terça-feira, 5 de abril de 2011

"Lindo como o mar azul, meu grande amor minha Portela..."

A maior campeã da história do Carnaval carioca vive um inferno astral de proporções nunca antes imaginada. Desde 1970 a Escola não conquista um campeonato sozinha. Título então, desde 1984, quando venceu a primeira noite de desfiles no ano da inauguração da Marquês de Sapucaí.

E parece que desde que o atual presidente, Nilo Figueiredo assumiu a agremiação, as coisas pioraram. Ok, em 2008 e 2009 a Portela conseguiu retornar ao desfile das campeãs (4° e 3° colocação, respectivamente), fato que não acontecia desde 1998. Mas isso não significa muito em meio a desordem que assolou a tradicionalíssima Escola de Samba de Madureira.

Quando a equipe para o Carnaval 2011 começou a ser montada, a esperança mais uma vez pairava sobre a nação portelense, afinal, a manutenção do trabalho do intérprete Gilsinho, do competente mestre de bateria, Nilo Sérgio e do experiênte casal de mestre-sala e porta-bandeira, Rogerinho Dorneles e Lucinha Nobre, são por sí só, garantia de qualidade. A eles, acrescentou-se o trabalho de Roberto Szaniech, carnavalesco de muito talento e um dos melhores da atualidade.

O enredo "Rio, Azul da Cor do Mar", também foi muitíssimo bem aceito pela comunidade.

O cenário parecia animador.

Pois é... parecia. O costumero atraso no barracão de alegorias da Escola mais uma vez se fez presente e deixou os portelenses pra lá de preocupados. E para piorar ainda mais, um incêndio na Cidade do Samba, teria supostamente atingido o galpão da Azul e Branco e destruído todas as fantasias da Escola.

Mais uma vez, o grandioso e belíssimo trabalho de Szaniech estava comprometido.

Para completar o cenário portelense de 2011, pela primeira vez, desde que o desfile das Escolas de Samba foi criado na cidade do Rio de Janeiro, a Portela desfilaria sem ser avaliada. Para os torcedores, o maior desrespeito da história gloriosa da Águia de Madureira.

O desfile em sí não foi ruim. É óbvio que as alegorias e algumas fantasias foram comprometidas devido ao atraso gerado pelo inesperado, mas a concepção de idéias era brilhante. As alegorias eram criativas e até certo ponto, traziam o requinte do trabalho do polonês. Destaco a belíssima águia do carro abre-alas e o carro que trazia à frente a representação da construção do Colosso de Rodes, uma das sete maravilhas do mundo antigo. Os figurinos estavam irregulares, afinal, teriam sido reconstruídos em menos de um mês.

Quesitos técnicos: harmonia e evolução com a cara da Portela, componentes desfilando com garra e amor ao pavilhão; conjunto comprometido pela irregularidade das fantasias e a falta de acabamento de algumas alegorias; mestre-sala e porta-bandeira como sempre primorosos e bateria de boa para ótima. A comissão de frente era uma idéia gênial que se transformou em lugar comum, já que não apresentou nada fora do comum. Nos quesitos básicos, o enredo apesar de batido foi muito bem desenvolvido e deu margem a uma boa viagem na história da navegação e o samba enredo cumpria bem o proposto pelo tema, embora não estivesse a altura das obras já apresentadas pela Escola.

Para 2012, a mudança mais significativa é um aparente choque de gestão que a agremiação sofre com o afastamento de Nilo Figueiredo da direção do carnaval. Este dá lugar ao obscuro "Falcon". Este por sua vez é uma incógnita, mas merece um voto de confiança, pois parece ter algo muito importante para alçar a Portela ao seu lugar de direito: amor pelo pavilhão Azul e Branco.

A única mudança na equipe de 2011 é a chegada do carnavalesco Paulo Menezes, que substitui Roberto Szaniech. Apesar de fã do polonês, admiro o trabalho do Paulo desde que o mesmo fez "Buon Manjare", na Mocidade Independente, em 2005. É um bom nome e vai sem sombra de dúvidas, elaborar um belo Carnaval para a Portela.

Se a Escola conseguir se organizar em seu barracão e cumprir as datas sem deixar tudo para a última hora, é séria candidata ao título de 2012.

"Salve o Manto Azul e branco da Portela"!!!

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