Renascer de Jacarepaguá

Enredo: "Romero Brito - O Artista da Alegria dá o Tom na Folia"

Carnavalesco: Edson Pereira

A agremiação que ascendeu ao Grupo Especial este ano, apostou as suas fichas em um enredo um tanto quanto incerto, afinal, a carreira do artista plástico Romero Brito se deu em grande parte no exterior. A questão é: será que vale à pena? Ao meu ver, em uma estréia como essa, uma temática de chunho mais popular seria ideal para trazer o público para junto de sí e assim, ter um trunfo a mais na dificílima missão de se manter na Elite do samba carioca.

A linha adotada pelos compositores na contrução da obra é tradicional, não havendo assim grandes variações tanto em letra quanto em melodia. O primeiro refrão do samba é bom, pois apresenta o enredo todo em quatro versos. Em sua primeira metade, ve-se uma sucessão de versos que me parece mais uma exaltação oba-oba do que a narração do enredo própriamente dita. O segundo refrão por sua vez me soa estranho desde a primeira vez que ouvi o samba na gravação do intérprete oficial da agreamiação, o bom Rogerinho Renascer, ex-Portela e já a seis anos na Escola de Jacarepaguá. Não sei, mas a saída do mesmo me parece quebrada. Ainda não consegui imaginar como ficaria na avenida. Já a parte final é bastante correta, fazendo uma narrativa coesa com o que fora apresentado na sinopse do carnavalesco Edson Pereira.

No geral, esperava muito mais da Renascer, tanto em enredo, quanto em samba. Se não chega a ser péssimo é no máximo regular. Porém, o que vale mesmo é o samba na avenida. Aí sim poderemos tecer um comentário com mais propriedade.

Letra do Samba

Autores: Cláudio Russo, Adriano Cesário, Fábio Costa e Isaac

Intérprete: Rogérinho Renascer

Esse dom que faz o artista imortal

É luz no céu para pintar

A Renascer no carnaval

O faz buscar em cada cor o infinito

Acreditar Romero Brito

Que Deus mora na inspiração

Em páginas arte que viu

O inverso se abriu, presente de irmão

Contraste que se refletiu

Universo do artista, outra dimensão

Nas cores de sua aquarela

Valores brincando na tela

Aquele abraço desenhar

Gira o compasso, eu quero outra vez sambar

Sensibilidade, pop arte ao mundo espalhou

Sorrir é brincar

Dar ao papel a emoção que seduz

Eu sei que a arte vai brilhar

Tal qual as telas na cidade-luz

Do alto do morro o Redentor abraça ao gênio

Que hoje repinta esta cidade

Moleque, Recife é saudade

Há tantos meninos assim

Querendo um sonho

Na liberdade das cores sem fim

Pintor d'alegria, calor da emoção

Pintou Renascer no meu coração

No tom da folia, vou me apresentar

Na galeria Jacarepaguá