quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Estação Primeira de Mangueira


Enredo: “Cuiabá: um Paraíso no Centro da América!”

Autores: Lequinho, Junior Fionda, Paulinho Carvalho e Igor Leal

Nos dois últimos carnavais fui apedrejado pelos manguirenses devido as ávidas criticas tecidas pelo modelo de gravação adotado pelo ditador que se proclamou presidente da agremiação e que ao meu ver distorce completamente as características e as tradições dessa que assim como o intérprete Luizito costuma dizer, é a “Maior Escola de Samba do Planeta”.

Acredito que continuarei na lista negra dos mangueirenses por mais algum tempo...rs

Pra começo de conversa, vou parabenizar a Escola por escolher um samba de enredo composto por uma parceria tradicional do morro, afinal, Lequinho e Junior Fionda são autores de grandes sambas da Verde e Rosa na última década. Portanto, um ponto positivo em meio a tanta desgraça.

Quanto ao samba, não é tão ruim como o do ano passado, por exemplo. Mas ainda assim merece algumas criticas quanto a sua estrutura melódica e principalmente a alguns clichês que volta e meia vem aparecendo em sambas da Velha Manga. Em uma rápida passada pela letra você encontra “Cidade formosa” rimando com Verde e Rosa, por exemplo.

A letra desta obra é muito boa, chega a lembrar inclusive o samba “Brasil com Z”, de 2002, que rendeu o último campeonato a Escola, porém, a melodia destoa totalmente com a beleza da letra. Aí a primeira critica do que chamo de gravação “Frankenstein”, pois uma música cantada por quatro intérpretes sempre vai esbarrar em questões básicas como impostação, timbre, potência vocal, etc.

Logo na introdução ouvimos a voz de Agnaldo Amaral, que ao meu ver se destacou positivamente na gravação, pois mostrou garra ao cantar o samba de uma das mais tradicionais Escolas de Samba do Brasil. Depois disso, o próprio Agnaldo se reveza em um “revezamento maluco” com Luizito (para mim, o verdadeiro herdeiro do mestre Jamelão e o intérprete oficial da Mangueira), Zé Paulo Sierra (visivelmente rouco) e Ciganerey (a grande maioria morre de amores, mas eu considero apenas razoável).

É nítido também que os melhores momentos da gravação se dão quando Luizito canta trechos do samba de maneira solo, pois aí sim fica com cara de samba de enredo e não de gingle de final de ano, onde todo mundo canta um pouco.

Gosto do refrão de meiúca do samba, mas acho o clichê “Eu sou Mangueira a todo vapor” totalmente desnecessário, pois serve apenas como promoção para o presidente da agremiação (sigo sem pronunciar o nome desse senhor).

Dentro da safra de 2013 é um dos bons sambas do ano, mas assim como ocorreu com “Nelson Cavaquinho” e “Cacique de Ramos”, tem tudo para ser abafado na avenida em decorrência das peripécias e devaneios (pra não dizer loucura) do ditador Verde e Rosa.

Mais uma vez, sorte a Manga!!!

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