Enredo: "O Reino dos Justus"
Carnavalesco: Jorge Freitas
Disposta a apagar a má impressão deixada em 2011, a Sociedade Rosas de Ouro optou por um enredo um tanto quanto controverso no início, porém, hoje quase uma unanimidade. Assim que anunciado, "O Reino dos Justus" caiu como uma bomba nos principais foruns de Carnaval na internet e a Escola foi execrada por aqueles que se acham conhecedores do assunto. Esbravejavam aos quatro cantos que uma homenagem ao empresário e apresentador Roberto Justus era algo inaceitável, que este era um enredo oportunista, e por aí vai. Eu mesmo não havia gostado da idéia (caso realmente se tratasse apenas de uma homenagem), porém, disse em uma postagem aqui mesmo no blog que confiava no bom gosto e na inteligência do carnavalesco Jorge Freitas para sair desse "mato sem cachorro" em que a roseira parecia ter se metido. E com a mágia que envolve o mundo do samba assim que a sinopse foi divulgada as desconfianças começaram a cair. O enredo já não eratão ruim como todos achavam. A desconfiança que ainda pairava aquela altura (se é que pairava) desapareceu de uma vez por todas na maravilhosa festa que a Escola organizou para o anuncio oficial do enredo, que contou com uma mega produção assinada pelo Jorge, onde um teatro com direito a figurinos e cenários excepcionais contrastavam com uma comunidade vibrante e com a presença do personagem Robero Justus totalmente inserido no contexto histórico criado pelo carnavalesco, fazendo juras de amor a Azul e Rosa e prometendo entrar de cabeça na disputa pelo campeonato. Hoje, considero "O Reino dos Justus" um dos melhores enredos do Grupo Especial e isso aliado a plástica exuberante que pude ver no barracão da Escola, posso afirmar que a Rosas de Ouro tem chances claríssimas de conquistar o título de campeã no Carnaval de 2012.
O samba de enredo vencedor é da perceria de Léo do Cavaco e possui um tom mais popular do que as últimas obras que a roseira têm levado para o Anhembí. Em uma análise mais técnica, dá até pra dizer que o samba é fraco, porém, algumas soluções encontradas pelos compositores acabam compensando uma possível falta de qualidade tanto em letra como em melodia. Um bom exemplo do que estou falando pode ser notada já no refrão inicial da obra, onde em momento algum você vê ligação com o enredo. Alguns vão me dizer: "mas a Hungria é citada no refrão" e tal. Sim, essa citação existe, mas não é nada referente ao enredo. Ela simplesmente está ali, assim como qualquer outra coisa poderia estar. Vejam bem: "É mais que um caso de amor/Rosas de Ouro, razão do meu viver/Trazendo a Hungria no coração/E o sonho de ser campeão", é mais uma exaltação a própria Escola do que uma sequência lógica e clara do enredo. Mas não condeno, é a formula atual de se fazer sambas de enredo e como disse anteriormente, é uma tentativa de popularizar. Em outras palavras: ainda vivemos (mesmo após 20 anos) sob o efeito Ita, do Salgueiro em 1993. O restante da letra é fiel ao enredo, seguindo inclusive a cronologia da sinopse, o que facilita muito na leitura do desfile para quem está na arquibancada. Só não gosto muito do refrão de meio, pois o considero muito frio e nem as "notas altas" das quais o intérprete Darlan Alves costuma se valer em suas gravações conseguem ajudar a alavancar este trecho. A segunda metade da obra é similar a primeira, dando sequência a descrição do tema e ao final, citando o empresário Roberto Justus de maneira bem discreta e sem "puxa-saquismo", no trecho: "Um lindo conto assim se fez, Justus o menino rei...". Não é um grande samba, pelo contrário, mas tem lá os seus encantos. É só lembrar que quando foi campeã em 2010, a Rosas possuia um samba similar ou até mesmo mais fraco que o atual.
Letra do Samba
Autores: Léo do Cavaco, Rogério Morgado, Leonardo Lima, Eric Lisboa, Luciano Godói e Cleverson Japa
Intérprete: Darlan Alves
O vento sopra mágia,
Vem viajar na imaginação
Er uma vez, um reino abençoado
Onde imperava a igualdade,
Justiça e liberdade.
Em seus jardins, brotava a mais bela flor
E a rosa encantada, o lindo cenário enfeitou.
As margens de um rio, o esplendor de um brasão
É meu orgulho, minha tradição
Sou mais um guerreiro nessa multidão.
As damas da corte num doce bailar,
Exuberância sem igual.
Ao som de violinos
Um grande cortejo real.
Hei de lutar por minha bandeira
E defender meu ideal,
Mas a tirania trouxe a invasão
Na luta do bem contra o mal.
Buscando a felicidade,
A esperança cruzou o mar
E no brasil, um ser de luz nasceu para brilhar
Um lindo conto assim se fez, Justus o menino rei
Hoje... a sua história é inspiração,
Vou coroar essa conquista
Honrando as cores do meu pavilhão
É mais que um caso de amor
Rosas de Ouro, razão do meu viver.
Trazendo a Hungria no coração
E o sonho de ser campeão
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