sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Beija-Flor de Nilópolis


Enredo: “Amigo Fiel, do Cavalo do Amanhecer ao Mangalarga Marchador”

Autores: J. Velloso, Ribeirinho, Marquinho Beija-Flor, Gilberto Oliveira, Dílson Marimba, Silvio Romai, Cláudio Russo e Miguel

Podem falar o que quiser da Beija-Flor, que é uma Escola antipática, que sua torcida é insuportável, que ganha carnavais controversos, enfim. Uma série de questionamentos. Mas é inegável que a Azul e Branco da baixada é a agremiação que melhor escolhe os seus sambas de enredo.

Mesmo quando não surgem clássicos do porte de “Agotime”, “Manôa” e “Sete Povos das Missões”, os hinos levados pelo pessoal de Nilópolis para a Marquês de Sapucaí se destacam em meio aos demais.

Em 2013 não será diferente.

Ainda que não chegue perto das obras-primas de Vila Isabel e Portela, o samba da Beija-Flor é dos mais agradáveis da safra. Conta com uma estrutura melódica muito bonita e letra altamente descritiva.

O grande temor quanto à construção da letra em primeira pessoa parece ter desaparecido com o passar do tempo, uma vez que após ouvir várias vezes a obra você acaba se acostumando com alguns clichês do tipo “galopei” e “me fez marchar”.

Até a “participação especial” do cavalinho relinchando no início da faixa ficou legal, embora alguns tenham criticado e até feito piada com isso na grande rede.

Outro diferencial neste samba de 2013 é que a melodia não puxa a todo momento para o menor, como é de costume nos hinos da Escola. Tal recurso torna os sambas de enredo classudos até demais e isso já vinha de certa forma se tornando cansativo, pois ano após ano tinha-se a impressão de estar ouvindo o mesmo samba.

Acho muito bacana o início da obra e a melodia utilizada pelos compositores no trecho “Eu vou cavalgar pra encontrar/A minha história nesse mundo de meu Deus!” é valente e ao mesmo tempo empolgante.

Só para variar, a interpretação do veteraníssimo Neguinho da Beija-Flor é excepcional. Algumas pessoas comentam que acharam à voz do cantor rouca em demasia, porém, quem conhece o “seu” Luis Antônio Feliciano Marcondes, sabe que a cada ano que passa a rouquidão aumenta assim como a sua qualidade na levada dos sambas que magistralmente interpreta.

Pra finalizar, o trecho “Sou puro sangue azul e branco, um acalanto/A mais sublime criação!/Sou eu seu cavalo de batalha/Se a memória não me falha/Chegou a hora de gritar é campeão!”, mostra claramente o desconforto do Laíla e de toda acomunidade nilopolitana com a perda do bi-campeonato em 2012 (não que a Escola merecesse...).

Podem esperar em 2013 uma Beija-Flor aguerrida e com uma garra à cima da média na Sapucaí.

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