terça-feira, 27 de novembro de 2012

Portela atrasa salários, enfrenta protestos e não começou a preparar desfile


A maior vencedora do carnaval carioca corre risco de novamente passar por sérios problemas na Avenida. A Portela passa por problemas financeiros e não está em dia com o pagamento de seus funcionários: todos os setores da escola, dos faxineiros à equipe de segurança, passando pelo intérprete Gilsinho e pelo casal de mestre-sala e porta-bandeira, não recebem salário há dois meses, e os responsáveis pela elaboração de fantasias e carros alegóricos ameaçam parar. A informação foi confirmada por diversos setores da escola.

O atraso já é visível na Cidade do Samba. Enquanto as vizinhas Grande Rio e União da Ilha têm carros com as bases prontas e esculturas finalizadas, a Portela não terminou o desmonte das alegorias do último carnaval. Uma equipe do EXTRA visitou o barracão. Somente duas pessoas trabalhavam nas ferragens. À noite, segundo integrantes, os profissionais abandonaram o barracão.

A crise afetou também os ensaios de rua da escola. No última domingo, a agremiação cancelou o evento. O motivo: Gilsinho, intérprete oficial, e os demais cantores se recusaram a comparecer em protesto pela situação.

Nesta quarta-feira, há outro marcado, mas nada garante que vá ocorrer. Gilsinho, intérprete, ficou dois meses sem receber: "Minha parte está sendo colocada em dia, mas meu pessoal de apoio não recebeu

A assessoria da Portela confirmou os problemas financeiros, disse que os pagamentos serão "resolvidos até o fim da semana" e afirmou que o atraso não assusta: "Já cansamos de fazer carnaval em 30 dias", disse o assessor Enildo do Rosário.

Turbilhão de problemas na azul e branco

Crise política

Nilo Figueiredo, presidente da Portela, não comentou os salários atrasados. Ele enfrenta forte resistência dentro da escola. O líder da oposição é o sargento da PM Marcos Vieira de Souza, o Falcon, que organiza feijoadas mensais em Oswaldo Cruz, sempre no primeiro domingo do mês. Falcon vai ser candidato nas próximas eleições, em maio.

Sem crédito

A Portela passa por sérios problemas de fornecimento de material. Segundo integrantes da escola ouvidos pelo EXTRA, fornecedoras ameaçam negar crédito à agremiação a partir de janeiro.

Casal demitido

As dificuldades financeiras ficaram escancaradas após a demissão de Rogerinho e Lucinha Nobre, um dos casais de mestre-sala e porta-bandeira mais premiado da Sapucaí. Para o lugar deles, foram contratados, com menores salários, Robson e Ana Paula.

Fonte: Jornal Extra

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