musa da bateria será Adriana Bombom. “A escola tem por tradição e filosofia valorizar a sua comunidade, então não costumamos receber tantas pessoas famosas.”


O samba-enredo será interpretado por Celsinho. Já o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira será formado por Titio e Rúbia.

Igualdade vinda da Bahia

O enredo da Nenê em 2013 foi criado a partir de uma sugestão do Olodum, da Bahia. A princípio, o samba falaria da Revolta dos Búzios, no século 18, mas o tema da igualdade acabou se expandindo e a revolta ocupa apenas o primeiro setor do desfile, com a briga entre o bem e o mal no abre-alas e a representação da vida na Bahia do século 18.

No segundo setor, a Nenê faz uma homenagem ao Olodum e à sua influência na história do Pelourinho, hoje ponto de destaque na história baiana e palco de muitas lutas pela igualdade no Brasil. O grupo de percussão será uma das grandes novidades da agremiação e estará no desfile, em um dos carros.

A luta pela igualdade não apenas racial, mas de gênero, trabalhista e até mesmo o sistema de cotas na educação brasileira aparecem no terceiro setor na Nenê, que representará a igualdade nos dias atuais. O desfile termina, no quarto setor, com um carro alegórico e alas dedicadas especialmente ao carnaval, considerado pela Nenê um “templo da igualdade”.

“O carnaval une todo mundo. De todos os gêneros, cores, opções sexuais. Não há diferença. Aqui todo mundo é mesmo igual”, diz Alexandre.
A Nenê de Vila Matilde foi fundada em 1949 por Seu Nenê, que foi presidente da escola por 47 anos. A escola tem 11 títulos no Carnaval de São Paulo.


Fonte: g1.globo.com/carnaval/2013

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