terça-feira, 3 de julho de 2012

Ao mestre com carinho: Renato Lage

Desde o meu inicio como um artista do Carnaval, muitas foram as influências artisticas das quais me vali para criar um estílo próprio e poder assim seguir o meu caminho.

Nomes como os de Arlindo Rodrigues, Jorge Freitas, Rosa Magalhães, Max Lopes e Roberto Szaniecki foram de extrema importancia em minha formação, porém, nenhum deles foi tão decisivo na minha decisão ao me tornar um carnavalesco como Renato Lage (foto).

O artista multicampeão no Carnaval carioca é considerado um mago do designer e dono de um estilo de vanguarda, o que acabou por influênciar uma série de jovens carnavalescos que surgiram após o efeito "Vira-Virou", da Mocidade em 1990.

Como bom independente que sou, sempre fui fã do trabalho do Lage e tento na medida do possível carregar algumas de suas principais características criativas quando estou em processo de criação.

É por tudo isso que agora, presto essa singela homenagem ao craque Renato Lage, um artista completo e que ainda há de nos brindar com muitos carnavais!!!

Biografia

 Renato Lage começou a fazer carnaval em 78 como auxiliar de barracão e chefe de alegorias no Salgueiro, do então carnavalesco Fernando Pamplona. A partir de 1979, iniciou trajetória solo na Unidos da Tijuca, conquistando o título no mesmo ano no grupo 1-B (hoje grupo de acesso A), com o enredo sobre Delmiro Gouveia, em homenagem ao visionário industrial nordestino. Renato conheceu Lilian Rabello saindo da Escola de Artes do Parque Lage e a chamou para trabalhar com ele e permaneceram na Tijuca até 1982. Em 1983, Renato foi com Lilian Rabello para o Império Serrano, tradicional escola carioca do bairro de Madureira.



Em seu primeiro ano como carnavalesco do Império Serrano, desenvolveu figurinos e alegorias para o enredo de Fernando Pamplona "Mãe,Baiana Mãe", desenvolvido e pesquisado por Lilian, sobre os hábitos das tradicionais baianas. Já naquele ano chamou a atenção da mídia e do público em geral pelo extremo bom gosto com que o cotidiano das senhoras do samba fora retratado. A partir de 1985, começou a desenvolver os enredos criados e desenvolvidos por Lilian Rabello que fazia dupla de criação com Renato Lage, tendo permanecido na escola até 1986. Em 1987, retornou ao Salgueiro, escola onde desenvolveu o desfile do enredo "E por quê não?" de autoria de Lilian Rabello, sendo precursores do estilo estético arrojado que os consagrariam anos depois na Mocidade Independente de Padre Miguel. No ano seguinte, Renato&Lilian tranferiram-se para a Caprichosos fazendo mais dois enredos de autoria de Lilian.


Em 1990, o banqueiro Castor de Andrade volta à Mocidade depois de 2 anos afastado e dá início a um plano de reformulação da escola de Padre Miguel, que amargara resultados ruins durante sua ausência, além de ter perdido em um acidente automobilístico um dos seus maiores nomes, o carnavalesco Fernando Pinto. Castor convidou o casal Renato Lage e Lilían Rabelo, além do cenógrafo e diretor televisivo Maurício Sherman para desenvolver um enredo sobre a virada da década. O desenrolar dos acontecimentos, além do forte expectativa com que a escola lidava devido a volta de Castor de Andrade, fez com que o enredo sobre a virada da década se tornasse o enredo sobre a virada da própria Mocidade, que pretendia entrar nos anos 90 renovada. Por fim, Sherman foi dispensado e Renato e Lílian deram início a concepção do vitorioso "Vira-Virou, a Mocidade Chegou" O enredo era uma profunda viagem ao passado da escola, resgatando momentos desde a sua fundação por membros de um clube de futebol, o Independente Futebol Clube, a conquista do primeiro título, a sua lendária bateria, desfiles memoráveis e grandes nomes, como os carnavalescos Arlindo Rodrigues e Fernando Pinto, além do inesquecível Mestre André.

Após 13 carnavais pela Estrela Guia de Padre Míguel, Renato retornou a Escola em que começou, o Salgueiro. Desenvolveu em 2003 ao lado de sua esposa Marcia Lávia o Carnaval dos 50 anos da Acadêmia, um desfile muitíssimo bem comentado e que devido a problemas de cronometragem deixou escapar o sonho do título no ano em que completava "Bodas de Ouro".

Nos anos que se seguiram, a dupla Renato e Marcia desenvolveram grandes carnavais, alguns deles inclusive merecedores do campeonato. Porém, ainda não era dessa vez que o Salgueiro sairia da fila.

Em 2007, Renato Lage trabalhou paralelamente em duas escolas de samba, no Salgueiro, onde desenvolveu o inesquecível "Candaces" (7° colocado) e na comissão de carnaval da Império de Casa Verde (5° colocada), em São Paulo, junto com sua esposa Márcia Lage e a equipe de barracão da agremiação que contava com Júnior Marques, Nei Meirelles e Jorge Luiz.


Em 2008 repetiu a dose, mas desta vez trabalhando no Império Serrano, atingindo o campeonato do Grupo de acesso A, além do vice-campeonato no Grupo Especial com o Salgueiro. Em 2009 consagrou-se campeão no Salgueiro com o enredo "Tambor" que arrebatou a Sapucaí e a escola foi sucesso de crítica e público numa vitória incontestável. no ano de 2011, com um desfile digno de título, fez um enredo sobre o cinema na cidade do Rio de Janeiro, tendo feito alegorias gigantes, como a do King Kong na Central, o que dificultou o trabalho da harmonia e atrasando o desfile da escola. Em 2012, alcançou o vice-campeonato no Grupo Especial com a Acadêmia do Samba defendendo o enredo "Cordel Branco e Encarnado".

Para 2013, comemorando 11 anos à frente da Vermelho e Branco, Renato levará para a Marquês de Sapucaí o enredo "Fama", que contará um pouco da busca do homem pela notoriedade.

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