quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

A profissionalização dos barracões

Com o passar dos anos, os trabalhos de barracão dentro de uma Escola de Samba vem ganhando importancia cada vez maior.

O que era feito em pouco mais de 30 dias no passado, hoje começa a ser elaborado com muita antecedência. No mês de maio aproximadamente. É o primeiro passo de um carnavalesco logo após a escolha do enredo.

Alguns, como Jorge Freitas, por exemplo, fazem o chamado trabalho de bancada, que consiste na criação e preparação de peças que serão utilizadas como adereços em alegorias e fantasias. Isso acaba por render aos carnavalescos e aderecistas maior tranqüilidade no momento de maior aperto dentro do processo de um Carnaval, que é a adereçagem.

Hoje em dia nada mais´é feito sem um estudo detalhado. Muito pelo contrário, tudo é feito minuciosamente após dias de pesquisa e preparação com esboços e mais esboços sendo preparados, analisados, desenhados e redesenhados.

Na primeira imagem que ilustra esse post, vemos o esboço de uma escultura sendo trabalhada com escalas para a reprodução na peça definitiva. Tal procedimento vem ganhando cada vez mais destaque dentro dos barracões pois auxilia os escultores na hora de transferir a idéia do carnavalesco do pepel para o isopor ou a fibra. Eu mesmo venho me valendo desse método pelo terceiro ano. Quem agradece é o meu fiel escultor Paulo Roberto que teve seu trabalho facilitado.

Esse artificio vem resultando em peças cada vez maiores e mais elaboradas, como essa belíssima e imponente rosa dos ventos que se destaca no barracão dos Gaviões da Fiel (segunda imagem).

Alguns carnavalescos ainda resistem a este trabalho, especialmente aqueles que não desenham e deixam isso para os escultores e encarregados das equipes (em geral artesões de Parintins).

Outros carnavalescos gostam de levar todo o seu projeto para a tela do computador, criando assim imagens em três dimensões que facilitam muito na hora de reproduzir fantasias e alegorias. Muitos são os programas que possibilitam esse artificio. Reconheço porém que ainda não me adaptei a isso. Ainda mantenho o habito de desenhar na "raça" mesmo os meus carnavais.

Tudo isso vai de encontro com a teoria da profissionalização do Carnaval.

Cada vez mais você é obrigado a dar um "up" nos seus conceitos, caso contrário você fica para trás em um mercado cada vez mais competitivo e cheio de aventureiros ou aqueles que chamamos de carnavalescos de internet, que acham que tudo é fácil (que engano, heim...).

Fato é que a todo momento surge uma novidade em termos de material, de técnica de confecção ou mesmo de aspecto de projeção e isso é fundamental para a formação e evolução de um bom profissional. Quem se atualiza não fica para trás.

Já quem fica parado no tempo...

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