sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Unidos da Tijuca


Enredo: “Desceu Num Raio, é Trovoada! O Deus Thor Pede Passagem Para Mostrar Nessa Viagem a Alemanha Encantada”

Autores: Julio Alves, Totonho, Dudu, Élson Ramires

A campeã de 2013 sempre é questionada por sua linha de desfiles, que a cada ano que passa ganha mais admiradores e críticos ao mesmo tempo.

O mesmo no entanto parece acontecer com os seus sambas de enredo, pois já vi elogios, criticas e até mesmo injurias quanto a obra escolhida para a busca do bi-campeonato neste Carnaval.

Eu particularmente estou do lado dos elogios.

Após ouvir por várias vezes a faixa de abertura do álbum, cheguei a conclusão de que as criticas são sem fundamento algum. Ok, concordo que não se trata de nenhuma obra-prima, mas aí a dizer que é um dos piores (para alguns o pior) samba do ano já é um tremendo exagero.

Cheguei a ler a sinopse lançada pelo genial Paulo Barros, e até concordei que de lá poderia sair um samba tenebroso, mas ao ver o que a parceria do campeoníssimo Julio Alves produziu, fiquei muito feliz, pois sempre tive carinho pela Escola do Borel, desde os tempos das vacas magras onde o criativo carnavalesco Oswaldo Jardim (falecido em 2003), tirava leite de pedra na elaboração de criativos e belos carnavais.

Tecnicamente, a melodia supera a letra neste samba, mas encontramos bons momentos de criação como em “Um raio rasgando o céu/Cruzou o Borel, é trovoada”, “Tijuca querida, razão da minha vida/Balança o povo, embala a emoção/E mexe com meu coração” e “Eu vi a criança em sua ilusão/Erguer um castelo, brinquedo na mão/A mente humana liberta/Desperta o grande inventor/Que move o tempo e faz/Da vida um motor a girar”.

Outro alvo de criticas é o intérprete Bruno Ribas, devido a sua já comum utilização da reverberação nas gravações que executa. Porém, Bruno é um dos melhores interpretes dessa nova geração e os recursos por ele utilizados apenas servem como instrumento para abrilhantar ainda mais os sambas que canta. Rixxa, o “Pavarotti do Samba” se valia desse recurso e nunca ouvi criticas a ele. Muito pelo contrário.

Enfim...

O samba que abre o CD de 2013 é bom. Divide opiniões mas serve muito bem ao enredo e da início a um álbum que mostra o atual momento do samba de enredo no Carnaval carioca, onde a funcionalidade parece ter superado de uma vez por todas o lirismo, ou seja, os compositores cada vez mais estão fazendo samba para os jurados e abandonando a essência do gênero.

E será que o samba não sambou???

Acadêmicos do Salgueiro


Enredo: “Fama”

Autores: Marcelo Motta, João Ferreira, Gê Lopes e Thiago Daniel

Salgueiro, Salgueiro...

Como a Escola responsável pelas principais inovações da história do Carnaval me da uma bola fora dessas???

O enredo “Fama”, já não é grande coisa. Obviamente não renderia um grande samba de enredo. Analisando por esse lado, a parceria vitoriosa encabeçada pelo grande compositor Marcelo Motta até fez milagre. Mas que este samba está muito, mas muito a baixo das tradições salgueirenses, isso é inegável.

É nessas horas que me lembro de “Descobrimento do Brasil” (1962), “Chica da Silva” (1963), “Bahia de Todos os Deuses” (1969), “Do Yorubá a Luz” (1978) e “Traços e Troças” (1983), só para fazer uma rápida coletânea de grandes sambas da história do Salgueiro.

Não vou dizer que o samba é de todo ruim. Mas a primeira metade certamente estraga a obra em um produto final.

A quebra melódica encontrada em vários momentos prejudica a audição do hino salgueirense. Por exemplo: “Quem me ama á parte das páginas que escrevi”, me soa muito estranho. O mesmo acontece em “Mostravam o Deus vivo, eterno poder”.

Do refrão central para o fim, o samba ganha em qualidade, ainda assim, nada que apague o ruim começo.

É claro que a construção da letra de um samba de enredo está diretamente ligada a qualidade da sinopse apresentada pelo carnavalesco, e neste caso, podemos isentar os compositores de qualquer culpa, afinal, dessa vez o mestre Renato Lage errou a mão.

Salva-se o Salgueiro porque a ala de compositores São Clemente conseguiu produzir algo pior.

Triste, heim, Salgueiro...

Unidos de Vila Isabel


Enredo: “A Vila Canta o Brasil, Celeiro do Mundo... Água no Feijão que Chegou Mais Um”

Autores: Martinho da Vila, Arlindo Cruz, André Diniz, Tunico da Vila e Leonel

Eis que chegamos a segunda exceção que eu havia citado anteriormente!!!

E tinha que vir lá das bandas de Vila Isabel, não é...

Salve, mestre Martinho da Vila!!! Salve, Arlindo Cruz!!! Vida longa, André Diniz!!!

Esta trinca citada logo á cima, aliada a Tunico da Vila e Leonel, produziram simplesmente a porrada deste início de década. Exagero??? Nem um pouco!!!

Se palavras faltam para descrever este samba da Unidos de Vila Isabel, sobram adjetivos para referenciá-lo: “perfeito”, “belíssimo”, “obra-prima”, “extraordinário”, “maravilhoso”.

Alguns questionam se o samba da Vila é superior ao da Portela. Normal, afinal de contas portelenses e mangueirenses são orgulhosos ao extremo e não costumam dar o braço a torcer. Mas alguns motivos bem óbvios fazem do samba da Vila superior. Vamos a eles???

Primeiramente a estrutura sob a qual foi construído. Melodicamente as obras que levam a assinatura de Martinho da Vila são sincopados e isso é um trunfo com o qual pouco compositores (pouquíssimos, na verdade) conseguem trabalhar com tamanha perfeição.

Ainda no que se refere a melodia, sabemos que o grande Arlindo Cruz costuma brincar com as notas musicais e aliando-se a genialidade do mestre da Vila, só poderíamos ter como produto final dessa obra uma maravilha do porte do samba de enredo de 2013.

A letra mostra fidelidade ao tema e capta exatamente o clima e as tradições interioranas que imagino eu, serão maravilhosamente bem retratadas no desfile da Escola pela professora Rosa Magalhães, o que a meu ver torna a Unidos de Vila Isabel a grande favorita a conquista do título deste Carnaval.

Muitos são os trechos marcantes nesta obra, porém, os refrões merecem um capítulo à parte nesta explanação.

“Festa no arraia/É pra lá de bom/Ao som do fole eu e você/A Vila vem plantar/Felicidade no amanhecer/ Festa no arraia/É pra lá de bom/Ao som do fole eu e você/A Vila vem colher/Felicidade no amanhecer”, da início ao samba de maneira arrebatadora. Já nas eliminatórias a gravação do intérprete Wander Pires (muito mais melódica que a do não menos competente Tinga na versão definitiva) mostrava a força do estribilho que no CD ganhou ainda mais em qualidade.

“Ô, muié, o cumpadi chegou/Puxa o banco e vem prosear/Bota água no feijão, já tem lenha no fogão/Faz um bolo de fubá”. O que dizer disso então??? É para se aplaudir de pé. É uma conversa de interior retratada com perfeição em linhas melódicas estupendas. Nem tenho o que dizer.

Ao fim do samba, a citação ao imortal Noël Rosa, com “É a Vila, chão da poesia, celeiro de bamba”.

Podem falar o que quiser... podem descordar, criticar, enfim...

Mas samba de verdade se faz em Vila Isabel!!!

Beija-Flor de Nilópolis


Enredo: “Amigo Fiel, do Cavalo do Amanhecer ao Mangalarga Marchador”

Autores: J. Velloso, Ribeirinho, Marquinho Beija-Flor, Gilberto Oliveira, Dílson Marimba, Silvio Romai, Cláudio Russo e Miguel

Podem falar o que quiser da Beija-Flor, que é uma Escola antipática, que sua torcida é insuportável, que ganha carnavais controversos, enfim. Uma série de questionamentos. Mas é inegável que a Azul e Branco da baixada é a agremiação que melhor escolhe os seus sambas de enredo.

Mesmo quando não surgem clássicos do porte de “Agotime”, “Manôa” e “Sete Povos das Missões”, os hinos levados pelo pessoal de Nilópolis para a Marquês de Sapucaí se destacam em meio aos demais.

Em 2013 não será diferente.

Ainda que não chegue perto das obras-primas de Vila Isabel e Portela, o samba da Beija-Flor é dos mais agradáveis da safra. Conta com uma estrutura melódica muito bonita e letra altamente descritiva.

O grande temor quanto à construção da letra em primeira pessoa parece ter desaparecido com o passar do tempo, uma vez que após ouvir várias vezes a obra você acaba se acostumando com alguns clichês do tipo “galopei” e “me fez marchar”.

Até a “participação especial” do cavalinho relinchando no início da faixa ficou legal, embora alguns tenham criticado e até feito piada com isso na grande rede.

Outro diferencial neste samba de 2013 é que a melodia não puxa a todo momento para o menor, como é de costume nos hinos da Escola. Tal recurso torna os sambas de enredo classudos até demais e isso já vinha de certa forma se tornando cansativo, pois ano após ano tinha-se a impressão de estar ouvindo o mesmo samba.

Acho muito bacana o início da obra e a melodia utilizada pelos compositores no trecho “Eu vou cavalgar pra encontrar/A minha história nesse mundo de meu Deus!” é valente e ao mesmo tempo empolgante.

Só para variar, a interpretação do veteraníssimo Neguinho da Beija-Flor é excepcional. Algumas pessoas comentam que acharam à voz do cantor rouca em demasia, porém, quem conhece o “seu” Luis Antônio Feliciano Marcondes, sabe que a cada ano que passa a rouquidão aumenta assim como a sua qualidade na levada dos sambas que magistralmente interpreta.

Pra finalizar, o trecho “Sou puro sangue azul e branco, um acalanto/A mais sublime criação!/Sou eu seu cavalo de batalha/Se a memória não me falha/Chegou a hora de gritar é campeão!”, mostra claramente o desconforto do Laíla e de toda acomunidade nilopolitana com a perda do bi-campeonato em 2012 (não que a Escola merecesse...).

Podem esperar em 2013 uma Beija-Flor aguerrida e com uma garra à cima da média na Sapucaí.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Acadêmicos do Grande Rio


Enredo: “Amo o Rio e Vou à Luta: Ouro Negro Sem Disputa... Contra a Injustiça em Defesa do Rio”

Autores: Mingau, Junior Fragga, Deré, Mingauzinho e Arlindo Neto

A maior surpresa da safra, de forma positiva vem de Duque de Caxias.

Um enredo de protesto contra a redistribuição dos royalties do petróleo convenhamos, não gera expectativas pela escolha de um samba de enredo à cima da média. Mas aí a surpresa! De Caxias vem um dos sambas mais agradáveis do CD.

Não que a obra de Mingau e cia. esteja entre os melhores do ano. Nada disso. Mas contrariando tudo e todos, o samba é muito inteligente e agradável de se ouvir.

De letra engajada (como o enredo pede) e melodia animada, a obra é o “chicletão” de 2013, pois gruda no ouvido de que ouve.

A opção por um refrão de cabeça curtinho foi ao meu ver um acerto por parte da parceria. “Um Grande Rio de Amor, sou eu/Vem cá me dá, o que é meu é meu” vai servir como termômetro para o desfile da Escola que tem tudo para ser um arrasta quarteirão.

Uma curiosidade é que este trecho “Vem cá me dá, o que é meu é meu”, lembra muito o “Dá cá o meu, dá cá o meu/O povo carioca cobra aquilo que perdeu”, do samba de 1988 do Império Serrano que também fazia (de forma mais discreta) um protesto contra a queda do Estado da Guanabara.

Na segunda metade da obra as variações melódicas dão um toque de classe ao samba, deixando-o ainda melhor.

O único senão, ao meu ver fica por conta do intérprete debutante Emerson Dias, que se não chega a comprometer (longe disso, foi muito bem), parece ter a mesma síndrome do Celino Dias: canta bem, tem afinação, mas carisma zero. Isso é ruim. Nêgo, que retorna a Grande Rio após mais de uma década afastado da agremiação que defendeu de 1992 a 2000, fez uma participação apagada na faixa, mas é quem deve comandar o carro de som no desfile oficial.

Em termos gerais, um bom samba que cai como uma bomba no meio sambista, já que de Caxias esperava-se o pior samba do ano.

Portela


Enredo: “Madureira... Onde Meu Coração se Deixou Levar”

Autores: Wanderley Monteiro, Luiz Carlos Máximo, Toninho, Nascimento e André do Ponto 7

Enfim chegamos a uma das duas exceções a que eu havia me referido em uma análise anterior.

Portela... que maravilha!!!

Seguindo a linha dotada em 2012, quando a Majestade do Samba nos brindou com um sambas de enredo excepcional em homenagem a Bahia, a continuidade a esta mentalidade se fez um dos principais trunfos da Escola na busca pelo retorno a suas origens.

Se por um lado a situação financeira da Escola é péssima e os trabalhos para o Carnaval se encontram totalmente parados, os portelenses podem se orgulhar de pelo segundo ano consecutivo entrarem na Marquês de Sapucaí com uma obra-prima de autoria de Wanderley Monteiro e cia.

Lembro-me que ano passado em meio as disputas na Escola, muitos duvidavam que o presidente Nilo Figueiredo iria escolher a obra do Wanderley em decorrência de sua linha mais dolente e nostálgica. Graças aos deuses do Carnaval esta decisão o senhor Nilo tomou corretamente e a Portela se fez Portela.

Para este Carnaval a situação foi parecida. Muitos duvidavam em outra vitória de Wanderley pelos mesmos motivos apontados em 2012. Mais uma vez a escolha foi precisa.

O samba é o que podemos classificar como “perfeito”, pois retrata o enredo com uma fidelidade impressionante e tem em sua melodia um trunfo pra lá de especial.

O refrão “Abre a roda, chegou Madureira/A poeira já vai levantar/O batuque ginga iôiô/Ginga iáiá” antecipa uma letra poética e com sacadas espetaculares, como “Por onde me deixo levar”, “Tem mironga de jongueiro”, “O ‘Madura’ pisou no gramado”, “O malandro do ‘charme’ dançou”, entre outros. Isso sim é samba!!!

A estrutura do samba com três refrões também me agrada profundamente.

Destaque para mais uma imponente interpretação do grande Gilsinho que a cada ano se firma ainda mais como um dos principais puxadores de samba do Carnaval carioca.

Pode faltar tudo para a Portela para o Carnaval de 2013, mas certamente samba não faltará!

Sorte e muito Axé pra toda a nação portelense que certamente vai abraçar sua agremiação e trabalhar forte para levar para a Sapucaí um belíssimo Carnaval!

Estação Primeira de Mangueira


Enredo: “Cuiabá: um Paraíso no Centro da América!”

Autores: Lequinho, Junior Fionda, Paulinho Carvalho e Igor Leal

Nos dois últimos carnavais fui apedrejado pelos manguirenses devido as ávidas criticas tecidas pelo modelo de gravação adotado pelo ditador que se proclamou presidente da agremiação e que ao meu ver distorce completamente as características e as tradições dessa que assim como o intérprete Luizito costuma dizer, é a “Maior Escola de Samba do Planeta”.

Acredito que continuarei na lista negra dos mangueirenses por mais algum tempo...rs

Pra começo de conversa, vou parabenizar a Escola por escolher um samba de enredo composto por uma parceria tradicional do morro, afinal, Lequinho e Junior Fionda são autores de grandes sambas da Verde e Rosa na última década. Portanto, um ponto positivo em meio a tanta desgraça.

Quanto ao samba, não é tão ruim como o do ano passado, por exemplo. Mas ainda assim merece algumas criticas quanto a sua estrutura melódica e principalmente a alguns clichês que volta e meia vem aparecendo em sambas da Velha Manga. Em uma rápida passada pela letra você encontra “Cidade formosa” rimando com Verde e Rosa, por exemplo.

A letra desta obra é muito boa, chega a lembrar inclusive o samba “Brasil com Z”, de 2002, que rendeu o último campeonato a Escola, porém, a melodia destoa totalmente com a beleza da letra. Aí a primeira critica do que chamo de gravação “Frankenstein”, pois uma música cantada por quatro intérpretes sempre vai esbarrar em questões básicas como impostação, timbre, potência vocal, etc.

Logo na introdução ouvimos a voz de Agnaldo Amaral, que ao meu ver se destacou positivamente na gravação, pois mostrou garra ao cantar o samba de uma das mais tradicionais Escolas de Samba do Brasil. Depois disso, o próprio Agnaldo se reveza em um “revezamento maluco” com Luizito (para mim, o verdadeiro herdeiro do mestre Jamelão e o intérprete oficial da Mangueira), Zé Paulo Sierra (visivelmente rouco) e Ciganerey (a grande maioria morre de amores, mas eu considero apenas razoável).

É nítido também que os melhores momentos da gravação se dão quando Luizito canta trechos do samba de maneira solo, pois aí sim fica com cara de samba de enredo e não de gingle de final de ano, onde todo mundo canta um pouco.

Gosto do refrão de meiúca do samba, mas acho o clichê “Eu sou Mangueira a todo vapor” totalmente desnecessário, pois serve apenas como promoção para o presidente da agremiação (sigo sem pronunciar o nome desse senhor).

Dentro da safra de 2013 é um dos bons sambas do ano, mas assim como ocorreu com “Nelson Cavaquinho” e “Cacique de Ramos”, tem tudo para ser abafado na avenida em decorrência das peripécias e devaneios (pra não dizer loucura) do ditador Verde e Rosa.

Mais uma vez, sorte a Manga!!!

União da Ilha do Governador


Enredo: “Vinícius no Plural – Paixão, Poesia e Carnaval”

Autores: Ginho, Junior, Vinicius do Cavaco, Eduardo Conti, Professor Hugo e Jair Turra

A maior polêmica no quesito samba de enredo no Carnaval de 2013 certamente está relacionada a escolha do hino da simpática agremiação insulana. As preferências do público em geral recaiam sobre as obras de Marquinhos do Banjo e de Aloísio Villar, porém, chamando a responsabilidade somente para si, o presidente Ney Filardi, optou pela obra de Vinicius do Cavaco e cia. O que acabou por gerar certo desconforto na comunidade e uma série de criticas muitas vezes pesadas em demasia.

O que posso dizer do samba é que não é de todo ruim. Pelo contrário. Acaba inclusive se mostrando um dos melhores do ano em decorrência da fraquíssima safra apresentada pelas Escolas do Grupo Especial.

A primeira vista (ou primeira audição, como preferirem) realmente o samba soa um pouco estranho, mas com o tempo você acaba se acostumando com a linha melódica e se pega cantarolando trechos muito bacanas como “Menininha me chamou... vou pra Bahia” e “Num doce balanço que não tem igual/Quando abrir a Arca de Noé...”.

É um pouco complicado discutir o quesito samba de enredo na União da Ilha do Governador, pois a sua própria história já provou que quando a tricolor da Ilha apresenta sambas de qualidade duvidosa acaba realizando desfiles primorosos, o que já não é tão freqüente quando se tem um grande hino muito elogiado pela crítica, vide o trágico desfile de 2001, só para se ter uma idéia.

O que talvez venha a ser a grande questão quanto a este samba é o fato do grande homenageado do enredo do carnavalesco Alex de Souza, o poetinha Vinícius de Moraes merecer no ano de seu centenário uma obra de mais qualidade, mas isso é o de menos dentro das análises, afinal, a escolha é definitiva e não tem como voltar atrás.

Vale á pena destacar na faixa da União a introdução feita com “Se Todos Fossem Iguais a Você” e a grande interpretação de Ito Melodia, que mais uma vez se faz merecedor de todos os elogios.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Mocidade Independente de Padre Míguel


Enredo: ”Eu Vou de Mocidade Com Samba e Rock In Rio - Por um Mundo Melhor”

Autores: Jefinho Rodrigues, Jorginho Medeiros, Marquinho Índio, Domingos OS, Moleque Silveira, Gustavo Henrique

Chegou aquele momento difícil...

Minha Mocidade!!!

Vínhamos nunca carência muito grande de sambas de enredo de qualidade desde 2008 e eis que no Carnaval de 2012 a Mocidade nos brindou com o belíssimo samba sobre o pintor Cândido Portinari. Ali parecia que a era dos grandes enredos e dos sambas clássicos estavam voltando para Padre Miguel. É... doce ilusão.

O enredo ”Eu Vou de Mocidade Com Samba e Rock In Rio - Por um Mundo Melhor”, foi escolhido ainda no ano passado, em meio ao processo de criação e desenvolvimento do Carnaval deste ano e mostrou o oportunismo habitual do presidente Paulo Vianna (que eu nunca critiquei, muito pelo contrário). Que o Rock In Rio é um grande evento ninguém pode discutir, afinal, gera um publicidade fenomenal para o Rio de Janeiro e reúne aficionados pelo gênero musical vindos de todo o Mundo atrás de suas bandas e cantores favoritos. Mas aí a querer misturar rock com samba são outros quinhentos...

Os metaleiros, como são chamados os amantes do rock, são intolerantes com o samba. Porque então nós, os sambistas de verdade devemos homenageá-los???

Todos sabem que não sou radical, mas tem coisas que realmente não me descem. Pode vir a ser o renascimento da Mocidade vanguardista de Fernando Pinto e Renato Lage, sim, claro... porque não. Mas querer me dizer que é um bom enredo já é demais.

Pelo nível da sinopse apresentada pelo grande Alexandre Louzada (um capítulo à parte nessa história maluca), a parceria do consagrado Jefinho Rodrigues conseguiu operar um verdadeiro milagre com este samba de enredo que mesmo longe de honrar as tradições da Mocidade, consegue ser no mínimo audível.

De uma melodia bonita e letra fiel à sinopse, o samba tem 80% de seu sucesso creditado a maravilhosa voz de Luizinho Andanças que ao contrário do que algumas “viúvas do Wander Pires” dizem, está infinitamente superior a versão apresentada pelos compositores nas eliminatórias.

Termos como “Big bang”, “Maracá” e “Samba/Rock” não são do samba, mas acabaram se encaixando muito bem na letra que até certo ponto me surpreendeu.

O melhor momento do samba que se encontrava em seu refrão central parece já ter sido “abortado” do desfile e 2013, que seria a paradinha batizada de “Não existe mais quente”, em referência a bateria de Padre Miguel. A alegação é de que o risco na execução da parada seria grande demais, pois nem todos da Escola ouviriam o apito do mestre Bereco anunciando a manobra. Enfim...

Fato é que em uma safra nota 7 (com duas exceções que veremos mais adiante), o samba da Mocidade Independente atingiu uma nota 6 até com certa facilidade.

Imperatriz Leopoldinense

Enredo: “Pará – O Muiraquitã do Brasil. Sobre a Nudez Forte da Verdade, o Manto Diáfano da Fantasia”

Autores: Me Leva, Gil Branco, Tião Pinheiro, Drummond e Maninho do Porto

A Escola que vinha mantendo desde 2010 uma impressionante regularidade na escolha de seus sambas de enredo me decepcionou profundamente em 2013. A obra escolhida pela “Rainha de Ramos” está longe de ser ruim, mas não está a altura das obras apresentadas nos anos anteriores.

Pra começar, não gostei da parceria Dominguinhos do Estácio e Wander Pires. Dominguinhos é uma das vozes mais marcantes do Carnaval carioca e merecia ser o cantos solo deste samba que homenageia o Pará, estado brasileiro que é tão significativo para o cantor. Wander é dono de uma belíssima voz, porém, é um péssimo profissional, o que ao meu ver não tem mais espaço no modelo de Carnaval atual.

Quanto ao samba, o seu início é muito bom. O refrão de cabeça e os primeiros versos são de uma beleza extraordinária. Porém, da metade para o final o hino cai muito em qualidade e fica até chato de se ouvir.

Volta a ganhar qualidade no trecho “Oh! Mãe...Senhora sou teu romeiro/A ti declamo em oração:/Oh! Mãe... Mesmo se um dia a força me faltar/A luz que emana desse teu olhar/Vai me abençoar!”.

Novamente critico a utilização de mais de uma voz por faixa, não fica legal.

O que serve de alento pra comunidade de Ramos é que nos últimos três anos, com grandes sambas de enredo a Imperatriz não conseguiu transformar a qualidade das obras em grandes apresentações na avenida. Pode ser que agora, com um samba mais fraco em relação a estes citados, consiga realizar um bom desfile e volte a brigar pelas primeiras colocações, algo que não acontece desde 2005.

São Clemente


Enredo: “Horário Nobre”

Autores: Nelson Amatuzzi, Victor Alves, Floriano do Caranguejo, Sacadura Cabral, Guguinha, Fábio Portugal e Gabrielzinho Poeta

A simpática agremiação de Botafogo vem para o seu terceiro desfile consecutivo na Elite do samba carioca e com grandes chances de permanecer por mais alguns anos. Porém, para o Carnaval de 2013 parece ter errado a mão na escolha de seu samba de enredo.

A São Clemente nunca se caracterizou por grandes sambas (exceto em 1987 e 1990), mas dizer o que da obra de 2013???

Nos últimos anos sempre elogiei a escolha da agremiação devido a uma linha que se tornou característica da Escola em sua trajetória ao longo desses mais de 50 anos, mas a opção por um enredo como este, que propõe exaltar as grandes novelas brasileiras exigia uma linha um pouco diferente. Mais clássica.

Alguns momentos são até interessantes, como o refrão de meiúca, que relembra “Dancing Days”, “Roque Santeiro”, “O Clone” e “O Astro”, que é animado e tem melodia valente, porém, os bons momentos param por aí. Outra coisa que me desagrada profundamente neste samba é a insistência nas citações a Roque Santeiro. Outras tantas novelas de sucesso exibidas no tal “Horário Nobre” sequer foram lembradas. É claro que não se pode citar todas as novelas já exibidas em um samba de trinta e poucas linhas, mas uma distribuição melhor certamente poderia ser feita.

O destaque mais uma vez na faixa da São Clemente no CD fica por conta do show de interpretação protagonizado por Igor Sorriso, um dos melhores da atualidade e que deu vida a este sambinha bem mais ou menos.

É o “Iogurte” de 2013.

Inocentes de Belford Roxo


Enredo: “As Sete Confluências do Rio Han”

Autores: Bill Contry, Dominguinhos, Ildo dos Santos, Juarez Rosseto, Mara e J.J. Santos

A estreante no Grupo Especial, Inocentes de Belford Roxo, se valeu das comemorações dos 50 anos de Imigração sul-coreana e fez de seu enredo uma grande homenagem ao povo coreano.

A agremiação que é muito criticada desde o seu acesso (por méritos ou não, está no Especial), tem a difícil missão de abrir os desfiles de domingo na Marquês de Sapucaí e sabemos bem não se tratar de uma tarefa das mais fáceis, ainda mais que ficou uma grande dose de insatisfação pela ascensão da Escola da Baixada Fluminense.

No que diz respeito a seu samba de enredo, não considero dos piores, mas em meio a uma safra tão controversa como a de 2013, acaba se tornando mais um daqueles que passa desapercebido na audição do CD. Tem lá suas qualidade, mas a simplicidade em seus versos (o que eu particularmente acho muito bom) colabora com a critica negativa que a obra vem recebendo em especial nos fóruns da internet.

Um trecho que me chama atenção pela variação melódica e pela qualidade da letra é o “Rosa de Sharon/Recomeço e transformação/O respeito aos seus ancestrais/Reflete nos antigos rituais”. É onde o jovem e promissor intérprete Thiago Brito mais se destaca, tornando o trecho em questão agradabilíssimo de se ouvir.

O intérprete, aliás, é cria da Caprichosos de Pilares e assim como Zé Paulo Sierra, lembra muito o estilo de condução de samba característico do saudoso Jackson Martins, que nos deixou em 2004, quando vivia o melhor momento de sua carreira.

A participação do experiente Wantuir Oliveira da um toque de classe a obra, mas ao meu ver é mais uma das várias “participações” desnecessárias do disco. Que fique bem claro: considero o Wantuir um dos maiores intérpretes do Carnaval carioca, porém, esses carros de som cada vez mais “inflados” me desagradam profundamente, pois sou de uma época onde reconhecíamos a Escola de Samba pela voz de seu intérprete. Era assim com a Mangueira de Jamelão, a Ilha do Aroldo Melodia, a Mocidade de Ney Vianna e posteriormente de Paulinho Mocidade, e assim por diante...

Comentários dos Sambas de Enredo 2013


É isso aí pessoal, enfim chegou aquela época tão aguardada e que já se tornou uma marca do blog: as análises dos sambas de enredo das Escolas de Samba do Rio de Janeiro.

Como é de conhecimento de quem já me acompanha a algum tempo, não costumo falar sobre os sambas antes de ouvir a versão definitiva em CD, pois as versões que pipocam nas eliminatórias não são nem de perto o produto que você pode conferir no álbum.

Sendo assim, começa agora a série de análises que será publicada em três etapas: Inocentes de Belford Roxo, São Clemente, Imperatriz Leopoldinense e Mocidade Independente de Padre Miguel, hoje. União da Ilha do Governador, Estação Primeira de Mangueira, Portela e Grande Rio, amanhã, e Beij-Flor de Nilópolis, Unidos de Vila Isabel, Acadêmicos do Salgueiro e Unidos da Tijuca, na sexta-feira.

Espero que gostem e sintam-se à vontade para comentar, criticar, elogiar, enfim... só não vale xingar a mãe...rs

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Portela atrasa salários, enfrenta protestos e não começou a preparar desfile


A maior vencedora do carnaval carioca corre risco de novamente passar por sérios problemas na Avenida. A Portela passa por problemas financeiros e não está em dia com o pagamento de seus funcionários: todos os setores da escola, dos faxineiros à equipe de segurança, passando pelo intérprete Gilsinho e pelo casal de mestre-sala e porta-bandeira, não recebem salário há dois meses, e os responsáveis pela elaboração de fantasias e carros alegóricos ameaçam parar. A informação foi confirmada por diversos setores da escola.

O atraso já é visível na Cidade do Samba. Enquanto as vizinhas Grande Rio e União da Ilha têm carros com as bases prontas e esculturas finalizadas, a Portela não terminou o desmonte das alegorias do último carnaval. Uma equipe do EXTRA visitou o barracão. Somente duas pessoas trabalhavam nas ferragens. À noite, segundo integrantes, os profissionais abandonaram o barracão.

A crise afetou também os ensaios de rua da escola. No última domingo, a agremiação cancelou o evento. O motivo: Gilsinho, intérprete oficial, e os demais cantores se recusaram a comparecer em protesto pela situação.

Nesta quarta-feira, há outro marcado, mas nada garante que vá ocorrer. Gilsinho, intérprete, ficou dois meses sem receber: "Minha parte está sendo colocada em dia, mas meu pessoal de apoio não recebeu

A assessoria da Portela confirmou os problemas financeiros, disse que os pagamentos serão "resolvidos até o fim da semana" e afirmou que o atraso não assusta: "Já cansamos de fazer carnaval em 30 dias", disse o assessor Enildo do Rosário.

Turbilhão de problemas na azul e branco

Crise política

Nilo Figueiredo, presidente da Portela, não comentou os salários atrasados. Ele enfrenta forte resistência dentro da escola. O líder da oposição é o sargento da PM Marcos Vieira de Souza, o Falcon, que organiza feijoadas mensais em Oswaldo Cruz, sempre no primeiro domingo do mês. Falcon vai ser candidato nas próximas eleições, em maio.

Sem crédito

A Portela passa por sérios problemas de fornecimento de material. Segundo integrantes da escola ouvidos pelo EXTRA, fornecedoras ameaçam negar crédito à agremiação a partir de janeiro.

Casal demitido

As dificuldades financeiras ficaram escancaradas após a demissão de Rogerinho e Lucinha Nobre, um dos casais de mestre-sala e porta-bandeira mais premiado da Sapucaí. Para o lugar deles, foram contratados, com menores salários, Robson e Ana Paula.

Fonte: Jornal Extra

'Não resisti ao convite da Nenê', diz Afonsinho



Menos de um mês após anunciar sua aposentadoria como intérprete no Carnaval paulistano, Afonso Carlos de Campos, o Afonsinho (foto), volta atrás na decisão de abandonar o microfone dos desfiles.

Em novo depoimento, Afonsinho revela que não resitiu ao convite para compor o carro de som da tradicional Nenê de Vila Matilde.

"Como eu disse da última vez, ainda havia uma coisa que precisava fazer antes de parar definitivamente e isso era realizar um velho sonho de minha família. Todos, com algumas excessões, são Nenê de Vila Matilde e gostariam de me ver cantando lá um dia", afirma

Segundo o cantor, o convite partiu para cantar na azul e branca foi feito por dois grandes amigos.

"Fui convidado por dois grandes parceiros que lá estão, o Nilton Trindade e o Renato Sudário, diretor de bateria", revela.

Sobre a expectativa para iniciar mais um desafio em sua carreira, Afonsinho revela que recepção da comunidade e carinho da diretoria são fatores que facilitam o seu trabalho.

"Muita gente na Nenê sabe da minha identificação com outra agremiação e mesmo assim me receberam de braços abertos. Queria aproveitar prá agradecer ao presidente Mantega, ao Carlos, diretor de harmonia, ao Celsinho Mody e a toda a comunidade Matildense pelo carinho. A Vila tem um bom projeto para o Carnaval e está voltando a crescer. Uma escola como a Nenê merece estar em um lugar mais elevado no samba paulistano", finaliza.

Fonte: SRZD/CarnavalSP

Família de Jamelão quer processar Unidos do Jacarezinho pela homenagem


Confusão no Carnaval carioca. Parentes de José Bispo Clementino dos Santos, o Jamelão, um dos maiores intérpretes que a Mangueira já teve, querem processar a Unidos do Jacarezinho, que decidiu homenageá-lo no ano de seu centenário. A agremiação desfila na Série A, novo nome do Grupo de Acesso.

A família de Jamelão alega que a escola não negociou o direito pelo uso de imagem do cantor. O enredo "Puxador, não. Intérprete! Por mestre Jamelão", reverencia o artista morto em 2008, aos 95 anos.

Pelos cálculos do cantor e compositor Jamelão Netto (foto), 32 anos, os direitos de imagem renderiam pelo menos R$ 800 mil.

O valor é quase o total do orçamento da agremiação para o ano que vem, que é de R$ 860 mil. Segundo o presidente da Unidos do Jacarezinho, Zé Roberto, o desfile será "humilde".

"O enredo é tosco. Seu conteúdo sequer foi apresentado aos parentes. Não vamos permitir que o nome e a imagem do meu avô sejam usados assim", argumenta Jamelão Netto.

Sobrou crítica também para a Mangueira: "De forma dissimulada, o Ivo (Meirelles, presidente da Verde e Rosa) vem insinuando que o samba do ano que vem é uma homenagem ao meu avô. Mentira, esse enredo ("Cuiabá, um paraíso no centro da América") não tem nada a ver com Jamelão, que teria de ter uma justa homenagem pelo seu centenário, o que não fizeram".

Ivo explica que a Mangueira sequer cogita homenagear Jamelão. "Tudo por causa desse rapaz (Jamelão Netto), que não tem qualidade alguma como cantor e é louco para ganhar dinheiro nas costas do avô", disparou.

Fonte: Jornal O Dia

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

CD em mãos!!!

Assim como todos os anos, a anciedade em torno do CD dos sambas de enredo é grande.

Hoje a espera enfim acabou. No fim da tarde pude dar uma saída e comprar o álbum que traz o hino das 12 agremiações pertencentes ao Grupo Especial do Carnaval carioca.

Ainda não tive tempo de ouvir com mais calma obra por obra, porém, a primeira impressão que me ficou da gravação e dos sambas em sí (isso mesmo, não costumo ouvir os sambas de enredo na fase das eliminatórias, com excessão dos concorrentes da minha Mocidade), é de que não é tão ruim quanto muita gente afirma ser. Muito pelo contrário.

Durante essa semana poderei ouvir várias vezes o CD e assim, postar as já costumeiras análises dos sambas.

Aguardem!!!

UESP comemora Dia Nacional do Samba com ações especiais

A União das Escolas de Samba Paulistanas vai comemorar o Dia do Samba, em grande estilo.

Mais uma vez, a "Matriz do Samba" celebrará a data festiva com ações diversas ações que serão realizadas em dois dias.

A celebração começa no sábado, 1 de dezembro na sede da Uesp e termina na noite do dia 2 de dezembro, no "Marco Zero" do samba paulistano.

Para o presidente da entidade, Kaxitu Ricardo Campos, a data é mais que especial e deve ser celebrada por todos os sambistas.

"Já é tradição da Uesp realizar essa comemoração. Faremos nossos tradicionais encontros e prestaremos homenagens especiais. Nosso objetivo é celebrar esta data tão importante para os sambistas. Todos os eventos são gratuitos", afirma.

História

O "Dia Nacional do Samba" foi instituído pelo vereador baiano Luís Monteiro da Costa para homenagear o compositor mineiro Ary Barroso, que criou o samba "Na Baixa do Sapateiro", um tributo à Bahia, sem nunca ter ido até lá.

Quando Ary Barroso pisou em solo baiano pela primeira vez, em 2 de dezembro de 1940, o vereador aprovou uma lei que estabelecia que aquele seria o dia do samba.

A data se tornou uma comemoração oficial nacional no ano de 1963.

Confira a programação do evento

* Sábado, 1 de dezembro


Local: Sede da Uesp (Rui Barbosa, 738 na Bela Vista)

* Amostra de filmes
Horário: 18h
Ação: exibição de filmes e documentários sobre Samba e Carnaval até às 6h

* Sessão Solene

Horário: 22h
Ação: Ato de solenidade, apresentação do casal cidadão e cidadã samba e homenagens.

* Vígilia do Samba

Horário: 23h59
Ação: À meia noite será acesa uma vela, que dará inicio à tradicional "Vigília do Samba". O samba tem o simbolismo de uma vela, representando a chama da resistência, que só se apagará na hora que o samba encerrar. Ao longo da madrugada serão recepcionados os pavilhões das entidades, e as rodas de samba contarão com a presença das velhas-guardas, compositores e das tias baianas, além da Embaixada do Samba. Durante toda a madrugada, serão servido o tradicional caldo aos participantes.

* Alvorada e café da manhã

- Horário: 6h
Ação: Ato ecumênico com presença de líderes religiosos. Ao toque de clarins, o dia do samba será saudado com a leitura da "Carta do Samba", registro histórico do primeiro encontro de sambistas, realizado em 1962 em exaltação a cultura popular brasileira.

* Domingo, 2 de dezembro

Local: Marco Zero (Rua Junqueira Freire, 163 - Travessa com a Lavapé)

- Horário: 14h30
Ação: Inauguração da placa comemorativa "Marco Zero".

- Horário: 16h
Ação: Apresentação do bloco Inajar de Souza.

- Horário: 17h
Ação: Apresentação da escola de samba União de Vila Albertina.

- Horário: 18h
Ação: Apresentação da escola de samba Brinco da Marquesa.

- Horário: 19h
Ação: Apresentação da escola de samba Tradição Albertinense.

- Horário: 20h
Ação: Roda de pavilhões

Fonte: SRZD/CarnavalSP

Definida a data e o local da festa do lançamento do Kit Carnaval 2013 da Liga-SP

Já na contagem regressiva para o Carnaval de 2013, a Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo definiu data e local para a realização da festa de lançamento do CD com os sambas que irão embalar os desfiles.

O sambódromo do Anhembi, palco oficial da folia paulistana receberá as baterias, integrantes e intérpretes de todas as agremiações do grupo especial e acesso em evento que contará com o apoio da Prefeitura da cidade de São Paulo, SPTuris, Ingresso-Fácil e Devassa.

Para ter acesso a festa que acontecerá no sábado, dia 15 de dezembro, a partir das 19h, público poderá comprar o ingresso de forma antecipada por R$ 20 na sede da Liga-SP ou na quadras das entidades. A data do início das vendas ainda não foi divulgada.

O convite inclui o "Kit Carnaval SP", composto por duas mídias, uma com catorze faixas do grupo especial e a segunda com os hinos das oito escolas do grupo de acesso, além de uma revista com informações das agremiações.

A proposta da produção do CD do Carnaval Paulistano de 2013 é garantir as mesmas características dos desfiles oficiais, com a mesma emoção e vibração dos integrantes que compõem as entidades.

Cada escola teve a liberdade para preparar a sua percussão com o naipe de instrumentos e coral da própria comunidade, finalizando com a gravação da voz do intérprete oficial e ajustes de arranjos em estúdio

Fonte: SRZD/CarnavalSP

Recordar é viver: "O Descobrimento do Brasil"

O primeiro título a gente nunca esquece, não é mesmo?!

Como bom Independente que sou, vejo "O Descobrimento do Brasil", do mestre Arlindo Rodrigues como o início de uma história de sucesso e de muitas glórias que a Verde e Branco de Padre Míguel começou a trilhar.

Outras vitórias vieram (1985, 1990, 1991 e 1996) é verdade, mas o título de 1979 será para sempre lembrado como o alicerce de uma história que ainda está longe de ter o seu final...

E que venham muitas outras glórias!!!

Salve a Mocidade!!!

O DESCOBRIMENTO DO BRASIL
CARNAVAL 1979

AUTOR(ES): Tôco e Djalma Crill


A musa do poeta
E a lira do compositor
Estão aqui de novo
Convocando o povo
Para entoar um poema de amor
Brasil! Brasil!
Avante meu Brasil
Vem participar do festival
Que a Mocidade Independente
Apresenta neste carnaval

De peito aberto é que eu falo
Ao mundo inteiro
Eu me orgulho de ser brasileiro

Partiu de Portugal com destino às Índias
Cabral comandando as caravelas
Ia fazer a transação (a transação)
Com o cravo e canela
E de repente o mar transformou-se em calmaria
Mas deus Netuno apareceu
Dando aquele toque de magia
E uma nova terra Cabral descobria (Vera Cruz)

Vera Cruz, Santa Cruz
Aquele navegante descobriu (descobriu)
E depois se transformou
Nesse gigante que hoje se chama Brasil

Recordar é viver: mestre Arlindo Rodrigues

Arlindo Rodrigues (foto) foi um cenógrafo, figurinista e carnavalesco brasileiro.

Trabalhou para o teatro e para a televisão, mas se destacou pelas suas criações para o carnaval, especialmente nos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro.

Estreou como carnavalesco em 1960, no Salgueiro. Influenciado por Fernando Pamplona, realizou diversos carnavais para a escola tijucana até 1972. Sua marca nesse período foram os enredos históricos, com forte presença de temas africanos.

Trabalhou também para a Mocidade Independente (1974-1976, 1979), Vila Isabel (1977), Imperatriz Leopoldinense (1980-1983, 1985, 1987) e União da Ilha (1986). Foi sete vezes campeão do carnaval carioca, sendo quatro pelo Salgueiro, duas pela Imperatriz e uma pela Mocidade.

A principal marca do trabalho de Arlindo sempre foi o bom gosto nos figurinos e o esmero no acabamento de suas alegorias e adereços.

Arlindo nos deixou em 1987, logo após assinar o enredo "Estrela Dalva de Oliveira", pela Imperatriz Leopoldinense, deixando uma enorme lacuna no meio artistico e carnavalesco.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Corpo de Mestre Delegado é velado na quadra da Mangueira


O corpo do sambista Hélio Laurindo da Silva, o Delegado da Mangueira (foto) está sendo velado na quadra da Estação Primeira.

Delegado morreu na manhã desta segunda-feira aos 90 anos, vítima de câncer de próstata.

Ex-mestre-sala, baluarte e presidente de honra da Estação Primeira, Delegado fez história no Carnaval carioca com sua ginga, seus passos, sendo considerado pela crítica especializada o maior mestre-sala de todos os tempos.

O corpo de Mestre Delegado será sepultado nesta terça-feira, às 10h, no Cemitério Ordem Terceira do Carmo, no Cajú.

Fonte: Galeria do Samba

Luto na Mangueira. Morre, aos 90 anos, Mestre Delegado


A Mangueira está de luto. Morreu na manhã desta segunda-feira, dia 12, aos 90 anos, Hélio Laurindo da Silva, o Delegado da Mangueira (foto).

Delegado estava internado desde de terça-feira no CTI da Clínica Santa Branca, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense e morreu vítima de cancêr de prostata.

Ex-mestre-sala, baluarte e presidente de honra da Estação Primeira, Delegado fez história no Carnaval carioca com sua ginga, seus passos, sendo considerado por muitos o maior mestre-sala da história do carnaval.

Em nota oficial, o presidente da Mangueira, Ivo Meirelles se pronunciou sobre perda.

"Estou muito triste e abalado com a notícia que acabo de receber... Lamento, profundamente, informar que acaba de falecer o maior mestre salas de todos os tempos e nosso presidente de honra, Mestre Delegado! ue Deus possa receber em paz a alma deste que, pra mim, foi o mais mangueirense dentre todos os mangueirenses... Amém!".

Fonte: Galeria do Samba

Recordar é viver: "As Minas do Rei Salomão"

O ano é o distante 1975.

O Salgueiro que vinha de um brilhante campeonato com o criativo enredo de Joãosinho Trinta "O Rei de França na Ilha da Assombração", buscava o até então inédito bi-campeonato.

Para tal, Mária Augusta Rodrigues apresentou em reunião realizada na casa do professor de história Nilson Silva Feitosa, uma idéia fundamentada no livro "A Pré-História do Brasil", de Ludwig Swenggen, que relatava a presença de expedições fenícias no litoral brasileiro financiadas pelo Rei Salimão em busca de madeira e tesouros.

A temática, até então inédita no Carnaval brasileiro, gerou polêmica quando anunciada pois desrespeitava o regulamento que proibia a exposição de temas que não fossem nacionalistas no desfile das Escolas de Samba.

Vencidos os obstaculos relacionados ao tema, os problemas estruturais e financeiros passaram a assolar a Vermelho e Branco na construção do seu Carnaval. João, Mária Augusta e sua equipe se viram obrigados a buscar recursos para a confecção das alegorias em lixões e aterros. A criatividade imperava no barracão. Aos poucos, bacias matálicas, tubos de pvc, bandejas de papelão e bicos de regadores foram dando vida as Minas do Rei Salomão.

Os figurinos, luxuosos e de extremo bom gosto foram desenhados pela própria Mária Augusta e pelos figurinistas Aelson Trindade e Marco Antônio Faria Lima, ambos oriundos da Escola de Belas Artes.

Superando todos os obstáculos, o Salgueiro surgiu na manhã do dia 10 de fevereiro soberana na avenida.

Embalados pelo samba de Nininha, Dauro Ribeiro, Zé Pinto e Mário Pedra, os componentes da Vermelho e Branco desfilavam elementos até então inéditos no Carnaval. Aliás, foi a primeira vez que os espectadores de uma festa popular como o Carnaval tiveram contato com zebras, camelos, bigas e pirâmides.

Foi um desfile arrebatador!!!

O bi-campeonato fora conquistado e o impacto dessa apresentação foi de tal ordem que muitas opiniões surgiram temendo à partir do excesso de luxo do Salgueiro, as Escolas de Samba se desvirtuassem, comprometendo sua existência como veículo de concepção popular de arte.

Um exagero, evidentemente, porque o que o Salgueiro mostrou é que nem tudo que reluz é ouro.

Base: "Salgueiro 50 Anos de Glória" - Haroldo Costa

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

“Estou fora do Carnaval”, diz Afonsinho



Ele começou a desfilar em ala pela Vai-Vai em 1976. Depois, ingressou na ala de compositores onde se tornou presidente nos anos de 1992 e 1993.

Na Saracura, assinou os hinos dos desfiles de 1991/1993/1998/1999/2010/2011 e 2012.

Afonso Carlos de Campos, o Afonsinho (foto) , além de compositor é intérprete de samba-enredo com passagens por grandes escolas como Nenê de Vila Matilde, Unidos do Peruche, Camisa Verde e Branco, Leandro de Itaquera e Império de Casa Verde, agremiação em que fez parte do carro de som no último Carnaval.

"Se for contar por títulos, acho que não tem ninguém que tenha mais campeonatos na história. Participei das 14 conquistas da Vai-Vai, dois pela Império e um pela Nenê", afirma Afonsinho.

O tradicional grito de guerra "Vai começar tudo de novo" deixará saudades entre os sambistas que acostumaram-se a contar com o talento e vibração na largada dos desfiles embalados pela voz marcante do cantor que defendeu as cores da "Caçula do Samba" no Carnaval de 2012.

Mesmo diante de tantos desfiles inesquecíveis e de marcas históricas, o cantor e autor que é considerado pelos sambistas como marca registrada da folia paulistana está se despedindo oficialmente das passarelas dos desfiles.

Leia carta aberta

"Passando para agradecer a todos os amigos que conquistei nestes 36 anos de avenida. Infelizmente o tempo passa para todo mundo e nós, pessoas sensatas, sabemos exatamente nosso momento de parar e deixar que a vida nos leve a novos rumos. Agradeço a Deus pelas conquistas, aos amigos de verdade pelo apoio, companheirismo e lágrimas. Deixo o meu abraço e menção honrosa, à todas as entidades carnavalescas que me proporcionaram os melhores e mais felizes dias de minha vida e, principalmente a todos os suspostos inimigos que a vida me deu, pois sem eles, eu não chegaria ao patamar que alcancei. Que possamos um dia sorrir novamente ao relembrar todas as nossas peripécias. 2013 se aproxima, trazendo novos caminhos, novas experiências e principalmente novos rumos. Que Deus abençoe a todos !!!"

Fonte: SRZD/CarnavalSP

Ta chegando a hora...

Fala aí pessoal...

Hoje, dia 1° de novembro marca o início da contagem regressíva para o Carnaval 2013!!!

Faltam 100 dias!!!!!!