quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Mocidade Independente de Padre Míguel


Enredo: ”Eu Vou de Mocidade Com Samba e Rock In Rio - Por um Mundo Melhor”

Autores: Jefinho Rodrigues, Jorginho Medeiros, Marquinho Índio, Domingos OS, Moleque Silveira, Gustavo Henrique

Chegou aquele momento difícil...

Minha Mocidade!!!

Vínhamos nunca carência muito grande de sambas de enredo de qualidade desde 2008 e eis que no Carnaval de 2012 a Mocidade nos brindou com o belíssimo samba sobre o pintor Cândido Portinari. Ali parecia que a era dos grandes enredos e dos sambas clássicos estavam voltando para Padre Miguel. É... doce ilusão.

O enredo ”Eu Vou de Mocidade Com Samba e Rock In Rio - Por um Mundo Melhor”, foi escolhido ainda no ano passado, em meio ao processo de criação e desenvolvimento do Carnaval deste ano e mostrou o oportunismo habitual do presidente Paulo Vianna (que eu nunca critiquei, muito pelo contrário). Que o Rock In Rio é um grande evento ninguém pode discutir, afinal, gera um publicidade fenomenal para o Rio de Janeiro e reúne aficionados pelo gênero musical vindos de todo o Mundo atrás de suas bandas e cantores favoritos. Mas aí a querer misturar rock com samba são outros quinhentos...

Os metaleiros, como são chamados os amantes do rock, são intolerantes com o samba. Porque então nós, os sambistas de verdade devemos homenageá-los???

Todos sabem que não sou radical, mas tem coisas que realmente não me descem. Pode vir a ser o renascimento da Mocidade vanguardista de Fernando Pinto e Renato Lage, sim, claro... porque não. Mas querer me dizer que é um bom enredo já é demais.

Pelo nível da sinopse apresentada pelo grande Alexandre Louzada (um capítulo à parte nessa história maluca), a parceria do consagrado Jefinho Rodrigues conseguiu operar um verdadeiro milagre com este samba de enredo que mesmo longe de honrar as tradições da Mocidade, consegue ser no mínimo audível.

De uma melodia bonita e letra fiel à sinopse, o samba tem 80% de seu sucesso creditado a maravilhosa voz de Luizinho Andanças que ao contrário do que algumas “viúvas do Wander Pires” dizem, está infinitamente superior a versão apresentada pelos compositores nas eliminatórias.

Termos como “Big bang”, “Maracá” e “Samba/Rock” não são do samba, mas acabaram se encaixando muito bem na letra que até certo ponto me surpreendeu.

O melhor momento do samba que se encontrava em seu refrão central parece já ter sido “abortado” do desfile e 2013, que seria a paradinha batizada de “Não existe mais quente”, em referência a bateria de Padre Miguel. A alegação é de que o risco na execução da parada seria grande demais, pois nem todos da Escola ouviriam o apito do mestre Bereco anunciando a manobra. Enfim...

Fato é que em uma safra nota 7 (com duas exceções que veremos mais adiante), o samba da Mocidade Independente atingiu uma nota 6 até com certa facilidade.

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