segunda-feira, 30 de abril de 2012

"Quem me viu chorar, vai me ver sorrir..."



Encerrando os desfiles do Grupo Especial do Carnaval carioca de 2012, a Acadêmicos do Grande Rio.

Maior prejudicada pelo incêndio que assolou a Cidade do Samba em fevereiro de 2011, a Tricolor de Duque de Caxias apostou na superação como tema central de seu enredo.

"Eu Acredito em Você. E Você?" de autoria do carnavalesco Cahê Rodrigues prestou uma homenagem a pessoas que em algum momento de suas vidas buscaram força para superar um grande desafio, assim como a própria Grande Rio que precisou se reerguer após perder 95% de seu último carnaval.

A abertura foi pra lá de simpática, com as crianças fugindo de seus pesadelos. O grupo comandado pelo coreógrafo Jorge Teixeira se apresentava sobre um grande elemento alegórico representando uma cama. Em alguns momentos essa cama se erguia e os componentes eram atacados por seres das sombras. Uma idéia muito boa e bem realizada.

Na sequência o carro abre-alas trouxe uma revoada de anjos em meio a muitas nuvens e belas mulheres. No quesito alegoria e adereços deu-se o melhor momento do desfile da Grande Rio. Por mais que algumas idéias parecessem equivocadas a realização das 6 alegorias da Escola foram simplesmente louváveis. O acabamento estava impecável e os materiais utilizados eram de primeira. Carros como o dos "Gigantes" e dos atlétas "Para-Olímpicos" foram destaque.

As fantasias criadas pelo carnavalesco Cahê Rodrigues seguiram a sua linha de criação. Algumas muito carregadas e com informações em excesso, mas a leitura não fora prejudicada. Ponto para Cahê.

O samba de enredo da Grande Rio não era nenhuma maravilha, mas se mostrou funcional. Gosto do refrão de cabeça "Quem me viu chorar... vai me ver sorrir/Eu acredito em você... pro desafio/E abro meu coração, cantando a minha emoção/Superação é o carnaval da Grande Rio", acho que resumiu bem a proposta do enredo e apresentou o lirismo que faltou ao resto do samba. A interpretação de Wantuir também esteve muito à baixo do que o grande interprete costuma apresentar.

A bateria de mestre Ciça, essa sim foi muito bem, como sempre, aliás. A "Envocada" de Duque de Caxias deitou e rolou mesmo com um samba considerado fraco.

O casal de mestre-sala e porta-bandeira Luiz Felipe e Squel mostraram garra e foram apenas regulares na condução do Pavilhão Tricolor.

Para 2013 as mudanças em Caxias são gerais. Desde o presidente até o carnavalesco. Tudo será diferente. Na pesidencia, saiu Helinho de Oliveira entra o engenheiro civil Edson Alexandre. No comando artistico da agremiação, Cahê Rodrigues foi dispensado (já acertou com a Imperatriz) e para o seu lugar retorna Roberto Szaniecki. A porta-bandeira Squel foi outra que deixou a Grande Rio logo após o Carnaval. Para o seu lugar chega a bela Verônica Lima, ex-União da Ilha. Mestre Ciça continua à frente dos ritmistas de Caxias e Wantuir agora tem a companhia de Emerson Dias no primeiro microfone da Escola.

Como se vê, a Grande Rio mudou bastante. A principal idéia da nova diretoria é afastar o rótulo de a "Escola dos Artistas" e para tal feito já anunciou que irá diminuir a quantidade de alas comerciais em seu desfile.

A frase que talvez melhor defina o momento que vive a Grande Rio foi dita pelo seu novo presidente assim que fora empossado: "A comunidade verá cada vez mais que ela é dona da Grande Rio. Nós não vamos estar aqui daqui a 80 anos, mas a Grande Rio vai!".
 
Será que agora vai?

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