domingo, 31 de julho de 2011

"O samba agoniza mas não morre"... Será???

Essa semana, fomos surprendidos com a triste e revoltante notícia de que atendendo um pedido da prefeitura do Rio de Janeiro, a Associação das Escolas de Samba irá alterar o regulamento dos desfiles e rebaixar o número absurdo de 6 Escolas por Grupo.

A notícia revolta os apaixonados pelo samba pelo fato de que essa medida, que segundo os "entendidos" da Associação e da prefeitura vai significar uma melhora significativa na qualidade dos desfiles na Intendente Magalhães, pode simplesmente decretar o fim de agremiações tradicionalíssimas do Carnaval carioca.

No momento, as que se encontram em situação mais delicada são a Unidos de Lucas, a Vizinha Faladeira e a Leão de Nova Iguaçu, Escolas com tradição, comunidades apaixonadas e que já tiveram em sue passado, participações efetivas na Elite do samba carioca. As 3 agremiações estão atualmente no Grupo D e não passam por um bom momento, o que significa que o rebaixamento para o Grupo E, o verdadeiro inferno do sambista é algo que não está tão distante.

A Leão de Nova Iguaçu e a Unidos de Lucas, aliás, ascenderam ao Grupo D recentemente, em 2010 e 2011, respectivamente.

Fazem aprte aidna desse Grupo, Flor da Mina do Andaraí e Acadêmicos do Engenho da Rainha.

No Grupo C, a situação não é muito diferente. Escolas que já tiveram seus dias de glória na Marquês de Sapucaí e que hoje estão esquecidas em Campinho, estão sériamente ameaçadas com essa patética e bizarra mudança de regulamento. Alí residem já a algum tempo as populares e queridas Unidos do Cabuçu, Unidos da Ponte, Unidos do Jacarezinho, Em Cima da Hora, Unidos de Villa Rica e Lins Imperial. Além das que foram citadas, Escolas com passagens recentes pela Sapucaí também figuram neste grupo, são os casos da Boi da Ilha do Governador e Arrastão de Cascadura.

Meus amigos, diante dessa triste realidade de alguns gigantes do samba carioca, não posso deixar de lamentar essa decisão da prefeitura em "enxugar" os Grupos de acesso da Associação.

Essas Escoals além de não receberem incentivo nenhum, são obrigadas e trabalhar em locais sem a menor condição física e de higiene (a foto que ilustra o post é do "Carandiru", local onde a maioria dessas agremiações fazem o seu Carnaval) e ainda contam com um número pra lá de redusido de funcionários para as mais diferentes funções dentro de um barracão.

Outra alegação para a redução é de que assim o dinheiro destinado para essas Escolas seria dividido por um número menor de agremiações e assim renderia um montante mais atraente para todas e a qualidade plástica tende a aumentar. Outra grande bobágem.

A verba do Acesso C é de R$ 70.000, do D, algo em torno de R$ 40.000 e do Grupo E, R$ 25.000.

baseado nesses valores, venho propor-lhes uma reflexão: em Bragança Paulista, cidade que possui um dos melhores carnavais do interior de São Paulo, temos verbas semelhantes as dos Grupos de Acesso da Associação. Aqui, as Escolas do Grupo de Elite recebem algo em torno de R$ 65.000 e as do Acesso R$ 28.000. Pois bem, eu já fiz carnavais no Grupo Especial de Bragança Paulista, na época em que a verba aliada a arrecadação com a venda de CD's, eventos e faturamento da quadra não ultrapassava os R$ 50.000 e que batiam a maioria dos desfiles da Intendente Magalhães de longe.

Quem conhece os desfiles de Bragança sabe do que eu estou falando.

A questão é: se essas Escolas dos Grupos C, D e E receberem uma maior atenção das autoridades e também do público, tem tudo para evoluirem e assim, proporcionar um espetáculo muito mais generoso do ponto de vista estético a quem não deixa por motivo algum de acompanhar os desfiles da Intendente.

Boa vontade das diretorias e comunidades eu garanto que não falta.

O resto é com vocês!!!

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