sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Unidos de Vila Isabel


Enredo: “A Vila Canta o Brasil, Celeiro do Mundo... Água no Feijão que Chegou Mais Um”

Autores: Martinho da Vila, Arlindo Cruz, André Diniz, Tunico da Vila e Leonel

Eis que chegamos a segunda exceção que eu havia citado anteriormente!!!

E tinha que vir lá das bandas de Vila Isabel, não é...

Salve, mestre Martinho da Vila!!! Salve, Arlindo Cruz!!! Vida longa, André Diniz!!!

Esta trinca citada logo á cima, aliada a Tunico da Vila e Leonel, produziram simplesmente a porrada deste início de década. Exagero??? Nem um pouco!!!

Se palavras faltam para descrever este samba da Unidos de Vila Isabel, sobram adjetivos para referenciá-lo: “perfeito”, “belíssimo”, “obra-prima”, “extraordinário”, “maravilhoso”.

Alguns questionam se o samba da Vila é superior ao da Portela. Normal, afinal de contas portelenses e mangueirenses são orgulhosos ao extremo e não costumam dar o braço a torcer. Mas alguns motivos bem óbvios fazem do samba da Vila superior. Vamos a eles???

Primeiramente a estrutura sob a qual foi construído. Melodicamente as obras que levam a assinatura de Martinho da Vila são sincopados e isso é um trunfo com o qual pouco compositores (pouquíssimos, na verdade) conseguem trabalhar com tamanha perfeição.

Ainda no que se refere a melodia, sabemos que o grande Arlindo Cruz costuma brincar com as notas musicais e aliando-se a genialidade do mestre da Vila, só poderíamos ter como produto final dessa obra uma maravilha do porte do samba de enredo de 2013.

A letra mostra fidelidade ao tema e capta exatamente o clima e as tradições interioranas que imagino eu, serão maravilhosamente bem retratadas no desfile da Escola pela professora Rosa Magalhães, o que a meu ver torna a Unidos de Vila Isabel a grande favorita a conquista do título deste Carnaval.

Muitos são os trechos marcantes nesta obra, porém, os refrões merecem um capítulo à parte nesta explanação.

“Festa no arraia/É pra lá de bom/Ao som do fole eu e você/A Vila vem plantar/Felicidade no amanhecer/ Festa no arraia/É pra lá de bom/Ao som do fole eu e você/A Vila vem colher/Felicidade no amanhecer”, da início ao samba de maneira arrebatadora. Já nas eliminatórias a gravação do intérprete Wander Pires (muito mais melódica que a do não menos competente Tinga na versão definitiva) mostrava a força do estribilho que no CD ganhou ainda mais em qualidade.

“Ô, muié, o cumpadi chegou/Puxa o banco e vem prosear/Bota água no feijão, já tem lenha no fogão/Faz um bolo de fubá”. O que dizer disso então??? É para se aplaudir de pé. É uma conversa de interior retratada com perfeição em linhas melódicas estupendas. Nem tenho o que dizer.

Ao fim do samba, a citação ao imortal Noël Rosa, com “É a Vila, chão da poesia, celeiro de bamba”.

Podem falar o que quiser... podem descordar, criticar, enfim...

Mas samba de verdade se faz em Vila Isabel!!!

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