sexta-feira, 30 de março de 2012

"Quem é Vila Maria, levante as mãos..."

Não vou classificar o desfile da Unidos de Vila Maria em 2012 como uma decepção, porém, foi uma apresentação muito, mas muito à baixo do que eu esperava.

Sei também que o grande carnavalesco Chico Spinoza está isento de culpa neste caso, já que quem teve acesso ao seu projeto de carnaval (assim como eu) sabe que ele estava preparando um desfile arrebatador em termos de alegoria e fantasias. A realização do trabalho é que deixou e muito à desejar.

O enredo "A Força Infinita da Criação, Vila Maria Feita a Mão" até dava margem para uma viagem interessante pela jornada criativa das mãos, como tanto o Chiquinho pregava. Mas sabe aqueles desfiles que simplesmente não acontencem na avenida? Pois é, nada aconteceu.

É verdade também que para um enredo que já passou pela avenida algumas vezes (União da Ilha, 1983 e Barroca Zona Sul, 2005) se esperava algo mais claro, o que não aconteceu em alguns momentos. Acho inclusive que a dificuldade em visualizar algumas situações propostas pelo carnavalesco foi o "Calcanhar de Aquiles" da Vila em 2012.

Em termos alegóricos o abre-alas e o carro da Torre de Babel, foram muito superiores aos demais. O acabamento, umas das marcas do Chiquinho foi bem executado, mas ainda assim muito à baixo do que o carnavalesco costuma apresentar nas Escolas por onde passa. As fantasias de ala estavam confusas e de dificílima interpretação. Prova maior disso foram os babalorixás da bateria que mais pareciam caçadores primitivos (urôs). Por outro lado, bem executadas e com materiais sofisticados, comprovando a tal da "estética caprichada" da qual Spinoza tanto vinha se gabando.

Quero destacar a ala das baianas que trouxe em sua saia tecido pastilhado gliterizado e com aplicações exclusivas. No momento em que as baianas giravam podia se notar o brilho diferente que esse tecido proporcionava. Muito legal.

O melhor de tudo foi ver o samba de enredo que era tão criticado pela mídia e nos foruns de Carnaval na internet crescer e passar na noite do dia 18 de fevereiro como um dos melhores do ano. Ponto fraco na parte música é a participação pra lá de apagada do intérprete Nêgo, que foi mero coadjuvante do Fernandinho SP que retornava à agremiação.

A excepcional bateria da Vila que estreava o mestre Zuca ao lado do competentíssimo mestre Mí mais uma vez foi soberba, apresentando-se com uma pegada invejável. É seguramente uma das mais fortes de São Paulo. E sem dúvida nenhuma, aquela que trás a sua frente o melhor time feminino do Carnaval. Este ano, com todo o destaque para a maravilhosa Quitéria Chagas. Faziam parte dessa charmosa corte: Priscila Bonifácio, Monalisa Marques, Flavia Viana, entre outras beldades. Um verdadeiro colírio para os olhos.

Defendendo o pavilhão da Vila, mãe e filho. Rodrigo e Marina formaram pelo terceiro ano consecutivo o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da agremiação e a exemplo de 2011 deram um verdadeiro show de elegância apresentando uma dança tradicional e muito bem ensaiada. Gosto muito de ver esse casal bailar.

O presidente Paulo Sergio Ferreira, o Serginho resolveu manter Chico Spinoza à frente do carnaval da agremiação para 2013 e ao meu ver, acertou em cheio. O intérprete Nêgo deu adeus a Vila e inclusive já acertou seu retorno ao Império Serrano no Rio de Janeiro. Até o momento, Fernandinho SP está efetivado no primeiro microfone da agremiação. Mas o sonho continua sendo Carlos Junior. Nas demais posições não haverá mudanças.

2 comentários:

  1. Gosto deste samba enredo da Vila, gostei da comissão de frente, mas o desfile deixou a desejar, acho que escolas como Tucuruvi ou Gaviões mereciam mais esta 5ª colocação, pelo menos plasticamente falando.

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  2. Com certeza, até porque a estética da Vila foi confusa. Infelizmente a Vila Maria está se tornando a Grande Rio de São Paulo.

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