segunda-feira, 19 de março de 2012

"É verde e branco o meu amor..."

Uma das mais tradicionais Escolas de Samba do Brasil, a Mocidade Camisa Verde e Branco retornou a Elite do Carnaval paulistano após 3 anos desfilando no Grupo Acesso.

Apresentando-se com o enredo "É o Amor" a Verde e Branco da Barra Funda apostou na união de sua comunidade (um tanto quanto abalada após a prisão do presidente Ribamar de Barros) e na experiência em "abrir os desfiles" do carnavalesco Anselmo Brito.

Apesar de alguns bons momentos, a Escola não deu pinta em momento algum de que havia voltado para ficar. Muito pelo contrário. O espetáculo preparado pelo carnavalesco para a abertura do desfile não funcionou como se imaginava. Os componentes da comissão de frente sofreram com seus costeiros. Alguns dos integrantes inclusive chegaram a perder partes da indumentaria ao longo da pista. O tripé que acompanhava a comissão apresentou péssimo acabamento. Ponto alto no quesito a representação do saudoso Thobias (ex-presidente do Camisa) e de seus pais, fazendo referência ao amor pela agremiação.

O carro abre-alas era maravilhoso. Um dos melhores do ano seguramente. Todo revestido de pelúcia rosa e com dezenas de esculturas de cupidos, a alegoria causou impacto, porém, a única ressalva que fasso é de que o desenho deste carro em muito lembrava o abre-alas da Imperador do Ipiranga de 2010 elaborado pelo mesmo Anselmo Brito. Diferentes na temática, em ambos os casos os abre-alas eram semelhantes nas formas e na colocação de esculturas e destaques.

As alas do Camisa evoluiram de maneira magistral, mostrando que o chão da Escola ainda é o mesmo. O primeiro casal da agremiação (Leonardo Trindade e Joyce) não apresentou nada além do esperado, entretanto, me chamou a atenção por ostentar uma fantasia muito parecida com a do casal Emerson e Cinthia, ano passado na Unidos do Peruche. Fiquei com a pulga atrás da orelha.

Os demais carros alegóricos apresentaram formas batidas e acabamento sofrido (principalmente no que homenageava Oxum). Destaque para a segunda alegoria que representava o Taj Mahal e para o último carro que trazia um grande arlequim em alusão ao amor dos componentes por sua agremiação.

A "Furiosa" dirigida pelo mestre Jayson Ferro sustentou o ritmo durante todo o desfile. Certamente um dos pontos altos da Escola em 2012. O samba enredo nunca foi do meu agrado, mas passou corretamente na voz do rodado Agnaldo Amaral.

Ao final do desfile, a velha guarda do Camisa apresentou-se com uma elegancia poucas vezes vista em um desfile de Escolas de Samba. Realmente maravilhosa e digna de aplausos.

Acredito que o que faltou ao Camisa para permanecer no Grupo Especial foi trazer à tona mais de sua própria essência. Camisa Verde e Branco sempre foi um nome que impos respeito. É madrinha de agremiações do porte de Gaviões da Fiel e Império de Casa Verde. Portanto, merece estar na Elite do samba paulistano. Só que nem só de nome vivem as Escolas de Samba.

A Verde e Branco necessita de um choque de gestão. O presidente Ribamar até tentou, mas errou feio na escolha do seu carnavalesco. Com todo respeito ao Anselmo (que conheço muito bem), enquanto este achar que o gigantismo é a solução para se manter no Grupo Especial, continuará "quebrando a cara" ano após ano.

Para 2013 as mudanças deverão acontecer, porém, ainda não podemos precisar nada. Torço para que assim como Nenê de Vila Matilde e Unidos do Peruche, o Camisa Verde e Branco retome os seus dias de glória, pois é um dos grandes "celeiros" do samba paulistano.

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