sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Camisa Verde e Branco


Enredo: “Era Uma Vez, Outra Vez”

Autores: Denny Gomes, Silas Augusto, Almir Menezes, Fábio de Paula, Luciano Rosa e Ary do Camisa

Tradição é o que não falta a Mocidade Camisa Verde e Branco. Com base nesta máxima, a comunidade da Barra Funda mais uma vez vai em busca de retomar seu lugar no Grupo de elite do Carnaval paulistano.

Porém nem só de “camisa” vive o Carnaval.

Ta certo que o samba de enredo da tradicional Verde e Branco da Zona Norte não é ruim, mas particularmente não me agrada.

Sei que muitos torcedores, componentes e aficionados pela Escola vão me criticar, mas alguns mais coerentes vão entender o meu posicionamento, principalmente os que viveram os tempos áureos dessa entidade mais do que necessária na história do nosso Carnaval.

Como disse logo a cima, o samba não é ruim. Mas está longe de ser a altura das tradições da Escola que já teve entre outras obras memoráveis o inesquecível “Talismã”, que serviu de trilha para o último título da agremiação.

O samba de 2013 tem bons momentos como o refrão de cabeça (este anos os refrões se destacaram na safra) que exalta a Escola e apresenta (timidamente é verdade) o enredo. Gosto particularmente desse começo por preservar um pouco da essência do Camisa nos versos “Meu trevo é raça, é samba pé no chão/Que faz o meu coração bater mais forte/Feito criança, feliz da vida/De verde e branco, tiro onda na avenida”.

Entretanto, logo na saída do refrão começam os poréns...

A primeira metade da obra é até bonita, mas totalmente sem sal. Alguns versos são muito bons, como por exemplo “Contos, mistérios, magia/Fadas bailando no ar/Reis cortejando rainhas/Seres fascinantes no fundo do mar...”, que tem além da letra inteligente, melodia interessante. Mas fica o sentimento ao ouvinte de que falta alguma coisa.

Acho que falta um intérprete mais qualificado. Pois Igor Vianna, filho do saudoso Ney Vianna que emprestou seu talento durante várias décadas para a minha Mocidade Independente de Padre Miguel, ainda não está inserido no time dos grandes cantores do nosso Carnaval. Não é uma crítica... apenas um posicionamento pessoal.

O “Para o alto e avante” do refrão central ficou divertido. Deste refrão para baixo, destaque para a melodia, que em alguns momentos puxa até para o swing carioca.

O que vale um destaque todo especial na faixa do Camisa é a participação sempre arrebatadora da “Furiosa da Barra Funda”. Sob o comando do mestre Jeyson Ferro, a bateria que é uma das melhores de São Paulo recuperou o fôlego e mais uma vez da um show à parte em sua apresentação.

O Camisa é e sempre será uma das principais potências do Carnaval paulistano. Torço ferrenhamente para que assim como a Nenê de Vila Matilde, retorne para o Grupo Especial, onde é o seu lugar por direito!

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