domingo, 9 de janeiro de 2011

Até que ponto é valido o Gigantismo?

A pouco menos de 60 dias para o Carnaval, já se pode ver nos barracões das Escolas de Samba de São Paulo, com grande clareza o que será o espetáculo que as agremiações estão preparando para a grande festa que tem início no dia 4 de Março.

A marca do carnaval paulistano dos últimos anos e que virou tendência após a vitória da Império de Casa Verde em 2005, que é o gigantismo das alegorias, parece mais uma vez ser o grande diferêncial na busca pelo título em 2011.

Escolas que já vem se caracterizando por esse estílo, resolvem mante-lo, embora afirmem que o tamanho de seus carros alegóricos tenha diminuido do ano passado, para cá.

As maiores alegorias do desfile de 2010, sem a menor dúvida, foram as da Unidos de Vila Mária (foto), que apresentou carros monumentais e com esculturas de proporções impressionantes. Lembro de ter conversado pelo menos umas cinco vezes com o carnavalesco da Vila, Fábio Borges na reta de preparação para o carnaval que passou, e ele sempre frisava que essa éra uma caracteristica da agremiação, e que ele teve de se adaptar a ela. Tanto é, que no dia 12 de Fevereiro, data do desfile da Escola da Zona Norte, eu estava na concentração durante todo o dia e vi o sacrifício e a dificuldade para se montar o abre-alas da Vila Mária. Para se ter uma idéia do árduo trabalho que foi, as asas do dragão deste carro, levaram pelo menos duas horas para serem colocadas.

E conversando novamente com o Fábio, pouco antes do desfile da primeira Escola, ele me disse "Ano que vem isso vai mudar", referindo-se a uma possível diminuição no tamanho de seus carros alegóricos.

Fato é, que depois que a caçula do Carnaval paulistano, a Império de Casa Verde obteve um bi-campeonato com apenas quatro anos de Grupo Especial, apresentando alegorias monumentais, quase todos os carnavalescos (raras são as excessões), passaram a acreditar na vitória somente pelo artifício do "Gigantismo". Mas o que muitas vezes não é lembrado, é nos problemas que isso pode trazer. Não digo só pelo fato da dificuldade na montagem, mas também pelo altíssimo custo que se tem para a construção dessas verdadeiras monstruosidades.

É claro que uma alegoria gigantesca na avenida fica lindo. Não há como negar. Mas será mesmo que todas as agremiações de São Paulo, e até mesmo as do Rio de Janeiro, tem condições finânceiras para arcar com essa despesa?

Estou sabendo que para 2011, escolas como Unidos do Peruche, Tom Maior e até mesmo a Nenê de Vila Matilde, estão preparando alegorias enormes. Isso sem contar a Império de Casa Verde e a própria Unidos de Vila Mária, que mesmo tendo diminuido o tamanho de seus carros, continua tendo alguns dos maiores de nosso Carnaval.

Faz parte do espetáculo? Sim, é claro! Mas vamos ver depois do Carnaval, se todo esse esforço e essa verdadeira "facada" no bolso das agremiações valeu um título ou a permanência de algumas delas na elite do Samba Paulistano.

Nenhum comentário:

Postar um comentário