Para conseguir chegar ao lugar mais alto do pódio, a Beija-Flor de Nilópolis vai levar para a Sapucaí a raça brasileira de cavalos, o mangalarga marchador. A agremiação é a terceira a desfilar na segunda-feira (11) pelo Grupo Especial do Rio de Janeiro. O enredo do carnaval 2013 da escola é "Amigo Fiel, do cavalo do amanhecer ao Mangalarga Marchador".
Segundo o carnavalesco André Cezari, houve um estranhamento inicial por parte da comunidade assim que eles souberam do tema da escola. "Eles ficaram um pouco tensos, mas depois viram como ia ser desenvolvido", explicou. André disse ainda que a disputa para eleger o melhor samba foi bem acirrada: "Foram grandes sambas e o escolhido é belíssimo, uma obra-prima e retrata muito bem o sentimento da comunidade". Para levantar o público na avenida, a escola traz a voz inesquecível de Neguinho da Beija-Flor.
Além de André, a comissão carnavalesca é formada por Fran-Sérgio, Ubiratan Silva, Vítor Santos e Bianca Behrends. “A escola tem essa vantagem de ter uma comissão. Cada um tem o seu estilo, mas a sinopse é escrita por todos. Nós dividimos, e depois o Laíla agrega tudo”, explicou, se referindo ao diretor de carnaval da escola. “O público não sente a divisão, já que nos preocupamos em fazer de uma forma muito coesa”, disse.
A agremiação levará cerca de 3.800 componentes, divididos em 43 alas. Sobre a comissão de frente, o carnavalesco fez mistério: "Vai ser uma coisa bem interessante, mas todo mundo só vai descobrir no dia do desfile". Nem os detalhes da bateria, comandada pelos mestres Plínio e Rodney, o carnavalesco quis revelar: “É nosso coração. Ela vem no setor quatro, mas deixo para fazer surpresa. Só posso adiantar que ela está com uma pegada muito boa”, falou. Há mais de 10 anos, os ritmistas da Beija-Flor têm como rainha de bateria Raissa de Oliveira. O casal de mestre-sala e porta-bandeira é formado por Claudinho e Selmynha Sorriso.
A história do mangalarga marchador
Com sete carros e um tripé, a escola começa o desfile falando da evolução do homem, que contou com o auxílio do cavalo. “Os dois se juntam para construir a humanidade. No enredo, passamos pelas conquistas das civilizações, até a chegada da raça alter-real ao Brasil, junto com a família real”, explicou André. Sobre a confecção dos carros, o carnavalesco contou que cada um foi feito com diferentes materiais de decoração. “Os carros são como quadros de uma exposição, eles precisam emocionar. Cada um com sua técnica, todos são feitos com o intuito de chegar à excelência”, disse.
Ao longo do desfile, a escola explicará o surgimento do cavalo mangalarga marchador, em Minas Gerais. “No segundo momento, falamos do cruzamento do alter-real, até chegar ao mangalarga marchador, espécime brasileira, que é uma grande estrela, não só no Brasil como também no mundo. No final, mostramos como se todas as raças se rendessem ao mangalarga”, explicou.
Fantasias
Além de bonitas, as fantasias da escola precisam ser confortáveis para o componente conseguir evoluir. “Nos últimos quatros anos, a escola começou a compactar as fantasias. O componente não fica limitado e consegue dançar. Chegamos a pesar a fantasia para saber se está dentro dos limites. Se estiver pesado, a comunidade reclama”. Entretanto, quando há necessidade de ter fantasias mais pesadas, André explicou que alguns integrantes da escola são preparados para isso: “Tem até grupos que gostam de se superar, são guerreiros mesmo”.
O carnavalesco adiantou que a escola não será um mar azul e branco. “Trabalhamos em cima do que o enredo nos proporciona, o que dá uma liberdade.”
Cobrança
André Cezari falou como é fazer parte da comissão carnavalesca: “É como jogar na seleção brasileira. Aqui todo mundo se cobra muito. Só serve o primeiro lugar. Ela se prepara o ano todo para ser campeã”.
Fundada em 1948, a Beija-Flor já ganhou 12 vezes no Grupo Especial. No carnaval de 2012, a escola ficou em 4º lugar, com o enredo “São Luís - O Poema Encantado do Maranhão”.
Fonte: g1.globo.com/carnaval/2013
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