segunda-feira, 4 de abril de 2011

"Eu quero é sambar..."

Essa é uma Escola que me tira o sono.

A Imperatriz Leopoldinense se caracterizou por realizar desfiles técnicamente perfeitos em seu auge nos anos 90 e início dos anos 2000, onde a "Rainha de Ramos", como é carinhosamente chamada por seus torcedores e simpatizantes, arrebatou simplesmente 5 campeonatos no curto espaço de tempo de 1994 a 2001.

Depois disso, fez pelo menos mais 2 desfiles que mereciam a glória máxima (2004 e 2005).

Entretanto, a poderosa Verde e Branco de Ramos acabou entrando em um inferno astral sem precedentes. A carnavalesca Rosa Magalhães, uma das maiores responsáveis pelo sucesso da Imperatriz acabou perdendo espaço na agremiação e foi demitida em 2009. Para o seu lugar, chegou Max Lopes, velho conhecido da Escola para tentar recoloca-la no caminho das vitórias.

Após um 2010 complicado, Max tentava dar a volta por cima em 2011. Mas quando a Escola anunciou que o enredo seria sobre a Medicina, os animos baixaram inacreditávelmente.


"A Imperatriz Adverte: Sambar Faz Bem a Saúde", não caiu bem aos ouvidos dos exigentes gresilenses.

Pior, quando os protótipos das fantasias foram apresentadas, o caos assolou a enorme nação gresilense, pois segundo a grande maioria, as fantasias eram grotescas do ponto de vista estético e grosseiras em suas cores.

Max Lopes, no entanto, é esperto. Tem experiência de sobra e usou de todo o seu conhecimento carnavalesco para reverter esse quadro.

O resultado disso: um belíssimo desfile no Carnaval 2011.

Os descrentes torceram o nariz, afinal, dentro do seu estilo, Max Lopes é insuperável. É a velha e inconfundível influência de Pamplona e Arlindo Rodrigues que reina sobre os últimos remanescentes da escola salgueirense de outrora (além de Max, Rosa Magalhães e Renato Lage).

As alegorias da Imperatriz não eram o show que Paulo Barros costuma levar para a avenida, mas ilustravam perfeitamente o enredo. Eram bem acabadas e com formas inteligentes. As fantasias, se não eram um luxo só, estavam leves, de fácil entendimento e primando pela principal caracteristica de Max, o colorido genial.

Quesitos técnicos: harmonia, evolução e conjunto satisfatórios; mestre-sala e porta-bandeira muito bem em sua estréia, seguros e esbajando elegância e simpátia. Bateria, como sempre, um espetáculo a parte. Sou fã do méstre Marcone. A comissão de frente era sublime. Os "doutores da alegria" não poderiam estar em melhor lugar. Abriram o desfile dando a idéia do enredo e levantando a platéia. Quesitos básicos, enredo bem desenvolvido (aquela volta ao mundo que o Max tão bem sabe fazer) e samba enredo descritivo e muito belo musicalmente.

Para 2012, Max está confirmado e vai para o terceiro carnaval consecutivo a frente da Imperatriz. Segudo o próprio artista: "este ano para o título".

O casal de mestre-sala e porta-bandeira que surpreendeu a todos também continua, bem como o consagrado méstre Marcone e o coreógrafo da comissão de frente, Alex Neoral.

A dúvida que paira sobre Ramos fica por conta do novo intérprete da agremiação. Dominguinhos do Estácio que sofreu um infarto logo após o desfile e que fora substituído por Alexandre D'Mendes no desfile das campeãs, encerrou a carreira após 40 anos de avenida. Alexandre, apesar de ter a aprovação de boa parte da comunidade e da diretoria, ainda não foi confirmado como o "títular" de 2012, mas tem grandes chances de ser. A sombra de Nêgo, no entanto, paira sobre a Verde e Branco.

Seja como for, a Imperatriz é grande e deve-se respeitar. Eu aprendi a duras penas que com a GRESIL não se brinca!!!

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