domingo, 23 de dezembro de 2012

Mocidade Alegre



Enredo: “A Sedução Me Fez Provar, Me Entregar à Tentação... Da Versão Original, Qual Será o Final?”

Autores: André Ricardo, Bruno Ribas, Fernando, Renato Guerra, Rodrigo Minuetto e Vitor Gabriel

Em todos os lugares sempre vai haver um samba de enredo que será motivo de discussões e controversas. No Rio de Janeiro é o samba da União da Ilha que ao mesmo tempo que é adorado por uns é ferrenhamente combatido por outros. Em São Paulo isso não é diferente.

E este samba é exatamente o da atual campeã Mocidade Alegre.

Bem, a julgar pelo enredo, poderia realmente se esperar um samba bem mais ou menos, afinal, falar sobre maçã não é uma missão das mais simples. Mas como na Morada do Samba existem compositores de muita capacidade, isso não seria um problema.

Pra alguns até há...

Mas assim como fiz com o samba da Ilha no Rio, vou defender a obra da parceria de André Ricardo e cia. simplesmente pelo fato de que o samba é bom.

Geralmente se espera muito do hino que abre o CD e talvez isso tenha frustrado um pouco as expectativas do publico em geral, uma vez que as grandes obras estão no meio do álbum. Mas isso não quer dizer que o samba da Mocidade seja ruim. Muito, mas muito pelo contrário.

Vou além: é um dos únicos que cravo desde já que será nota máxima. Podem me cobrar no dia 12 de fevereiro.

E não digo isso só por ser o samba da Mocidade Alegre. Digo pela qualidade que a obra apresenta.

Concordo plenamente que não é uma sinfonia rara como os sambas da Águia de Ouro e da Pérola Negra, por exemplo. Mas a composição apresenta algumas soluções muito bacanas dentro de sua estrutura, especialmente na melodia.

Acho o refrão central do samba um dos mais belos do ano. Várias vezes já me peguei cantarolando “Quando o vento soprar, eu vou voar/Te encontrar nessa imensidão/Brincar de Deus, ser feliz... sonhar/Não há limites para a imaginação”. É muito bom.
Isso tudo sem contar o show de interpretação que o meu grande amigo Clóvis Pê da na faixa de abertura do álbum.

Acredito que nos últimos anos a ousadia fez parte de todos os sambas de enredo da Mocidade em algum momento, mesmo que quase imperceptível aos ouvidos menos apurados. E este ano, ao apresentar uma obra mais clássica, o ouvinte pode realmente ter estranhado e daí ter passado a criticar o hino da Escola. Mas sejamos sinceros: se todos os anos tudo for igual não vai acabar enjoando? Então!

Pra mim é um dos bons sambas dessa safra surpreendente de 2013!

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