Rufem os tambores!
Soem as trombetas!
Abram seus corações para a alegria!
Sou o Bobo-da-corte, neste reino de fantasia!
Nobre “corte do reino Anhembi”, nesta noite de festas e encantos, os convido a contemplar a cantata dos meus sonhos fascinantes.
Histórias intrigantes sobre o Dragão que um dia me trouxe de volta vida. Guardião desta monarquia, que me fez conhecer as façanhas surreais que hoje vou-lhes revelar...
Pelos quatro cantos e confins do mundo, foste aclamado: Suntuoso Dragão... Herói ou Vilão!
Deus sumeriano “protetor da árvore da vida”, Grécia do velocino de ouro, símbolo guerreiro e imbatível dos romanos adotado por grandes generais, deus egípcio, babilônico, indiano e asteca, boitatá: serpente de fogo... Guardião de tesouros!
Lendários cavaleiros lhe ergueram estandartes, brasões, bandeiras e escudos, espalhavam sua imagem: força e honradez!
Em plenilúnio, mostra tua face, astúcia e obediência, trio mensageiro da tríplice coroa: Ginete, Dragão e Cavaleiro, trindade perfeita a nos guardar.
Princesas vigiou em castelos, emblemático e imponente jamais da torre se afastou, sendo perigo iminente ao príncipe que se aventurou.
Muitas “ordens” nomeou, numa delas Voivoda, o Vlad II, em cavaleiro transformou. Como herança deixou em seu filho, Vlad III sua referência de dragão. Draculea o mesmo se chamou, perverso e sombrio a Drácula inspirou.
Dracul, Draculea, Dragão, Vampiro ou Guardião?
Entre o bem e o mal vou mais além, sua história se mistura, se confunde. É contraditória, eu sei! Mas foi o sonho que sonhei.
Em toda alquimia: Fogo, terra, água e ar; enigmática magia, és também reverenciado! Hálito de fogo, consome e dilacera, muda etéreo e matéria.
Lendas e mistérios figuram pergaminhos, em fantástica literatura Tolkien lhe descreveu, no lirismo da passagem, grande foi a homenagem, que a arte lhe ofereceu.
Sentindo a liberdade de voar ao infinito, em suas asas me divirto como criança, que em tudo vê esperança, aventura e um final feliz!
Em terra de Dragão quem canta o hino é um trovão!
Nos templos do Oriente sua imagem está presente, na busca da sabedoria nos ensinamentos ancestrais, segredo da longevidade é o mistério da plenitude. Bravura, sucesso e virtude, recriando o imaginário na realidade e na espiritualidade. Personificação sobrenatural do poder imperial.
Sopram ventos de boa sorte! Sinos entoam e celebram a etnia: na dança, no tambor e na pirotecnia. Pois é o ano do Dragão, vital meu guardião resplandece, no brilho reluzente das estrelas de fogo, que se acendem e nunca se apagam.
Neste momento a emoção toma conta de mim, a magia do meu sonho virou realidade, ilusão ou verdade, não importa é carnaval, a festa do povo!
O show é do mestre-sala e da porta-bandeira que riscam o chão de poesia defendendo com galhardia, o nosso pavilhão!
No compasso da Bateria, o ritmo incendeia a delirante monarquia, que vai desfilar sob as bênçãos da nossa madrinha.
Porque, o que vale a pena é ser feliz! Ser bobo, ser rei, rainha ou passista, cabrochas, malandros, pierrôs e colombinas, são todos personagens principais... E hoje eu sou o Arlequim do Carnaval, folião da Dragões da Real!
Exaltando o símbolo da minha bandeira: alva, preta e vermelha vou festejar sua coroação, soberano rei desta folia, é poder é garra e paixão! Rei Momo Dragão! Sua coragem, raça e superação transfiguraram em meu ser, o seu poder imortal.
Hoje eu tenho a força do Dragão, sou sua plena irradiação, tenho no peito a outra metade do seu coração e não me canso de dizer: Dragão, herói ou vilão: meu orgulho é ser você!
Carnavalesco
André Cezari
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