quarta-feira, 30 de março de 2011

As minhas férias

Salve, salve, meus amigos!!!

Como podem perseber, estou afastados das postagens desde a semana seguinte do carnaval 2011. Como todos sabem, este é o periodo onde nós, profissionais que fazem dessa festa o maior espetáculo a céu aberto do planeta, descansamos e curtimos uns dias de sossego antes de começar toda a loucura carnavalesca novamente.


Pois bem, o meu descanso está acabando...rs


E com o final das minhas férias, voltarei a atualizar o blog freqüentemente, como tenho feito desde o início do ano, quando o reativei.


Fiquem ligados, ainda estou devendo a vocês as anaizes do polêmico Carnaval do Rio de Janeiro, e também dos desfiles das Escolas de Samba de Bragança Paulista.


À partir do próximo dia 04 de abril, volto ao "batente" e com ele as novas postagens virão!!!


Espero todos vocês por aqui!!!

quinta-feira, 17 de março de 2011

"Vai clarear vem meu Império..."

Olha...

Pra quem viu a Império de Casa Verde nos anos de 2004, 2005, 2006 e 2007, ver a caçulinha do Carnaval, como diz o vice-presidente da Escola, Junior Marques, foi de doer!!!

Fica cada vez mais evidente que a aposta da agremiação no carnavalesco Marco Aurélio Rufin foi equivocada. Rufin é um grande artista, mas seu estílo não tem nada a ver com o da Império.

A exemplo da abertura do desfile de 2010, a de 2011 também era estranha e esbanjava mau gosto. Aquele Escorpião Rei do carro abre-alas era digno de risos. A segunda parte da alegoria no entanto estava muito melhor, com formas e esculturas muito mais atraentes.

Alguns momentos do desfile até que foram interessantes, como as alas do primeiro setor, a alegoria referente a Mitologia Nórdica e as alas que levaram ao carro que prestava uma bela homenagem ao Camisa Verde e Branco, madrinha da agremiação.

Mas os momentos trash foram muito mais presentes que os raros lampejos de inspiração.

Quesitos técnicos: harmonia e evolução apenas razoável ( a Escola ainda não possui um chão muito forte), conjunto extremamente comprometido; mestre-sala e porta-bandeira fracos e inexperientes e bateria de boa para ótima. Comissão de frente bem realizada, com figurino simples, porém, favorável a sua evolução. Quesitos básicos: enredo que permitia grande abordagem, porém, restrito em seu desenvolvimento e samba enredo apenas razoável.

Mudanças são mais do que necessárias para 2012!!!

Acredito inclusive que a direção (ou a maneira de pensar) devem também sofrer algumas modificações.

A saída do carnavalesco Marco Aurélio Rufin é certa. Para seu lugar, comenta-se em uma nova comissão de carnaval, inclusive com nomes já conhecidos pela Escola.

A permanência do intérprete Carlos Junior também não é certa, mas acredito que o mesmo ficará na Casa Verde, uma vez que é um dos poucos consenssos entre comunidade e diretoria.

Torço para que a Império se reencontre com seus grandes momentos e volte a nos brindar com o seu estílo inconfundível de fazer Carnaval!!!

"Corre sangue Gavião, na veia..."

Segundo comentários, o desfile mais caro de 2011!!!

Não sei se essa informação procede, mas que a Escola tem potêncial para isso, ninguem discorda.

Bem, também não sou a pessoa mais ondicada para comentar o desfile da Gaviões da Fiel, mas a exemplo da Mocidade Alegre, vamos lá...rs

Quando o enredo Dubai foi anunciado, fiquei com a pulga atrás da orelha quanto a linha que seria adotada pelo Zilkson Reis na construção do desfile da Escola.

Esperava algumas soluções óbvias, como camelos, tendas, beduínos, petróleo, tesouros, prédios que não tem fim e tudo o que de mais extravagante existe em Dubai. Bom, não estava errado quanto a isso...rs

Fato é que algumas boas sacadas pintaram no desfile da Gaviões.

A abertura da Escola por exemplo, foi fantástica. A comissão de frente foi algo deslumbrante, nunca vi nada parecido na Gaviões. Depois de dois anos inventando e não me agradando, a comissão vinha símples, porém bem vestida e com coreografia bem desenvolvida. A primeira ala e o carro abre-alas (não vou comentar as 3 esposas do Rei Maktoun, que me deixaram de queixo caído) se completavam e davam um efeito muito bom para quem estava vendo o desfile no Anhembí.

Bom... se bem que alegorias e fantasias bem realizadas não são nenhuma surpresa em se tratando da Gaviões da Fiel. No entanto, os carros 4 e 5 deixaram muito a desejar em matéria de concepção e realização. Tipo, o que era aquele brinquedo inflável no carro do Portal da Felicidade? Meu Deus, que mal gosto tremendo! Isso sem contar no acabamento daquele gavião sibernético do último carro. Noves fora, um bom desfile. O melhor da Gaviões da Fiel na éra Zilkson Reis.

Quesitos técnicos: evolução e harmonia a contento, conjunto prejudicado pela inconsistência das alegorias, mestre-sala e porta-bandeira elegantes e com um belo bailado e bateria assim como a da Mancha Verde, fora de série. A comissão de frente assim como disse antes, de extremo bom gosto sem ser extravagante. Nos quesitos básicos, o enredo não foi dos mais felizes da Escola e o samba enredo tão combatido acabou ganhando cinco notas 10, afinal, descrevia tudo o que passou pela avenida.

Para 2012, a Gaviões da Fiel pode ser a Escola de Samba em São Paulo com as mudanças mais significativas dependendo do quadro político instaurado na agremiação.

Para as eleições, 3 chapas concorrem a presidência da Torcida e duas delas prometem mudanças pra lá de consideráveis. Dizem até em um consagrado carnavalesco carioca.

Sei inclusive que esse carnavalesco já conversou com o candidato de uma das chapas e tem um contrato apalavrado caso o mesmo assuma a direção da Escola. Na boa... seria um sonho ter esse cara em São Paulo!!!

Nas demais posições nada pode ser afirmado, a única certeza é a de que o intérprete Ernesto Teixeira segue firme e forte no microfone principal. Muito provávelmente, o méstre Pantchinho retoma a direção da bateria em parceria com o méstre Pimenta após deixar o comando da Escola.

Resta esperar as eleições e ver o que será da Gaviões da Fiel... que mude para melhor!!!

"O da poltrona, levanta aí..."

Eu aguardava o desfile da X-9 Paulistana com muita espectativa, afinal, o tema "Renato Aragão", já fala por sí.

O querido Trapalhão, no ano em que completa 50 anos de carreira, recebe uma justa homenagem de uma Escola de Samba (quer mais emocionante que isso?) e em São Paulo, cidade que recebe seus irmãos nordestinos de braços abertos.

Desde o mês de novembro, conversei várias vezes com o Rodrigo Cadete e as idéias do carnavalesco me agradavam intensamente.

Um tema desses pode não parecer, mas requer muito cuidado, uma vez que cores e formas são fundamentais para não quebrar a estética infantil adotada para a condução do enredo.

O que eu vi no desfile da X-9, me agradou bastante, mas juro que fiquei com aquela senssação de que poderia ter sido melhor. Nada no entanto justifica essa estranhíssima 10° colocação obtida pela Escola.

O visual da agremiação da Parada Inglêsa foi dos melhores, podendo inclusive ao meu ver, ser comparado ao da Mocidade Alegre, tamanho o cuidado com as fantasias e alegorias. Os carros alegóricos ganharam corpo e passaram a idéia dos temas abordados em cada um deles com clareza e objetividade. As fantasias apresentaram um multi-colorido de extremo bom gosto e formas bem definidas. Até mesmo tópicos batidos em enredos sobre crianças, como "Abuso Infantil" ganharam uma roupagem original e elegante.

Revi esse desfile ontem a noite e continuo não entendendo a colocação de 2011.

Quesitos técnicos: harmonia, evolução e conjunto a contento, mestre-sala e porta-bandeira elegantes mas carecendo de melhor entrosamento e bateria segura como sempre (sou fã incondicional do méstre Augusto). Comissão de frente simplesmente perfeita! O trabalho da coreógrafa Cris Rabello é louvável, a técnica e a beleza de suas obras são um diferêncial interessante. Isso tudo sem contar que a coreógrafa é linda (rs)! Nos quesitos básicos, o enredo era na minha opinião o melhor do ano, tamanho o campo de abordagem que ele proporciona, o samba enredo apesar dos consagrados compositores tinha melhor melodia do que letra, mas servia bem ao enredo.

A X-9 assim como a Águia de Ouro, é uma incógnita para 2012. Muitas são as expeculações a cerca do que acontecerá daqui por diante na Escola, mas alguns dão a saída da dupla de carnavalescos Rodrigo Cadete e Flávio Campello como certa, mas eu prefiro esperar. Dizem que o substituto da dupla será o Zilkson Reis, que deve deixar os Gaviões logo após a eleição. Outro que tem seu futuro incerto é o intérprete Zé Paulo Sierra. Se a performance no desfile contar (óbvio que conta), deve ficar, pois foi um dos melhores de 2011. O casal de mestre-sala e porta-bandeira também não tem permanência garantida.

Na minha opinião, o presidente Gaspar não deveria alterar sua equipe. A 10° colocação é enganosa, não pode servir como fiel para um desmanche assim como na Vila Maria. Tenho muitos amigos na Escola, como por exemplo o carnavalesco Rodrigo Cadete e a porta-bandeira Karina Zamparolli, e não gostaria que eles saíssem da X-9.

Ficarei no aguardo de novidades e na torcida para que prevaleça o bom sensso!

terça-feira, 15 de março de 2011

"Abrem-se as cortinas, o show vai começar..."

Depois do problema da Mocidade Alegre e das notícias que eu tinha da Gaviões da Fiel, ao termino do desfile da Unidos de Vila Maria eu havia batido o martelo, "passou a campeã".

Muita gente discorda e critica o estílo adotado pela Escola da Zona Norte, mas não tem jeito, técnica ganha Carnaval e pronto!!!

Muitos não gostam do trabalho do Fábio Borges, a grande maioria critica o Baby, não curtem a elegância e o tradicionalismo na dança do Rodrigo e da Marina e por aí vai...

A Mancha Verde se diz perseguida, mas perto do que fazem com a Unidos de Vila Maria, o carma da Mancha não é absolutamente nada.

O desfile apresentado pela agremiação do Jardim Japão em 2011, foi arrebatadora. Grandiosa como sempre, mas com uma garra que eu particularmente nunca tinha visto.

O enredo a bem da verdade favorecia tudo isso. Falar do Teatro de Manaus é um presente para qualquer carnavalesco, e o Fabinho teve esse privilégio e tirou de letra.

O que dizer do carro abre-alas da Vila? Aquele teatro, as garças, as onças pintadas que circundavam a alegoria, tudo perfeito. Sem contar o luxo dos destaques apresentados em todas as alegorias da Escola. As fantasias levavam o estílo adotado desde a época do Wagner Santos, leves e que permitem ao componente brincar sem maiores restrições.

Quesitos técnicos: harmonia, evolução e conjunto impecáveis, mestre-sala e porta-bandeira elegantes e com ótima evolução e bateria de boa para ótima. Comissão de frente com belíssima coreografia e fantasia igualmente bela. Elemento alegórico requintado e totalmente dentro do tema. Nos quesitos técnicos o enredo foi bem desenvolvido e o samba apesar de frio, correspondia a tudo o que fora apresentado pela Escola.

A terceira colocação parece ter abalado o presidente Serginho, uma vez que o mesmo parece ter começado uma revolução na Vila.

Expecula-se desmanche total na equipe que brilhou em 2011. Fábio Borges parece inclusive já ter sido dispensado.

O mesmo deve acontecer nas próximas horas com os intérpretes Baby e Agnaldo Amaral (esse eu não sei nem porque foi contratado) e comenta-se até que o excelente méstre Mí, também pode dançar.

Os nomes cotados para assumir essas eventuais vagas são estrelas de primeira grandeza: para carnavalesco, fala-se em Chico Spinoza, embora o presidente da Tom Maior afirmar que vai tentar mante-lo no cargo. Para o carro de som, o preferido é Carlos Junior, o Carlão, da Império de Casa Verde. Para a bateria ventila-se o nome de Tornado, do Rosas de Ouro, mas o mesmo afirma que não sairá da Azul e Rosa da Brazilândia.

Resta aguardar e ver o que será da Vila em 2012!!!

"Quem é da Morada é mais feliz..."

Ai, ai, ai, ai, ai...

Bom, terei de fazer uma avaliação o mais profissional possível, pois todos sabem que não sou a pessoa mais indicada para falar dessa Escola.

Minha antipatia pela Mocidade Alegre se tornou tão grande nos últimos anos devido a sua condução e a sua linha de trabalho que modificou totalmente a cara da agremiação que conheci e pela qual me encantei da metade dos anos 90 até a metade dos anos 2000.

Bom, mas vamos ao que interessa que é o Carnaval de 2011.

É simplesmente o seguinte: seria campeã fácil, se não fosse a quebra do seu quarto carro alegórico.

Posso discordar da administração da Solange, dos enredos "extravagantes" apresentados pela Escola, mas não vou tapar os olhos para a realidade. É a Escola de Samba mais organizada e bem estruturada de São Paulo.

Sou muito amigo do Sidnei França, às vezes passamos horas conversando e sempre o questiono sobre a linha de enredos adotada pela Escola de 3 anos para cá. E ele sempre me diz a mesma coisa: "se é o melhor, eu não sei, mas está dando certo". É triste, mas tenho que concordar com ele.

Em 2011, a Escola estava perfeita. Vinha fazendo um enredo de fácil entendimento (aleluia) e com uma cromática invejável. Alegorias e fantasias de bom gosto e de forte apelo visual. Em tese, "o desfile", como vejo alguns dizendo na comunidade Carnaval de São Paulo, no orkut.

Mas aí veio o quarto carro (justo o quarto carro!). A maior aposta da Escola, o carro do "Cinema 3D", que já vinha sofrendo com peoblemas desde a manhã daquele sábado, não conseguiu entrar na pista. A exemplo da Unidos do Peruche na noite anterior, a leitura do enredo da Mocidade Alegre ficaria comprometida.

Ah... mas para a presidente Solange, isso não queria dizer absolutamente nada. Segundo a própria ela não precisava de 5 carros para ganhar Carnaval. É dona Solange Bichara, precisa de 5 alegorias sim!!!

E pela priemira vez nos últimos 9 anos, a Mocidade não esteve entre as 3 primeiras colocadas. Pior, nem voltou ao desfile das campeãs. Se isso servir como alerta e abaixar um pouco a bola do pessoal da Morada, à partir de 2012, poderemos ter uma Escola imbátivel em São Paulo. A minha torcida é para isso!!!

Quesitos técnicos: harmonia e evolução a contento, Conjunto prejudicado pela quebra de uma alegoria, mestre-sala e porta-bandeira satisfatórios (embora com as minhas ressalvas) e bateria segura e ritmada. Comissão de frente um tanto quanto chata (neon outra vez?) mas totalmente dentro do enredo. Nos quesitos básicos, enredo opaco, mas funcional e samba enredo com a cara da Escola.

Para 2012, rola um boato de que Freddy Vianna está a caminho da Morada para substituir o bom intérprete Clóvis Pê, que ao meu ver, é a identidade musical da Escola. Mas por enquanto está apenas na categoria boato mesmo.

Sidnei França continuará a frente da estética da Mocidade, mas provavelmente em vôo solo pela primeira vez. A manutenção do casal de mestre-sala e porta-bandeira Emerson e Adriana e do méstre Sombra (esse não sai nem que atravesse a bateria o desfile inteiro...rs) também serão figurinhas repetidas em 2012.

Mas é como eu falei, se o tombo de 2011 servir como estimulo e para diminuir a prepotência, ninguem segura a Mocidade Alegre daqui para a frente!!!

"Com todo gás a Pompéia é fogo..."

Uma agradável surpresa!!!

Assim defino o Carnaval apresentado pela Águia de Ouro, em 2011.

Desde que o enredo "fogo", foi anunciado pela Escola, devo dizer que torci o nariz, afinal, Salgueiro, Nove de Julho e várias outras agremiações já o desenvolveram. Teóricamente, o Águia seria apenas mais uma.

Para a minha felicidade, um ledo engano!!!

O desfile preparado pelo meu amigo Cláudio Cavalcante, o popular "Cebola", esteve longe de cair na mesmisse, embora não fugisse muito do que já conhecemos ao se tratar de fogo. Mas o fogo do Águia de Ouro tinha um algo mais.

Acredito que muito desse algo mais veio no carro do "Gás Natural", com aquelas mulheres maravilhosas tomando banho em apertados, porém "belíssimos" chuveiros...rs

Mas voltando ao desfile, a Escola passou perfeita. Fantasias bem elaboradas, belas alegorias com movimentos impressionantes e um bom chão. Até isso o pessoal da Pompéia está conseguindo!!!

Quesitos técnicos: harmonia, evolução e conjunto a contento, mestre-sala e porta-bandeira razoáveis e bateria satisfatória. Comissão de frente muitíssimo bem vestida e com um elemento alegórico de muito bom gosto. Quesitos básicos, enredo óbvio, porém, bem desenvolvido e com algumas soluções novas e samba enredo de letra ruim e de melodia rebuscada.

O Águia de Ouro é uma das agremiações mais fechadas de São Paulo, o que significa que qualquer especulação para 2012, é mera aposta.

Acredito na permanência do carnavalesco Cebola e do intérprete Sérginho do Porto. Mas vamos esperar até um parecer da diretoria.

A tendência com a manutenção é de que no ano que vem, a Escola ganhe ainda mais força e venha de uma vez por todas disputar o título do Carnaval. O sonho maior do seu grande comandante, Sidnei Carrioulo Antônio.

Conta com a minha simpatia!!!

"Superação, comunidade matildense em união..."

Era talvez, o desfile mais esperado do ano!!!

A grande Nenê de Vila Matilde, após um ano no Grupo de Acesso, retornava a Elite do samba paulistano, o seu lugar de fato e direito.

Após uma reestruturação em sua diretoria e a manutenção do carnavalesco Delmo de Moraes, a águia Azul e Branca, da zona leste parecia estar pronta para voltar a viver seus grandes momentos.

Entretanto, 2011 seria um ano de muita superação para a enorme comunidade matildense.

Pela primeira vez pisando na avenida sem o seu "cacique" maior, seu Nenê que havia falecido no final de 2010, a Nenê de Vila Matilde foi sem sombra de dúvidas a Escola que melhor interagiu com o público das arquibancadas. Boa parte disso deve-se também ao enorme talento e carisma do intérprete Royce do Cavaco, o melhor de São Paulo, na minha opinião.

Porém, alguns problemas continuam a rondar a Vila Matilde. A falta de esmero na qualidade do acabamento das alegorias e das fantasias ainda é o calcanhar de Aquiles, da Escola. Era nítido no entanto, que parte desse acabamento fora danificado pelas chuvas que insistiram em castigar São Paulo e as Escolas de Samba, nas semanas que antecederam o Carnaval.

Pisando forte na avenida e com a emoção à flor da pele, a comunidade fez um Carnaval com garra, estilo e elegância, como já dizia a letra do belíssimo samba da agremiação. Mas parece que isso não quer dizer nada. Pelo menos para os jurados.

As notas atribuídas a Escola foram ao meu ver, injustas e até preconceituosas. Não entendo algumas coisas, alguns critérios. Dois pesos, duas medidas? Enfim...

Quesitos técnicos: harmonia e evolução perfeitas, conjunto um tanto prejudicado, mestre-sala e porta-bandeira excelentes e bateria satisfatória. A comissão de frente estava simplesmente perfeita. Com a presença da lindíssima Debora Xavier entre as integrantes, representando a mulher de Ló, aquela que segundo o Velho Testamento se transformou em estátua de sal, na fuga da destruição de Sodoma e Gomorra, a abertura da Escola ganhou ainda mais brilho. Nos quesitos básicos, o enredo era muito bom, mas também não foi visto com bons olhos, o samba enredo, só o melhor de São Paulo em 2011.

De volta ao Grupo de Acesso em 2012, o próximo Carnaval deve ser de novas mudanças na Vila. Acredito que a primeira será a saída do carnavalesco Delmo de Moraes. A manutenção de Royce do Cavaco no microfone da Escola também parece algo pouco provável.

Desejo sorte a Nenê de Vila Matilde, e que em 2013, ela esteja de volta ao Grupo Especial jutnamente com a Unidos do Peruche, pois lá é o lugar delas!!!

segunda-feira, 14 de março de 2011

"Pela fé de Abraão..."

De emoção, para emoção.

Assim pode ser descrita a transição do desfile da Vai-Vai para o da Pérola Negra!!!

Fico impressionado como uma Escola sem a menor infra-estrutura de barracão e alteliê pode tirar do obscuro viaduto Mufarrej, alegorias e fantasias tão deslumbrantes.

Pelo terceiro ano consecutivo, fácil, fácil o melhor conjunto plástico dos desfiles do Carnaval paulistano.

Isso deve-se muito ao trabalho mais do que competente do mago, André Machado.

O carnavalesco carioca e que a quase uma década desfila seus trabalhos em São Paulo, tem como marca o luxo e o requite de suas alegorias. E o melhor: faz tudo isso com pouco dinheiro!!!

Nos dois últimos anos, a Pérola Negra já deu show, em 2011, no entanto, ela se superou!!!

Apresentou um conjunto de alegorias e fantasias que deixaram as outras 13 concorrentes no chinelo. Nada gigantesco, nada monstruoso. Mas tudo com uma idéia legal, concepção melhor ainda e acabamento impecável. Destaque para o último carro, com aquela que considero a melhor escultura do ano.

Os quesitos técnicos estiveram a contento, com maior destaque para a harmonia do que para a evolução; bateria e conjunto bons e mestre-sala e porta-bandeira na linha tradicional e com lindod esempenho. Comissão de frente emocionante (das melhores do ano). Nos quesitos básicos, enredo bem desenvolvido e samba de melhor letra do que melodia.

Se realmente o inérprete Douglinhas deixar o Carnaval, como prometeu, a Pérola Negra perde um componente de peso para suas próximos desfiles. Mas ainda acredito em uma revira-volta neste caso.

A permanência de André Machado, caso o mesmo não desanime, é dada como certa.

Resta apenas os jurados olharem a Pérola Negra com bons olhos, porque desfile campeão, eles já fazem a 3 anos!!!

"Feliz da vida, lá vem o Bixiga..."

É, campeã!!!

O que dizer da Escola que levanta o público e que de quebra, presta homenagem mais do que merecida a um ser de luz como o maéstro João Carlos Martins???

Pois é, a Vai-Vai, em 2011, foi só emoção!!!

As homenagens proporcionam isso. Servem inclusive para disfarçar pequenas imperfeições que ficam praticamente imperseptíveis em meio a lágrimas e aplausos, estes, conquistados com todo o louvor pela Escola da Bela Vista.

Quando me referi a imperfeições, estava falando sobre um ou outro problema detectado com muito olhar clínico nas alegorias da agremiação. A única falha nítida, no entanto, parece ter sido vista e punida pelos julgadores, que foi a tocha da Estátua da Liberdade, no terceiro carro, estar quebrada. Fora isso, só mesmo analisando bem de perto!!!

Como diz um amigo meu lá do barracão da Vai-Vai: "O foda é que a Vai-Vai é foda".

Quesitos técnicos: harmonia, evolução e conjunto perfeitos aos olhos do público; Bateria acelerada como sempre mas satisfatória e mestre-sala e porta-bandeira evoluindo a cada ano. Muito bom. Comissão de frente um pouco exagerada ao meu ver. Mas cumpriu seu papel. Nos quesitos básicos o enredo era emocionante e passou essa emoção ao público e aos jurados e foi muito bem desenvolvido pelo excelente Alexandre Louzada. O samba enredo, um dos melhores do ano deu o seu recado e serviu como trilha para o 14° título da Escola.

O que ainda não sabemos é se para 2012, Louzada permanecerá na agremiação. Caso saia, a Escola não pode nem sonhar em repetir o pastelão de 2010, quando simplesmente o barracão inteiro foi efetivado como carnavalesco. Isso é um absurdo e um desrespeito com quem cria, pensa e elabora o Carnaval.

Wander Pires também é outro nome que está sendo colocado em algumas Escolas do Rio de Janeiro, mas ao que tudo indica, ficará na Vai-Vai por mais um ano.

Seriedade e competência fazem parte do dia-a-dia da Escola. Sendo assim, difícil já não incluí-la na briga pelo título em 2012.

Parabéns, Vai-Vai!!!

"É verde o sangue que corre na veia..."

Podem falar que é rivalidade e o diabo a quatro, mas eu não engulo a Mancha Verde entre as cinco primeiras.

Sei que os palmeirenses vão me odiar, mas é uma opinião minha.

Nem por isso, vou deixar de elogiar a administração do competente Paulo Serdan, pois vem fazendo ano, após ano, com que a Mancha se fortaleça e brigue pelas primeiras posições.

Acertou em trazer de volta o Fernando Dias em 2011, embora não tenha lhe dado o valor que realmente mereça e acertou em pedir mudanças no quesito alegoria.

Mas parece que o pedido de mudança valeu apenas para o abre-alas e para o último carro.

Repito, não tenho nada contra a Escola de Samba Mancha verde, ao contrário. Já fui várias vezes a sua quadra e em 2005, ano em que estiveram pela primeira vez no Grupo Especial, torci como um louco para que a agremiação permanecesse.

Mas eu não poso deixar de criticar algumas coisas que passaram batido pelos jurados. Voltemos então as alegororias: abre-alas muito bonito, bem realizado e com cores que o favoreceram. Carro 2, esqueceram as proporções em casa, não é? Contrastou partes muito bonitas com outras cafonas e até mesmo bizarras. Carro 3, cadê o resto do carro? Carro 4, cadê o resto do carro [2]? Um completava o outro? O carro 4 entrou de trás para a frente na avenida? Sei lá... Carro 5, belíssimo. Um dos melhores da primeira noite.

Sei que os palmeirenses não vão concordar, mas...

As fantasias da Escola estavam bonitas. Algumas inclusive merecem destaque, como a da ala de abertura, logo atrás da comissão de frente, das baianas, da bateria e das alas que antecederam o último carro.

Quesitos técnicos: harmonia e evolução de boa pra ótimo. Conjunto comprometido pelas alegorias já citadas; Bateria excelente, aliás, perdeu pontos porque? mestre-sala e porta-bandeira apenas razoavel. A comissão de frente não me agradou. Estava dentro da proposta do enredo, mas sua concepção foi das mais fracas que já vi. Quesitos básicos, um enredo interessante e inédito e ao meu ver, bem desenvolvido. Samba enredo embora muito aclamado, estranho em algumas passagens e muito mal cantado na avenida.

Para 2012, a Mancha deve focar nos seguintes itens: comissão de frente, mestre-sala e porta-bandeira, samba enredo e alegorias. Achoq ue manter o Fernando Dias é uma boa, uma vez que a sequência de um trabalho pode resultar no tão sonhado título da Mancha. Quanto a interepretação do samba na avenida, digo o seguinte: sou fã do Waguinho, mas não é de hoje que ele vem mal. A Escola deve buscar uma outra alternativa para este setor, uma vez que a tendência caso não se cuide é de seguir em decadência.

E o mais importante: parem de fazer Carnaval só para ficar a frente dos Gaviões. Vocês são maiores que isso!!!

"Rosas de Ouro, pode apostar..."

Como sempre, espera-se muito da Escola que entra na avenida para defender o título conquistado no ano anterior. E como essa expectativa em torno da Rosas de Ouro era grande!!!

Pudera, a Azul e Rosa conta com o melhor carnavalesco do Carnaval paulistano, Jorge Freitas, e é também uma das mais organizadas de São Paulo.

Mas pelo que vimos no desfile de 2011, todo esse favoritismo e essa organização, não conseguiram superar um enredo ruim e um samba de gosto duvidoso.

O desfile burocrático, contrastou com ensaios técnicos maravilhosos. Isso é que eu não entendo. Durante o periodo de "treinos", no Anhembí, a Rosas foi a que melhor se apresentou, dando pinta de que seria um rolo compressor no dia de sua apresentação oficial.

As alegorias e fantasias, marca do trabalho de Jorge Freitas, como sempre estiveram com um acabamento requintado e com um desenho satisfatório. Embora, alguns figurinos tenham sofrido algumas "baixas" durante a passagem da Escola.

Quesitos técnicos: harmonia, evolução e conjunto sériamente comprometidos por falhas que a Rosas de Ouro não costuma cometer; Bateria um tanto confusa (Tornado já teve dias melhores) e mestre-sala e porta-bandeira bastante satisfatórios. A comissão de frente sem sombra de dúvidas foi a incógnita da Escola. Se fossem apenas os guardiões, beleza. Fantasia linda e maquiagem perfeita. Mas aquela pomba e o tripé mal acabado foram de doer. Estou até agora tentando entender aquilo. Nos quesitos básicos o enredo não chegou a ser desenvolvido como merecia e o samba se mostrou realmente fraco, embora a comunidade se esforçasse para entoa-lo durante toda a apresentação na avenida.

A Rosas de Ouro é uma Escola que dificilmente fará alguma mudança. Sendo assim, Jorge Freitas (carnavalesco), Júlio César Teixeira (comissão de frente), Mestre Tornado (bateria), Darlan Alves (intérprete) e Luizinho e Sueli (mestre-sala e porta-bandeira) serão novamente figurinhas carimbadas no desfile de 2012.

Se escolher um enredo concreto, tem tudo para voltar a brilhar!!!

"Sou cabra da peste, vim lá do nordeste..."

A Escola foi vítima de preconceito, sofreu ameaças e ainda assim, não se abateu!!!

A Acadêmicos do Tucuruvi, decidiu que no Carnaval de 2011, prestaria uma justa homenagem aos nordestinos que migraram para São Paulo e ajudaram a construir esta cidade.

Um enredo batido, mas que proporciona uma infinidade de temas a serem abordados em seu desenvolvimento.

Pois bem, o carnavalesco Wagner Santos, em seu segundo ano na Escola, optou por manter o que ao seu ver, deu certo no último Carnaval. Indo na contra-mão da atualidade, Wagner investiu em carros alegóricos pequenos, mas muito bem realizados e com acabamento impecável. Acertou em cheio!!!

As fantasias eram mais simples que a das chamadas grandes, mas eram ricas em detalhes e possuiam uma cromática perfeita. Outra bola dentro do carnavalesco!!!

Quesitos técnicos: harmonia, evolução e conjunto satisfatórios; bateria excepcional (salve, méstre Adamastor!!!) e mestre-sala e porta-bandeira a contento. A comissão de frente, ao meu ver, foi juntamente com as da Pérola Negra e da Gaviões da Fiel, uma das melhores do ano. Muito bem coreografada e com um elemento de cena belíssimo. Quesitos básicos: enredo simples mas que não caiu na mesmisse de sempre e samba enredo dentro do exigido pelo tema, nada mais.

Com a equipe mantida para 2012, se credencia de vez a disputar o título do Carnaval. Mas dizem por aí, que o intérprete Freddy Vianna esteve a frente do carro de som da Escola pelo último ano. Eu não acredito, mas enfim...

A realidade é que a Tucuruvi chegou e se estabeleceu entre as grandes. E o maior responsável por isso tem que ser para sempre exaltado pela comunidade da zona norte: salve, salve, Sr. Jamil!!!

"Bate forte no meu peito São Bernardo..."

Para quem já dava a Tom Maior como rebaixada antes mesmo do início dos desfiles, esse foi o maior "tapa na cara" do Carnaval 2011.

Aprendi uma coisa com os mais de 15 anos acompanhando a folia paulistana: Chico Spinoza em São Paulo é simplesmente genial!!!

A Tom Maior, simpática agremiação do Sumaré, viveu em 2010 o seu pior momento no Grupo Especial, quase sendo rebaixada e com graves problemas de concepção em seu desfile. Para o ano de 2011, a Escola apostava todas as suas fichas em uma pronta recuperação.

A contratação de Chico Spinoza provava essa vontade da Escola em voltar a brilhar!!!

O enredo sobre São Bernardo do Campo, era combatido por muitos por se tratar da cidade onde o ex-presidente Lula, fez boa parte de sua história, mas análisando toda a história desse município, era notória a riqueza cultural e de detalhes, que poderiam ser abordados nesse desfile.

A apresentação da Tom Maior foi ótima. Alegorias pequenas mas com acabamento perfeito emolduraram alas coloridas e muito bem realizadas. Ponto esses, fundamentais para o sucesso da agremiação.

Quesitos técnicos: harmonia e evolução estavam a contento. O conjunto ao meu ver, ficou comprometido pelo setor que antecedeu o carro dos estúdios Vera Cruz, uma vez que este possuia apenas 3 alas separando uma alegoria de outra; Bateria excelente, com paradinhas e coreográfias bem executadas. Mestre-sala e porta-bandeira elegantes e seguindo uma linha tradicional, a qual eu sou híper favorável. Comissão de frente fabulosa e com um tripé maravilhoso. Quesitos básicos: enredo bem desenvolvido e samba enredo com letra descritiva e empolgante.

Com a permanência do carnavalesco assegurada pelo presidente Marko Antônio da Silva, a tendência é de que em 2012, a Tom Maior realize um de seus maiores desfiles de todos os tempos. O intérprete Renê Sobral, o diretor de bateria Carlos Alves, o Carlão e o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Jairo e Simone, também devem ser mantidos.

Isso tudo, somada a estrutura que a Escola vem adquirindo com o passar dos anos, faz da Vermelho e Amarelo uma das fortes candidatas ao título do próximo Carnaval!!!

"Nos braços do povo..."

O esforço dos componentes acaba compensando em parte a visível falta de estrutura da Escola. Mas a tradicional Unidos do Peruche, não fez feio no desfile que abriu o Carnaval de São Paulo em 2011. De modo, a participação no Grupo Especial ficou totalmente comprometida pelos problemas com as alegorias, que a agremiação enfrentou.

Na parte plástica, o carnavalesco Amarildo de Mello, até surprendeu. Fantasias de extremo bom gosto e alegorias grandiosas e de fácil entendimento eram a tônica do início do desfile da Peruche.

Mas com a quebra do terceiro carro alegórico, o bonito desfile foi por água a baixo.

Quesitos técnicos: conjunto, harmonia e evolução com carência de organização; Bateria de boa para ótima e mestre-sala e porta-bandeira, com estilo e elegância. A comissão de frente estava belíssima e retratava o enredo com riqueza e beleza. Nos quesitos básicos, a leitura do enredo ficou confusa com os problemas de alegorias e o samba enredo, assim como já esperado, foi um dos mais cantados dos desfiles de 2011.

A mim, fica a imagem de que se não houvesse a quebra de uma das alegorias e a Escola desfilasse completa, brigaria fácil pelo meio da tabela.

Para 2012, algumas modificações são necessárias. A direção de harmonia da Escola está nas mãos do péssimo Alexandre (ex-Tucuruvi), este não tem o menor conhecimento do assunto e ainda por cima é vaidoso em demasia. Não se preocupa com a agremiação e segue a política do "primeiro eu, em seguida eu, e depois eu". Deve sair urgentemente!!!

O presidente Rodolpho Pricolli Filho é um homem firme em suas decisões. Ama a Unidos do Peruche e trabalha para vê-la forte e unida. Deveria manter o carnavalesco Amarildo de Mello, bem como o casal de mestre-sala e porta-bandeira e o intérprete Toninho Penteado.

Se fizer o óbvio, a Escola manterá a tradição de passar "voando" pelo Grupo de Acesso, e em 2012 estará novamente na Elite do samba paulistano. Tem a minha torcida!!!

Voltando a ativa

É isso aí, pessoal!!!

Após trabalhar durante um ano todo, é chegada a hora de descansar e nos preparar para que logo mais, podermos dar início a essa delíciosa "correria" novamente.

Foi um Carnaval atípico. Resultados contestáveis, desfiles com pouca criatividade e chuva... muita chuva!!!

Após alguns dias de descanso, é chegada a hora de fazer o balanço do Carnaval 2011.

Abordarei aqui, o meu ponto de vista sobre os desfiles que acompanhei de perto, ou seja, São Paulo, Rio de Janeiro e Bragança Paulista.

À partir de agora, iremos debater os resultados, o que de melhor cada Escola apresentou e o que esperar das mesmas para 2012.

Vamos lá, afinal, faltam menos de 350 dias para o próximo Carnaval!!!

terça-feira, 8 de março de 2011

Análise Carnaval 2011

Salve, salve, pessoal!!!

E chega ao fim mais um Carnaval.

Esperamos um ano todo por esse momento e ele se vai tão rapidamente...

Nesse exato momento, estou colado nas transmissões dos desfiles do Grupo B, do Carnaval carioca, pela rádio Tupi.

Depois disso, irei enfim dormir um pouco, pois desde a última quinta-feira que não consigo dormir mais de 2 horas. Foi uma loucura, concentração, reparos, trabalho e mais trabalho, desfile, dispersão, apuração e barracão.

Mas tudo bem.

Logo após a apuração dos desfiles dos Grupos Especial e de Acesso do Rio de Janeiro, logo mais a tarde, irei começar a postas as minhas impressões a cerca dos desfiles e posteriormente, a minha colocação final das Escolas.

Já vou adiantar: em São Paulo, pelo menos, a minha visão é muitooooo diferente do resultado oficial!!!

Aguardem...

Carnaval de São Paulo 2011 - Classificação Final

Grupo Especial

1° Vai-Vai
2° Acadêmicos do Tucuruvi
3° Unidos de Vila Maria
4° Mancha Verde
5° Gaviões da Fiel
6° Águia de Ouro
7° Mocidade Alegre
8° Rosas de Ouro
9° Tom Maior
10° X-9 Paulistana
11° Pérola Negra
12° Império de Casa Verde
13° Nenê de Vila Matilde
14° Unidos do Peruche

Grupo de Acesso

1° Dragões da Real
2° Camisa Verde e Branco
3° Morro da Casa Verde
4° Imperador do Ipiranga
5° Leandro de Itaquera
6° Acadêmicos do Tatuapé
7° Uirapurú da Mooca
8° Torcida Jovem

A Música Venceu!!!

Quero parabenizar a grande Vai-Vai, por mais um título conquistado no Carnaval de São Paulo!!!

Na tarde dessa terça-feira (08/03), aconteceu a apuração dos desfiles paulistanos e a Escola do Bixiga foi aclamada como a campeã.

Essa conquista representa a 14° estrela na bandeira da agremiação, o que a confirma ainda mais no posto de maior campeã de São Paulo.

Parabéns Nação Alvi-Negra!!!

A Música Venceu!!!

sexta-feira, 4 de março de 2011

É hoje!!!

Chegou o grande dia!!!

Após um ano de espera, logo mais a noite toda a mágia do maior espetáculo da Terra irá tomar conta de nossos corações!!!

Passei essa madrugada inteira no Anhembí trabalhando nos últimos retoques nos carros alegóricos da nossa Águia Guerreira, e voltei para casa a poucas horas para tirar um cochilo e logo voltar para o sambódromo, mas na noite de hoje, como simples espectador!!!

Essa foto foi tirada da arquibancada do setor J, onde logo a baixo, está sendo finalizada a cabine de transmissão de Rede Globo, onde Cléber Machado e Mariana Godói, irão nos ciceroniar pelas 14 Escolas de Samba que desfilarão nas duas noites mais concorridas do Carnaval paulistano.

Durante esses dias de folia, tentarei algumas postagens comentando os grandes momentos dos desfiles. Mas não vai ser uma missão lá muito fácil, afinal, hoje a amanhã estarei aqui em São Paulo, domingo e terça na Passarela Chico Zamper em Bragança Paulista, e na segunda-feira, coladinho na Tv para acompanhar o renascimento da minha Mocidade Independente de Padre Míguel!!!

Fiquem ligados na cobertura do Carnaval 2011, aqui no meu blog!!!

Um bom Carnaval a todos!!!

quinta-feira, 3 de março de 2011

A um dia do início dos desfiles, carros alegóricos são montados na concentração do Anhembí

Escolas de samba que desfilarão nessa sexta-feira (04/03), estão com suas alegorias posicionadas na concentração do sambódromo do Anhembí já a uma semana.
Carro do Balet Quebra Nozes, da Unidos do Peruche.
Carro da Acadêmicos do Tucuruvi representando a Catedral da Sé.
O suntuoso abre-alas da Pérola Negra.
Partes do carro abre-alas da Mancha Verde.
Abre-Alas da Nenê de Vila Matilde.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Ainda tem trabalho no Ateliê

Estamos a menos de 42 horas do início dos desfiles do Carnaval de 2011 e muito trabalho ainda é a tônica em barracões e ateliês por todo o Brasil.

E no Ateliê Sérgio Júnior, não é diferente!!!

Com alguns destaques por terminar, o trabalho segue em ritmo acelerado e tem tudo para ser concluído ainda na noite dessa quinta-feira (03/03).

Com a finalização dos trabalhos em São Paulo, estive de passagem por Bragança Paulista hoje e pude conferir de perto o que o meu pessoal está fazendo. Saí de lá muito satisfeito, pois mesmo com a minha ausência em boa parte do tempo de desenvolvimento das fantasias e adereços que estamos confeccionando este ano, o nível de acabamento está impecável!!!

Um salve para todo o pessoal que ralou para retribuir a confiança das Escolas que apostaram no nosso trabalho!!!

Equipe Ateliê 2010/11: Sérgio Júnior, Nair Cortese, Lílian Cortese, Deolinda Scott e Felipe Bueno.

Chega ao fim a restrospectiva

É isso aí pessoal!!!

Após relembrar os desfiles marcantes das 14 Escolas de Samba de São Paulo e das 12 Escolas do Rio de Janeiro, entramos de vez na contagem regressiva para os desfiles do Carnaval 2011.

Falta apenas um dia!!!

Ao longo de hoje e parte da manhã de sexta, estarei postando algumas matérias bem legais e faremos junto aquele esquenta todo especial para as 4 noites que tanto estamos esperando e que finalmente chegou.

Continuem acompanhando e bom Carnaval a todos os amigos que visitam o blog!!!

Dessa vez ela mereceu

Todo mundo sabe da minha rusga com a Beija-Flor de Nilópolis. Isso não significa, no entanto, que eu não sei reconhecer quando a Escola faz grandes desfiles.

Digo mais: foi difícil pra caramba escolher um desfile para ilustrar esse post. A agremiação nilopolitana fez vários desfiles memoráveis na última década. Mas isso não quer dizer que ela mereceu todos os 5 títulos conquistados nos últimos 10 anos. Pelo menos no meu ponto de vista.

Mas quero comentar aqui um desfile que realmente mereceu a coroação.

O ano é 2004. A Beija-Flor vinha de uma conquista bastante contestável em 2003 (a Mangueira foi infinitamente superior) e buscava com todas as suas forças o bí campeonato. Para tal, a Escola apostou em um enredo batido, mas que sempre gera bons desfiles, a Amazônia.

A ótica da Beija, visava abordar a importância da água. Mas como o "embromeichan" faz parte do desenvolvimento dos enredos da Escola desde a época de Joãosinho Trinta, a agremiação passou (e muito bem) pela história da colonização do Estado do Amazonas, por algumas de seus lendas e o quanto a sua peservação se faz necessária para o Brasil.

Nem precisa dizer que a plástica foi o ponto alto da Beija-Flor.

Cid Carvalho e companhia deram uma aula de como se elaboram fantasias e alegorias. O abre-alas (a cima a esquerda), por exemplo, era magistral. Uma grande nau com velas humanas navegando sobre o casco de uma enorme tartaruga. Vibrei com a suntuosidade do início do desfile.

Na sequência, alas representando espanhóis foram a tônica. Tudo regado a muito luxo e beleza.

Mesmo com todo o apelo visual da Escola, não podemos esquecer das brilhantes apresentações da rainha de bateria Raíssa de Oliveira, na época com apenas 13 anos, e da maravilhosa Cláudia Raia, que protagonizou um dos momentos mais marcantes daquele Carnaval. Claúdia (foto), vinha com um enorme salto e encontrou pela frente uma pista molhada em decorrencia da chuva que insistiu em castigar a Sapucaí naquele Carnaval. Resultado: um tombaço!!!

Mas Cláudia Raia é uma verdadeira rainha. Levantou e nem ligou para o ocorrido. Continuou sambando linda e exbanjando a sua habitual simpátia.

Mesmo com o impacto do desfile da Unidos da Tijuca e de toda a imponência da Portela (favoritas até então no meu ponto de vista), a Beija-Flor parecia mesmo estar desfilando para o bi-campeonato.

Na apuração, apesar do coração Verde e Branco falar mais alto, torcia pela vitória da Portela, mas já sabia que a "Deusa da Passarela" viria rasgando rumo a vitória. E não deu outra.

Um título merecido e que consagrou de ver o trabalho de Cid Carvalho, membro da comissão de carnaval da Escola, que era quem desenvolvia o enredo em sua totalidade, cuidando de todos os desenhos, inclusive.

A Beija-Flor de Nilópolis é uma grande Escola de Samba e tem que ser respeitada. Afinal, quem tem a história e o histórico de conquistas da Azul e Branco, não pode ser deixada de lado. Por mais que isso me incomode profundamente...rs

Carnaval 2004

G.R.E.S. Beija-Flor de Nilópolis
Enredo: "Manôa - Manaus - Amazônia - Terra Santa... Que Alimenta o Corpo, Equilíbra a Alma e Transmite a Paz"
Carnavalesco: Comissão de Carnaval (Cid Carvalho, Fran Sérgio, Ubiratan Silva, Shangai e Laíla)
Colocação: Campeã

Seguindo os passos da madrinha

Após o Carnaval de 2004, as mudanças pareciam eminentes no quadro da Unidos do Porto da Pedra.

Mas os rumos começaram a mudar quando o presidente da agremiação optou (acertadamente por sinal), pela permanência do carnavalesco Alexandre Louzada. O artista, já com bagagem no mundo do samba, havia errado a mão no ano anterior e prometia que 2005 seria diferente.

Mas como a Porto da Pedra é uma Escola que infelizmente nunca é levada a sério, poucos acreditaram nas palavras de Louzada.

Só que as coisas começaram a mudar quando a agremiação de São Gonçalo, anunciou que reeditaria o enredo "Carnaval, Festa Profana", da co-irmã e sua madrinha, a União da Ilha do Governador.

O desfile originalmente apresentado pela agremiação Insulana em 1989, contava as origens do Carnaval, desde as celebrações no Egíto, passando pelos festins romanos e chegando ao que hoje é o maior espetáculo da Terra.

Mas o que muita gente acabou criticando na escolha desse tema (belíssimo), foi o fato dele ser um enredo de outra Escola de Samba.

Mesmo com a direção e o carnavalesco explicando posteriormente que a União da Ilha é sua madrinha, o público "sambístico" em geral, não gostou muito da idéia e novamente se mostrou pouco receptiva a Escola.

Mas essa "picuinha" não durou muito!!!

Bastou o vozerão do intérprete Luizinho Andanças em sua estréia pela Vermelho e Branco, começar a ser entoado no início do desfile da Escola para o público vir a baixo com o animadíssimo samba de J. Brito e Bujão.

O desfile da Porto da Pedra começava de maneira surprendente. Duas alas divididas em quatro blocos, com quatro cores diferentes separavam a comissão de frente, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira e o carro abre-alas. Essas alas representavam personagens marcantes da história do Carnaval carioca, os Clóvis e os Bate-Bola.

O abre-alas da Escola foi também uma bela surpresa. Um gigantesco tigre sorridente (a cima a esquerda) fazendo as vezes de Rei Momo saudava o público e enunciava o belo desfile que estava por vir.

Alas exbanjando luxo e criatividade foram a tônica dos primeiros setores do desfile. O colorido utilizado por Alexandre Louzada também é digno de elogios. Ao final do primeiro setor, o carro referente ao Egíto, trazia um trigal com componentes formando os ramos de trigo (efeito do primeiro Carnaval após a estréia de Paulo Barros) e no alto, uma bela escultura rústica representando o Boi Ápis.

Mas ao meu ver, o grande destaque alegórico da escola foi o carro de roma. Uma gigantesca terma romana foi montada pelo carnavalesco com direito a um elegante deus Baco deitado em meio ao carro, três carneiros belíssimos logo à frente e um time de beldades fazendo a maior farra (foto)!!!

No geral, a Unidos do Porto da Pedra fez um desfile muito bom. Uma grande surpresa, ainda mais para uma Escola que está abrindo uma noite de desfiles (segunda-feira).

E por muito pouco a Porto não voltou no desfile das campeãs. O que na minha opinião, não seria nenhum absurdo.

Depois desse desfile, a Vermelho e Branco de São Gonçalo não conseguiu acertar a mão na concepção de seus desfiles. Mas lembraremos sempre de "O rei mandou, cair dentro da folia...", fazendo sucesso em dois momentos distintos e com Escolas distintas na Sapucaí.

Não foi dessa vez que a afilhada conseguiu superar a madrinha.

Carnaval 2005

G.R.E.S. Unidos do Porto da Pedra
Enredo: "Carnaval, Festa Profana"
Carnavalesco: Alexandre Louzada
Colocação: 7° lugar

Mais um show do João

Não tenho a menor dúvida de que o Carnaval de 2011, será o melhor momento da Acadêmicos do Grande Rio em sua história. Um desfile de superação irá fazer com que a Escola, que passou recentemente pelo trauma de perder todas as suas fantasias e alegorias em um incêndio na Cidade do Samba, brilhe ainda mais no cenário da Folia.

Mas como estamos escrevendo sobre os grandes momentos das Escolas de Samba na última década, voltemos até o ano de 2003.
A Grande Rio já vinha buscando o seu espaço entre as grande a algum tempo, mas ainda esbarrava em pequenas falhas técnicas. Isso já lhe havia custado vaga no desfile das campeãs nos dois últimos carnavais (2001 e 2002).

A agremiação de Duque de Caxias pensava grande e já vinha investindo pesado na contratação de craques de primeira linha para engrandecer ainda mais as suas apresentações. Em 2001, chegou o carnavalesco Joãosinho Trinta, para fortalecer a plástica da Escola. Com ele, vieram o intérprete Quinho e o diretor de bateria Odilon Costa, o méstre Odilon.

Para 2003, o carro de som da Escola teve uma mudança. Saiu Quinho, que retornava para o Salgueiro no Carnaval dos 50 Anos da Acadêmia do Samba e para o seu lugar chegava o badaladíssimo Wander Pires.

O enredo da Acadêmicos do Grande Rio para este Carnaval, parecia ser algo pouco carnavalizado, um tema que dificilmente passaria leve e com boa leitura na Sapucaí. Mas em se tratando de Joãosinho Trinta, é bom não dúvidar de nada, afinal, o maior carnavalesco da história da Folia carioca já deu provas de que extrai leite de pedra, haja visto enredos com temáticas semelhantes apresentados em várias oportunidades em sua época de Beija-Flor.

O enredo, "O Nosso Brasil Que Vale", falaria da Indústria da Mineração no Brasil, exaltando a Companhia Vale do Rio Doce, como uma grande potência a nível mundial na extração de minerais.

Aí você pensa, mas minério da samba???

Ô se dá!!!

Do ponto de vista estético, a Grande Rio foi depois da Mangueira (insuperável na plástica), a mais bele de 2003. O estilo inconfundível de Joãosinho Trinta novamente estava encantando o público e os amantes do Carnaval. A marca que o consgarou, as grandiosas alegorias estavam presentes, e com um variedade infinita de formas, idéias e consepções artísticas. Algo que convenhamos, só o Mister Trinta, sabe fazer!!!

A comissão de frente da Escola (a cima a esquerda), representava os minerais em seu processo de formulação, no solo terrestre. Coreografados por Renato Vieira, os 15 bailarinos fizeram uma belíssima coreográfia em torno de esculturas também muito lindas, do deus Chronus, senhor do tempo na mitologia.

Logo na seqüência, veio uma ala que destaco como a melhor do Carnaval de 2003. Era um grupo de duendes que traziam uma mascara perfeita em latex que realmente modificava 100% o rosto do componente que a trajava. Em cada uma de suas mãos, um boneco com a mesma feição da mascara do desfilante que deixava no ar a dúvida: Quem é o componente??? Mais uma sacada genial do carnavalesco.

O carro abre-alas (foto), todo em branco e com nuances em lilás, representava as profundesas da Terra. Aliás, alegorias e fantasias com predominância em braco, são mais uma marca do trabalho de Joãosinho Trinta. Somente ele e o não menos genial, Arlindo Rodrigues, sabiam como executar esse tipo de idéia com tamanha qualidade.

O desfile passeou por cidades coloniais de Minas Gerais, pelas ferrovias que transportam os minerais, pelas matas, pela cultura indigena, pela preservação ambiental e terminou em uma homenagem a Seleção brasileira de futebol, penta-campeã do Mundo, na Copa de 2002, realizada na Coréia do Sul e no Japão.

A apresentação empolgou e recebeu como prêmio, a inédita 3° colocação e de quebra a tão sonhada vaga no desfile das campeãs.

À partir daí a Grande Rio não parou mais de crescer. Tem no curriculo uma série de vice-campeonatos e certamente vinha para disputar o título em 2011 até com certa dose de favoritismo. Mas como os deuses do Carnaval às vezes nos pregam algumas peças, não foi dessa vez que o povo de Duque de Caxias irá soltar o grito preso na garganta desde o início da última década.

E mesmo com tudo isso, estou confiante em afirmar que o desfile da Escola neste Carnaval, será um dos melhores momentos da história da Marquês de Sapucaí em 26 anos de sambódromo. Pra quem pensa que a Grande Rio é um aglomerado de artistas e que não tem uma comunidade forte, aguarde... você vai se surprender!!!

Carnaval 2003
G.R.E.S. Acadêmicos do Grande Rio
Enredo: "O Nosso Brasil Que Vale"
Carnavalesco: Joãosinho Trinta
Colocação: 3° lugar

terça-feira, 1 de março de 2011

Com a cara da Mocidade

Uma Escola de Samba geralmente adquire ao longo dos anos uma identidade visual que carregará por toda a vida.

Esse status é proveniente de um grande momento da agremiação, do trabalho sequente de um artista ou até mesmo por uma administração competente.

No caso da Mocidade Independente de Padre Miguel, essa "cara" pode ser definida em um nome: Renato Lage.

O carnavalesco foi o responsável por uma éra de sucesso e vitórias da Escola da Vila Vintem.

Sob a batuta de Lage, a Mocidade conquistou os títulos de 1990 (Vira, Virou, a Mocidade Chegou), 1991 (Chuê, Chuá, as Águas Vão Rolar) e 1996 (Criador e Criatura), além de dois vice-campeonatos, o contestadíssimo desfile de 1992 (Sonhar Não Custa Nada) e 1997 (De Corpo e Alma na Avenida).

A principal marca do trabalho do artista era a da inovação. Renato sempre foi um grande criador, mas sua chegada a Mocidade ainda no ano de 1989, fez com que o seu estílo fosse reafirmado. À partir daí, o high teach passou a ser a cara da Escola.

E coincidência ou não, desde a saída do carnavalesco em 2002, a Mocidade não mais se encontrou.

Vamos então falar sobre esse Carnaval.

O enredo "O Grande Círco Místico", procurava abordar mais do que a história do círco. Buscava alegrar o público. A ordem era brincar, sem aquelas restrições e regras chatas que transformam o desfile em uma verdadeira parada militar.

Mas pelo visto, brincar para o carnavalesco Renato Lage, é algo pra lá de sério!!!

O desfile da Mocidade Independente de Padre Míguel, no Carnaval de 2002 foi simplesmente um momento mágico. Parecia um sonho!!!

Não estou dizendo isso por ser torcedor da Escola, e sim pelo que senti ao ver esse desfile. Por alguns instantes me senti aquela criança deslumbrada com o mundo mágico dos espetáculos circenses.

A comissão de frente com as pernas-de-pau e aquele magnífico carro abre-alas com os elefantes em dourado já davam mostra de que o que viria dali em diante era coisa do mais alto nível. O acabamento das alegorias e o luxo das fantasias valem um destaque especial. O colorido esplendoroso apresentado pelo carnavalesco também é digno de todas as homenagens possíveis.

O desfile perfeito do ponto de vista estético, foi prejudicado por alguns problemas de harmonia. O que fez com que a Mociadade ficasse de fora da disputa pelo título.

No fim, a 4° colocação de 2002 foi o último bom momento da Mocidade até o presente momento (a posição se repetiria em 2003, mas já sem o mesmo brilho).

Hoje, fica a saudade dessa boa e velha Mocidade Independente e a esperança de que em 2011, as espectativas se confirmem e a Escola volte a brilhar como nos tempos de Renato Lage. E de preferencia, com a cara da Mocidade!!!

"Sou Independente, sou raíz também/Sou Padre Míguel, sou Vila Vintem"

Carnaval 2002

G.R.E.S. Mocidade Independente de Padre Míguel
Enredo: "O grande Círco Místico"
Carnavalesco: Renato Lage
Colocação: 4° lugar

Salgueiro e África, uma sintônia mais que perfeita

Das agremiações que compõe o Grupo Especial do Carnaval caioca, a Acadêmia do Samba é sem dúvida a que mais levou a África para a avenida em mais de 50 anos de história.

Essa identidade se deve a suas raízes, o morro do Salgueiro e ao grande inovador do Carnaval brasileiro, o carnavalesco Fernando Pamplona.

Pamplona foi o primeiro a levantar a bandeira da africanidade em um defile de Escolas de Samba. Foi do carnavalesco que partiu a iniciativa de tornar pública a história de Zumbi. Que elevou o nome do escultor mineiro Aleijadinho, entre outros.

Essa identificação do salgueirense com os temas afros, é tamanha, que quando a Escola vai para a avenida cantando a negritude, dificilmente é batida.

E após o desastre do Carnaval de 2006 (a Escola foi a 11° colocada, a pior colocação obtida em sua história), Renato Lage e o departamento cultural do Salgueiro optaram por mais uma vez levar a África para a Sapucaí. Mais do que simplesmente "o negro", levaria as "Candaces", mulheres guerreiras que viveram na região do Daomé e que são sinônimo de garra e poder.
No anuncio do tema a comundiade veio a baixo!!!

Era nítido que o Salgueiro seria uma forte candidata ao título de 2007.

O desfile da Vermelho e Branco era aguardado com muita espectativa pela comunidade "sambistica" em geral. Durante a fase pré-carnavalesca, várias foram as demonstrações de que a nação salgueirense estava mordida pelo fiasco do ano anterior. A carnavaelsca Márcia Lávia, chegou a dar uma declaração dizendo que eles foram humilhados em 2006, e que agora era a hora de responder com o que melhor o salgueirense sabe fazer, que é um desfile de emoção, garra e muito samba no pé. E parece que essas palavras colaram na mente dos salgueirenses!!!

Eu não me lembro de ver uma Escola com a imponência do Salgueiro, naquel Carnaval de 2007.

Desde o início de seu desfile, a agremiação mostrou um equilíbrio mais do que perfeito em todos os setores. O samba, mesmo não sendo dos mais agradáveis, passou bem na voz de Quinho e sua equipe. A Escola cantava muito.

Na plástica, o Salgueiro foi imbatível. Ninguem passou tão bonita e tão luxuosa como a Acadêmia do Samba. Renato Lage provou que ainda pode ser surpreendente. O méstre foi tão feliz na escolha de formas, cores e temas para alegorias e fantasias, que a diferença do nível de trabalho dela em relação as demais, era imenso. O carro da Tia Ciata (foto) por exemplo, era digno de ser eternizado em um Museu do Carnaval!!!

Assim como em 1978, Salgueiro e Beija-Flor, desfilaram com enredos afros (em 78, ambas com temática Yorubá), mas diferente da primeira vez, o Sal sobrou em relação a Beija. E isso não sou eu que digo. Não conheço uma pessoa que pensa diferente.

Digo que não conheço, porque não sou amigo de nenhum dos jurados que cometeram o sacrilégio de deixar um dos maiores desfiles do século apenas em 7° lugar. O que é pior, atrás do desfile "sem sal", da Escola de Nilópolis (a macumba do Laíla é forte...rs).

O baque na comunidade salgueirense foi forte e difícil de assimilar. Mas como a nação Vermelha e Branca é guerreira, a recuperação foi ao melhor estílo Salgueiro. Dois anos após a decepção de "Candaces", a Acadêmia levantaria o caneco ao som do "Tambor". Mas isso é assunto para um outro dia...

Carnaval 2007

G.R.E.S. Acadêmicos do Salgueiro
Enredo: "Candaces"
Carnavalescos: Renato Lage e Márcia Lávia
Colocação: 7° lugar

Julio Verne inspira a Ilha a voltar aos bons tempos

Antes de criticarem o tema do post, prestem atenção no seguinte: a União da Ilha volta aos bons tempos, não por retomar a sua principal caracteística, a dos desfiles leves, descontraídos e de grande comunicação com o público. Acho até que esses tempos não voltam mais. Mas os bons tempos são referente ao fato de que a Escola retornava após 8 anos amargando o Grupo de Acesso, a figurar na elite da Folia carioca.

Vivendo uma certa irregularidade em seus desfiles no Acesso, a Ilha buscava um ponto de equilíbrio em seus trabalhos. Somente isso seria capaz de devolve-la ao seu lugar de direito.
Uma comunidade vibrante, à Ilha nunca faltou. Bons enredos e sambas de alto nível também não. Restava uma identidade visual.

E foi em busca dessa identidade que a agremiação Insulana decidiu dar sequência ao trabalho do carnavalesco Jack Vasconcelos. Mas pela primeira vez em 4 anos, em um vôo solo.

Desde 2006 na Ilha, Jack, havia dividido os trabalhos artisticos a frente da Tricolor com vários carnavalescos, entre eles Paulo Menezes (2007) e André Marins (2007 e 2008). Em 2008, aliás, a União da Ilha optou por reeditar o enredo "É Hoje o Dia", originalmente apresentado em 1982 e que tem no seu samba enredo, um dos mais cantados da história do Carnaval carioca. Muitos apostavam que o acesso já era garantido. Mas com um desfile bastante irregular, a Escola ficou apenas com a 5° colocação. Esse ocorrido quase custou a cabeça de Jack, mas o jovem artista foi bancado pelo diretor de carnaval Paulo André.

A decisão se mostrou acertada desde o início da elaboração do desfile de 2009.

O enredo "Viajar é Preciso - Viagens Extraordinárias Através de Mundos Conhecidos e Desconhecidos", abordava o hábito do brasileiro em viajar. Mais do que isso, falava sobre o escritor francês Julio Verne, que em suas histórias, viajou por Mundos incríveis e conheceu lugares onde nunca nenhum ser humano havia imaginado conhecer.

Do ponto de vista estético, o desfile da União da Ilha do Governador, parecia uma apresentação de Grupo Especial, tamanho o cuidado e o capricho de fantasias e alegorias.

Jack Vasconcelos, apostou em um visual grandioso e multicolorido, como a Escola gosta.

A comunidade comprou a idéia e desfilou com mais empolgação do que de costume. Isso foi sem sombra de dúvidas o que diferenciou a agremiação Insulana das demais que disputavam o acesso.
A Ilha confirmou o favoritismo e conquistou de forma incontestável o título de campeã do Grupo de Acesso.

Mesmo com boa parte da responsábilidade da vitória, o carnavalesco Jack Vasconcelos foi dispensado da Escola, que buscou em Rosa Magalhães, um porto seguro para se firmar novamente no Grupo Especial.

Mas isso tudo não importa. O importante é que a Ilha voltou! E dessa vez, para ficar!!!
Carnaval 2009

G.R.E.S. União da Ilha do Governador
Enredo: "Viajar é Preciso - Viagens Extraordinárias Através de Mundos Conhecidos e Desconhecidos"
Carnavalesco: Jack Vasconcelos
Colocação: Campeã do Grupo de Acesso