O enredo mais grotesco de 2012 ganhou um desfile até certo ponto simpático, mas como o impacto do famigerado iogurte foi negativo desde o seu anuncio oficial, não poderia se esperar outro resultado para a Unidos do Porto da Pedra se não o rebaixamento.
O enredo "Da Seiva Materna ao Equilíbrio da Vida", nasceu de uma parceria com a Danone e seria desenvolvido pelo Roberto Szaniecki, mas como cronograma e pontualidade não são os pontos mais forte do meu amigo polonês, a troca de carnavalescos no meio do caminho apenas serviu como prenuncio do que viria.
É verdade que o escolhido para substituir o Roberto, o arquiteto Jaime Cezário não teve lá muita culpa no resultado final desse desfile, haja visto os bons trabalhos que vem realizando no Grupo de Acesso com a Acadêmicos do Cubango, mas também não dá para izentá-lo neste resultado desastroso para o Tigre de São Gonçalo.
O desfile foi aberto por uma comissão de frente que representava o processo de transformação do leite em iogurte. Cá pra nós... ô coisa mais óbvia. Eu não gosto dessas comissões que vestem uma malha, montam em um tripé e pronto, dizem que é a comissão de frente. Mas enfim, não dava pra esperar muita coisa de um enredo como esse.
O abre-alas tinha dois momentos distintos: a tigresa amamentando seus filhotes e a parte da pré-história. A primeira muito bonita, bem realizada e agradável. A segunda simplesmente desastrosa. Não sei, mas acho que cronograma também não foi o forte da Porto da Pedra.
As demais alegorias seguiram o padrão, alternando bons e maus momentos. Algumas soluções eram totalmente dispensáveis, mas como excessos fazem parte do trabalho do Jaime, tudo bem.
Os figurinos me deram a impressão de que já estavam desenhados quando o Jaime assumiu o trabalho. A ala de caçadores primitivos por exemplo, é identica a ala das "Pinturas Rupestres", que abriu o desfile da Império de Casa Verde em 2006, assinado também pelo Szaniecki. As fantasias são identicas, até na estrutura de ferro que fica aparente na pala. Coincidência? Inconsciente coletivo? Acho que não, heim...
Nos quesitos de avenida a Porto da Pedra também não se saiu muito bem. O samba de enredo era disparado o pior do ano, um dos mais fracos que eu já ouvi. Na avenida não empolgou ninguem e ainda foi mal interpretado pelo Wander Pires, que a cada ano vem rolando ladeira à baixo no mundo do samba.
A bateria do mestre Thiago Diogo é a única coisa que se salvou no desfile da Porto da Pedra em 2012. Com a pegada característica da agremiação, a ala garantiu a nota máxima e de quebra nos brindou com a beleza e o carisma da maravilhosa Ellen Rocche, a mais bela das Rainhas de Bateria do momento.
No quesito mestre-sala e porta-bandeira, a Escola foi apenas regular. Fabrício Pires e Cristiane Caldas são um grande casal, mas como nada deu certo para a Porto da Pedra em 2012, a dupla não conseguiu apresentar-se com a elegância habitual.
Como podem ver, foi um desfile para ser esquecido.
O presidente Francisco Marins tenta implantar uma gestão moderna na agremiação e ainda não sabe ao certo em que grupo a Escola irá desfilar em 2013, haja visto o "embrolio" judicial que pode se tornar a apuração do desfile do Grupo de Acesso. Fato é que as mudanças estruturais que visam elevar a auto-estima dos componentes e admiradores da agremiação já estão acontecendo. A quadra da Escola vive lotada e os eventos seguem acontecendo periódicamente. Entretanto, nada ainda foi confirmado no que diz respeito a profissionais do Carnaval.
Jaime Cezário deve deixar a agremiação, já que tem contrato vigente com a Acadêmicos do Cubango. Assim, é a única provável mudança da Vermelho e Branco de São Gonçalo para 2013.
Se a Escola mantiver a sua escrita, não deve passar mais de um ano no Grupo de Acesso, mas após 11 anos desfilando na Elite do Carnaval carioca, as diferenças podem pesar muito contra a agremiação...
É esperar pra ver.
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