segunda-feira, 16 de julho de 2012

Confira a sinopse do enredo da Unidos de Vila Isabel

G.R.E.S. UNIDOS DE VILA ISABEL
CARNAVAL 2013

ENREDO: "A Vila Canta o Brasil Celeiro do Mundo - Água No Feijao Que Chegou Mais Um..."

Sinopse

O trabalho no campo é fruto de muito suor, dedicação e amor pela terra, os quais permitiram que o Brasil se tornasse um destaque na agricultura mundial, caminhando a passos largos para a condição de principal país agrícola do planeta.


Essa dedicação às atividades rurais gera milhões de empregos e riquezas, colaborando para a grandeza do nosso país. A prosperidade nacional se deve aos milhões de homens, mulheres e jovens que se dedicam ao cultivo de nosso solo fértil.


O brasileiro tem fama de ser hospitaleiro e cordial. É bem verdade que um cafezinho já serve pra quebrar o gelo nas reuniões, pra esticar uma conversa, na mesa, depois da refeição. E aquela visita inesperada ou convidado de última hora, sempre é bem-vindo. Afinal de contas, onde come um comem dois, ou sempre podemos botar "água no feijão, que chegou mais um...". (Jorginho do Império)


A natureza generosa nos dá o feijão nosso de cada dia, o trigo do pão

também, e o milho de fubá, e o arroz, e a cebola pra temperar, o alho, e a mandioca para fazer farinha, pra acompanhar...


"No recanto onde moro, é uma linda passarela

O carijó canta cedo, bem pertinho da janela

Eu levanto quando bate o sininho da capela.

E lá vou pro meu roçado, tendo Deus de sentinela

Tem dia que meu almoço, é um pão com mortadela,

Mas lá do meu ranchinho, a mulher e os filhinhos,

Tem franguinho na panela" (Lourenço e Lourival)


"Que vidinha simples, que vidinha boa

A bóia é sagrado frango e quiabo

Acompanhado de ovo caipira, arroz e feijão


Depois do almoço sem muito esforço

Encosto meu corpo no barracão". (João Carneiro e Capataz)


Esse mundo natural pródigo é o orgulho do país. Da terra vem a riqueza da nação. É do solo que nasce o engrandecimento da pátria. É dos produtos oferecidos pelos seus verdes lindos campos que conseguirá progredir. Portanto, é das suas terras, imensas e extensas, que a providência divina ofertou, que virá a sua transformação em celeiro agrícola da humanidade: a maior região produtora, fornecedora e abastecedora de alimentos do planeta terra.


E quem será o responsável por cuidar do seu solo fértil? O agricultor, esse trabalhador extraordinário, arrojado, competente, que tem na terra o

seu precioso bem. O homem do campo terá a missão de torná-la próspera, inseri-la no concerto das nações civilizadas, ampliando os cultivos, sem

jamais destruir a natureza, os verdejantes bosques. Dos produtos agrícolas, virá a transformação do Planeta Faminto, num mundo de mesa farta e

sonhos possíveis.


"Enquanto uns fazem guerra

Trazendo fome e tristeza,

Minha luta é com a terra

Pra não faltar pão na mesa" (Joel Marques e Maracaí)

"Mulher, você vai gostar

To levando uns amigos pra conversar

Eles vão com uma fome que nem me contem,

E vão com uma sede de anteontem,

E vamos botar água no feijão..." (Chico Buarque)


Eis a terra sustentável por natureza, e que pode ser mais. Afinal, aqui por estas bandas... "tudo que se planta dá". Mas com o pensamento voltado

para as necessidades dos comensais do grande banquete diário e os anseios do planeta onde vivemos, sem afetar as possibilidades de onde viverão os

nossos filhos e netos, aproveitando com inteligência, cada palmo deste chão. Multiplicai os alimentos, mas sem ampliar as áreas de cultivo!


"Eu tenho um coqueiro grande que só dá coquinho...

Quando eu quero um coco grande, tem que ser do coqueirinho...".


Tamanho nem sempre é documento. Precisamos aprender com o coqueirinho, a aproveitar cada centímetro da plantação, produzindo mais, com astúcia. Para não desgastar os solos, a solução é o plantio feito na palha de culturas anteriores!


Várias etnias se agregaram às três raças formadoras da nação - o branco, o negro e o índio - para formar a nossa tradição agrícola. Imigrantes, como os alemães, os japoneses, e os italianos, e outros em menores grupos, se dedicaram igualmente à agricultura.


Assim como a agricultura, a música do campo é a origem do Brasil.

"moda bem tocada é aquela que desperta em nós uma saudade que agente nem sabe do quê...".


O som da viola canta a música do campo e conta a história daqueles que vivem da terra, que lutam, que prosperam e fazem o país crescer.


A moda de viola trás a saudade dos tempos de outrora, mostra a vida cantada em versos simples e retrata a obra magnífica do homem do campo, do agricultor que com afinco, dedicação e conhecimento transforma a terra em riqueza.

Segundo Câmara Cascudo, "somos filhos de raças cantadeiras e dançarinas", o que ajudou na estruturação da música do campo.


O violeiro é aquele que por instinto lê os sinais da natureza e os interpretam. Tem na sentimentalidade a bússola com que se orienta no mundo. É um artista que, nas asas da tradição, canta querências e saberes poetizados.


"passo por cima das nuve

Esbarrando no trovão

Danço no meio da chuva

Bem no meio do clarão..." (Lourival dos Santos e Priminho)


A primeira fábrica de viola nasceu na fazenda Córrego da Figueira, em Campo Triste, fábrica de viola da marca Xadrez.


"Na Fazenda Figueira

O Dego e o seu irmão

Entraro na mata virge

A procura de madera

Pra fazê uma viola

E já fizero a primeira" (Antonio Paulino)

"Esta viola vermelha

Cor de bandeira de guerra

Cor de sangue de caboclo

Cor de poeira da terra". (Tião Carreiro e Jesus Belmiro)

"O som da viola bateu

No meu peito doeu meu irmão

Assim eu me fiz contador

Sem nenhum professor". (Peão Carreiro e Zé Paulo)


"Ai, a viola me conhece

Que eu não posso cantá só

Se eu sozinho canto bem

Em junto canto mió" (Carreirinho)


"Minha viola

Ta chorando com razão

Por causa duma marvada

Que roubou meu coração". (Noel Rosa)


O mundo da música é o da alma humana, e esta, na cidade ou no campo, não tem limite. A poesia se entrelaça com as paisagens, e as paisagens com os sentimentos.


"O rio Piracicaba vai jogar água pra fora

Quando chegar a água

Dos olhos de alguém que chora

Pertinho da minha casa

Já formou uma lagoa

Com lágrimas dos meus olhos,

Por causa de uma pessoa". (Lourival dos Santos, Tião Carreiro, e

Piraci)


"Eu fiz promessa

Pra que Deus mandasse chuva

Pra crescer a plantação".


O povo recorre a promessas quando a chuva não vem. Neste caso, a promessa foi paga com três pingos...


"Um, foi o pingo da chuva, Dois caiu do meu oiá". (Raul Torres e João Pacífico)


Até os santos ficam de castigo, sendo trocados de Igreja, talvez pra prestarem mais atenção pros problemas do campo.


"São José de Porcelana foi morar

Na matriz da Imaculada Conceição

A Conceição, incomodada,

Vai ouvir nossa oração

Nos livrar da seca, da enxurrada

Da estação ruim.

Barromeu pedra sabão vai pro altar

Pertence a estrela mãe de Nazaré

A Nazaré vai de jumento

Pro mosteiro de São João

E o evangelista, pra basílica de S. José

Se a vida mesmo assim não melhorar

Santo que quiser voltar pra casa

Só se for a pé". (Chico Buarque)


Os animais e as plantas também são assuntos recorrentes das modas de viola.


"Canta, canta Bem-te-vi

Pra mim ouvir

Canta, canta sabiá

Pra me consolar" (Alvarenga e Ranchinho)


"Quero ouvir a siriema

Cantar por ti, Iracema

No nosso jardim em flor". (Mario Zan)


"Comprei um casco chapeado

Uma baldrana macia

Um colchonilho dos brancos

Pra minha besta rosia

Um peitoral de argolinha

E uma estrela que bria

Fui dá uma passeio em Tupã

Só pra vê o que acontecia". (Anacleto Rosas Júnior e Arlindo Pinto)


A música do homem do campo tomou grande impulso de divulgação nos anos vinte do século passado, graças as primeiras gravações. Hoje, a música é divulgadíssima. São realizados grandes shows. Os temas também evoluem, as técnicas de plantação também se sofisticam, mas a alma que os embala é a mesma, a alma caipira e brasileira.


"Baile na roça, meu bem, se dança assim,

Pego na cintura dela e ela tarraca em mim

E o sanfoneiro toca, toca alegria,

Vamo, vamo minha gente até o clarear do dia

Dança, dança com a morena, dança, dança, com a loirinha,

Começa o baile na tuia e termina na cozinha.

Viva o baile da roça, viva a noite de S. João

E o povo brasileiro conservando a tradição". (Tunico e Tinoco)


Hoje, o samba, homenageia o agricultor! Os sambistas celebram e eternizam esse personagem de real valor! A viola se junta aos pandeiros, chocalhos e surdos de primeira, para unir a cultura do sambista com a do homem do campo, numa grande festa de celebração da colheita. E, neste palco iluminado, por confetes e serpentinas, a Vila de Noel e de Martinho vem homenagear essa figura notória, original e bem brasileira: o agricultor. Ele merece o nosso respeito!!! É o agricultor brasileiro ajudando a alimentar o mundo!!!


Autores do Enredo: Rosa Magalhães (Carnavalesca), Alex Varela (historiador) & Martinho da Vila

Nenhum comentário:

Postar um comentário