sexta-feira, 30 de novembro de 2012
Acadêmicos do Salgueiro
Enredo: “Fama”
Autores: Marcelo Motta, João Ferreira, Gê Lopes e Thiago Daniel
Salgueiro, Salgueiro...
Como a Escola responsável pelas principais inovações da história do Carnaval me da uma bola fora dessas???
O enredo “Fama”, já não é grande coisa. Obviamente não renderia um grande samba de enredo. Analisando por esse lado, a parceria vitoriosa encabeçada pelo grande compositor Marcelo Motta até fez milagre. Mas que este samba está muito, mas muito a baixo das tradições salgueirenses, isso é inegável.
É nessas horas que me lembro de “Descobrimento do Brasil” (1962), “Chica da Silva” (1963), “Bahia de Todos os Deuses” (1969), “Do Yorubá a Luz” (1978) e “Traços e Troças” (1983), só para fazer uma rápida coletânea de grandes sambas da história do Salgueiro.
Não vou dizer que o samba é de todo ruim. Mas a primeira metade certamente estraga a obra em um produto final.
A quebra melódica encontrada em vários momentos prejudica a audição do hino salgueirense. Por exemplo: “Quem me ama á parte das páginas que escrevi”, me soa muito estranho. O mesmo acontece em “Mostravam o Deus vivo, eterno poder”.
Do refrão central para o fim, o samba ganha em qualidade, ainda assim, nada que apague o ruim começo.
É claro que a construção da letra de um samba de enredo está diretamente ligada a qualidade da sinopse apresentada pelo carnavalesco, e neste caso, podemos isentar os compositores de qualquer culpa, afinal, dessa vez o mestre Renato Lage errou a mão.
Salva-se o Salgueiro porque a ala de compositores São Clemente conseguiu produzir algo pior.
Triste, heim, Salgueiro...
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